Flores que regam outras flores
Grupo de apoio à mulher assiste vítimas de violência doméstica de diversas formas, inclusive contra a insegurança alimentar.
O Grupo de Apoio à Mulher (GRAM) trabalha contra a fome com a distribuição de cestas básicas para as mulheres que se libertaram de relações opressivas e precisam de ajuda com a alimentação. Também há distribuição mensal para mulheres assistidas pela ONG na comunidade de Jardim Metrópole, em São João de Meriti, Rio de Janeiro. Lá também acontecem oficinas e rodas de leitura para as mulheres em alfabetização. Para assistidas de outros estados, são feitas doações em dinheiro. Nesses casos, localizam distribuidoras de cestas próximas, ou realizam transferência e pedem recibo e fotos das compras.
Recentemente, o GRAM fechou uma parceria, para 20 assistidas, com o Programa de Desenvolvimento Continuado do Projeto Açucena. Seu objetivo é criar oportunidades com aprendizados que podem se tornar fontes de renda. O projeto oferece cestas básicas durante os 4 meses e exige 75% de presença mínima, matando a fome de comida e de educação.
O Grupo de Apoio à Mulher foi fundado por Solange Pires Revorêdo, ex vítima de tentativa de feminicídio. Ressignificando sua história, começou através de uma página no facebook, há onze anos atrás, para ajudar outras vítimas de violência doméstica com esclarecimentos, informações e orientações, libertando mulheres por todo o país até hoje.
Nádia Daniele, moradora de Montes Claros, em Minas Gerais, passava por situação difícil até encontrar o GRAM. Com seis filhos para alimentar, já havia sido manicure, porém não possuía mais materiais para trabalhar. Estava desempregada e recebendo apenas 250 reais de bolsa família. Ela conheceu o GRAM a partir de uma delegada carioca que ficou sabendo de sua história e entrou em contato com Solange Rêvoredo.
Então, os voluntários do projeto se uniram e enviaram cestas básicas, materiais para ela conseguir voltar à ativa na profissão, criaram arte para divulgar seu trabalho nas redes e estão em busca de um curso profissionalizante para Nádia.
A vizinha de Nádia, Flávia Lopes, conheceu o GRAM através dela e, além de todo o apoio e esclarecimento para se libertar da situação de violência e privação, teve a vida reconstruída com a ajuda do projeto. Desde o dinheiro para condução e impressão do currículo até o envio de alimentos e materiais para voltar a trabalhar como maquiadora.
Contexto atual
“Com a pandemia, desemprego, suspensão do auxílio emergencial e com as novas cepas de covid, esse ano está muito mais difícil que o ano passado”, avalia Solange. “Às vezes, fazemos vaquinhas entre os voluntários ou consigo algumas cestas básicas das instituições parceiras. Estamos sem perspectivas, a não ser um ajudando o outro.”
Segundo a pesquisa do Instituto Datafolha encomendada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), o número de agressões de mulheres dentro de casa no primeiro ano pandêmico passou de 42% para 48,8%. A pesquisa também afirma que as vítimas de violência doméstica estão entre as que mais perderam renda e emprego na pandemia. A consequência, para muitas, foi a insegurança alimentar.
Hoje, o GRAM tem mais de 2,5 mil membros e atende mais de 200 vítimas de violência, apelidadas carinhosamente de margaridas, por todo o Brasil. Online, através do seu canal no whatsapp, além de suas ações itinerantes. Através de espaços cedidos, elas levam assistência social, rodas de leitura, conversas, cursos de capacitação, oficinas e o que for necessário para ajudar as mulheres a sobreviverem e florescerem por todo o Rio de Janeiro e até, por intermédio da internet, para assistidas de outros estados.
Contribua com o Grupo de Apoio à Mulher (GRAM)
E-mail: gramfaleconosco@gmail.com
PIX: 21969677721
O GRAM disponibiliza para as vítimas de violência: atendimento jurídico, psicológico, social, holístico e saúde da mulher. O atendimento é virtual e gratuito através do whatsapp 21 969677721
Para se tornar voluntário ou conhecer o projeto acesse as redes sociais do GRAM:
Instagram: @grupo_de_apoioamulher
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