Borduna fala sobre sua participação na Coletânea da Alforge Records

Milena Soares
Albergue
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3 min readAug 5, 2021

Projeto que compilou oito faixas de experimentação do hardcore, foi lançado na última sexta-feira

Mais uma vez Borduna e a Alforge Records se unem para projetos musicais. Essa parceria já rendeu alguns registros de estúdio, participações em festivais e agora, a Coletânea No. 1, lançada na última sexta-feira, 30 de julho.

Depois de mergulharem no emocore com o compacto “Postais”, lançado também neste ano, a banda trouxe para esse novo projeto, a música “Constantinopla”.

O som tem referências instrumentais do hardcore e punk californiano, com a ideia de trazer cordas e bateria que fizessem quebras conjuntas. Já para a letra da música, o grupo utilizou da ironia para transmitir uma mensagem crítica.

A letra dessa música sempre foi uma preocupação, por ser irônica e não um encorajamento, pois critica a ideia de dominação e de que tudo só depende do indivíduo, discurso muito comum nas narrativas neoliberais, onde as liberdades individuais estão acima da comunidade”, afirma a banda.

“Constantinopla” foi gravada durante a pandemia e os músicos comentam que a produção foi orquestrada dentro do que foi formatado antes dos ensaios paralisarem. Eles ainda ressaltam que além da estrutura do Divisa Home Studio, tiveram o apoio do Carlito e da Noise Áudio.

Sem poder tocar e ter um contato direto com o público, continuar fazendo música foi a forma que a banda encontrou para manter viva a cena independente, em meio ao isolamento social.

“Estar lançando novos trabalhos e sons sinaliza que estamos ativos, utilizando esse tempo para amadurecermos aquilo que fazemos, principalmente, relacionado a identidade sonora e visual. E claro, o suporte do selo/coletivo Alforge Records, do qual fazemos parte, torna tudo isso possível”, declaram.

Com 7 anos de estrada, a Borduna é formada atualmente pelos músicos: Cleber Mignoni Zeferino (baixo e vocais), Éverton Severo (guitarra e vocais), Fabiano Caliari (bateria) e Rudinei Picinini (vocais). Nesses anos, o quarteto lançou dois EP’s, um compacto e a música para a coletânea.

Além desses registros musicais, o grupo acumula shows em casas e festivais por diferentes cidades do sul do Brasil. E como toda banda independente, a Borduna já passou por algumas situações engraçadas.

“Quando tocamos em Curitiba, ficamos na casa do Luís da No Reply, outra banda que faz parte da coletânea. Na ocasião, o Cleber nosso baixista, foi tomar um banho e a chave de luz responsável pelo aquecimento do chuveiro caiu. Com medo de que tivesse queimado o chuveiro, ele não avisou ninguém, e os demais integrantes acabaram tendo que enfrentar um chuveiro gelado às 3h da manhã, depois do show. No outro dia, ficamos sabendo que aquilo acontecia recorrentemente. Ele ficou aliviado, e nós, um pouco putos da cara com ele, mas deu tudo certo no final”, relembram os músicos.

Quando questionada sobre os próximos planos, a banda comenta que estão decidindo se irão lançar um full album ou dois EP’s, mas espera que todos os integrantes estejam imunizados para poder voltar com os ensaios.

Como todo final de entrevista, a Borduna indicou alguns artistas e bandas para a galera ouvir:

“Além das bandas que fazem parte da coletânea, que sem demagogia, curtimos muito, indicamos nomes como Menores Atos, Surra, Campbell Trio, Garage Fuzz, E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante, The Last Station, Raça, Ombu, Kiko Dinucci, Water Rats, Corona Kings, Bullet Bane, Dride, Violet Soda, Deb and The Mentals, Sugar Kane e Questions”.

A Coletânea №1, já está disponível nas plataformas digitais pelo link: https://onerpm.link/361557710523

Além da Borduna, o álbum contém faixas da cxs/poa, Descartes, Marinas Found, No Reply, Solana Star, TeTo e Zava.

FICHA TÉCNICA

Borduna — Constantinopla

Bateria/Baixo/Guitarra captadas no Home Studio Divisa por Éverton Severo

Vozes captadas na Noise Produtora de Áudio por Carlos Balbinot

Mix/Master por Éverton Severo e Borduna

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