Albergue Recomenda — Seis lançamentos que ouvimos e queremos compartilhar

Gustavo S. Anceski
Albergue
4 min readSep 30, 2021

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Nessa semana estamos iniciando mais uma série de postagens, nas quais procuraremos todo mês trazer alguns lançamentos recentes que as pessoas envolvidas na Alforge Records e no blog Albergue tem escutado e recomendam, sendo três pessoas responsáveis pelas indicações dessa edição, com dois materiais comentados por cada um.

Iniciando por dois álbuns que representam bastante o hardcore punk moderno, o Rudinei Picinini recomendou:

Fiddlehead — Between the Richness

Sem dúvida, um dos álbuns que mais me acompanhou este ano. “Between the Richness” é um daqueles discos que, particularmente, eu gostaria de ter criado. O segundo full do supergrupo Fiddlehead, que conta com integrantes de Have Heart, Basement, Big Contest Intent, Youth Funeral, Glory e Death Injection soa madura e potente, sendo um daqueles discos, que quando ouvido com atenção, parece te ensinar algo novo sobre o sentido de fazer música.

Recentemente, descobri que Patrick Flynn é também professor de ensino médio. É engraçado ver que em tempo integral, o frontman de uma das bandas mais interessantes emo, na atualidade, se divide como qualquer um de nós entre várias atribuições para além da música. É um pouco triste, pois mostra a precarização da indústria criativa, por outro lado, também mostra que Flynn é gente como a gente. Ouça “Between the Richness” e sinta vontade de dar um stage diving em sons como “Eternal You”.

Turnstile — Glow On

Sem dúvida, é uma das sensações do rolê HC atualmente. “Time & Space” já é um discão, mas “Glow On” conseguiu dar mais um passo à frente e mostrar a capacidade frenética e criativa do quinteto. Como canta Brendan Yates em “Holiday”, para mim “Glow On” é uma grande celebração.

Tudo nesse disco me parece equilibrado, até os timbres das guitarras, que em alguns momentos parecem ter saído de discos de rock dos anos 80, soam legais e inventivos no contexto do disco. Indo além da vontade de sair dando voadora, bastante presente no antecessor, “Glow On” também revela o lado mais baladesco da banda em sons como “Underwater Boi”. Enfim, ouça “Glow On”, um disco que brinda tudo o que Turnstile tem melhor, na minha opinião.

O Gustavo S. Anceski falou dos materiais de estreia de duas bandas que já estão recebendo destaque na cena de screamo e post-hardcore estadunidense:

Supine — No Altar For Company Man

Supine é uma banda de screamo dos Estados Unidos, e assim como outros expoentes atuais do gênero, como Portrayal of Guilt, eles apresentam elementos de black metal, death metal e grindcore em suas músicas, o que combina bastante com a estética caótica e obscura da arte do seu primeiro álbum.

No Altar For Company Man demonstra também em seu título e letras a temática anticapitalista já trabalhada por bandas como Cassus e pelos curitibanos da Concreto Morto, criticando as relações de trabalho e como elas afetam nossas vidas e saúde.

ASkySoBlack — What Is Yet To Come?

EP de estréia do quarteto de post-hardcore/metalcore dos Estados Unidos, chegou até meu conhecimento pelo Twitter através do compartilhamento de outras bandas, como o For Your Health.

O material explora bastante as nuances da banda, abrindo com Waiting For A Hearse que pode facilmente ser comparada com o emo/grunge do Basement, Narrow Head ou Modern Color, demonstrando também a influência do metal alternativo do Deftones e Incubus em sua sonoridade, e fechando com Decay Desire que traz toda a influência de Underoath à tona, lembra bastante o que o Static Dress vem lançando.

E pra quem achar pouco as cinco faixas do EP e ficar com vontade de mais, a banda tem mais um som, Beyond Pain Lies Purity, lançado na coletânea A Lovers’ Quarrel Compilation da Wretched Records, junto com diversas bandas novas de metalcore incríveis.

Apostando na nostalgia, a Milena Soares recomenda duas bandas já consagradas pra quem gosta do rock alternativo de meados de 2010:

The Used — Heartwork (Deluxe)

Originalmente lançado em 2020, com 16 faixas, Heartwork entregou tudo que a gente ama no The Used: um post-hardcore carregado de brutalidade, melancolia, nostalgia e ritmo energético. Tudo isso, acompanhado pela voz inconfundível de Bert McCracken.

Agora, em setembro deste ano, a banda lançou a versão Deluxe com 11 faixas inéditas, escritas na mesma época das sessões originais do Heartwork. Dentre os novos sons, destaco “Blood Meridian”, que resgata um pouco da essência dos primeiros discos do grupo, o “In Love and Death”, e o “Lies for the Liars”.

Ao todo, o álbum, produzido por John Feldmann, conta com 27 faixas e diversas colaborações de artistas como Travis Barker e Mark Hoppus do Blink-182, Jason Aalon Butler, do Fever 333, e Caleb Shomo do Beartooth.

Anberlin — Two Graves

Minha segunda recomendação, não é um álbum completo, mas sim um single de uma das minhas bandas favoritas. Após sete anos sem músicas inéditas, o Anberlin lançou “Two Graves”. O som marca o retorno do grupo, que havia anunciado seu fim no início de 2014.

Com um tom mais agressivo, “Two Graves” se aproxima das faixas do “Lowborn”, último disco de inéditas da banda. Essa conexão, nos deixa com sensação de que o Anberlin nunca encerrou suas atividades, como se tivesse retomado do ponto em que parou.

Antes de lançar o single inédito, a banda já havia reacendido as esperanças de seu retorno no ano passado, com a série lives chamadas de “Lockdown Livestream”, em que os integrantes revisitaram sua discografia.

Finalizando a postagem de hoje, aproveitamos para divulgar nossa playlist de recomendações musicas no Spotify, que será atualizada mensalmente com sons novos que temos ouvido e queremos compartilhar com nossos amigos e seguidores. Aproveitem pra nos seguir lá e ficar por dentro dessas e outras playlists que virão!

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