No Reply fala sobre “Globalizar”, faixa que está presente na coletânea da Alforge Records

Milena Soares
Albergue
Published in
3 min readAug 19, 2021

Som foi inspirado no artigo “Globalização” de Milton Santos

“A globalização não reconhece nenhuma fronteira e se alastra como um vírus. Um imperialismo em forma de capitalismo”. Essas são as palavras que a No Reply utiliza para descrever a faixa “Globalizar”, que está presente na coletânea No. 1.

Essa é a quarta faixa do álbum e marca um ponto de virada da coletânea. A música dita o tom das faixas seguintes, caracterizadas por um hardcore mais pesado e agressivo. Apesar de ter sido criada em 2012, a banda acredita que a música segue atual, sendo uma porta de entrada para que outras pessoas conheçam o seu trabalho.

“Essa é uma ótima música para estar em uma coletânea, com tantas bandas legais. Assim, outras pessoas terão acesso à nossa música, podendo revisitar um pouquinho do que a gente escreve. ‘Globalizar’ segue muita a linha do que a gente continua escrevendo”, comentam os músicos.

Com quase 13 anos de carreira, a No Reply, surgiu em Curitiba, um dos berços do hardcore nacional. Seu som é caracterizado por um instrumental trabalhado, batidas fortes e por letras sinceras, críticas e necessárias. A banda é formada por Willian (vocal e guitarra), Guilherme (guitarra), Rodrigo (baixo) e Luis (bateria).

Nesses anos de estrada, o grupo já tocou com diversas bandas, como Ignite, Mute, No Fun at All, CPM 22, Dead Fish, Zander, A-OK, Rancore, Garage Fuzz e Dance of Days. Quando o assunto é turnês e shows pelo Brasil, a banda já acumula algumas histórias.

“Teve uma vez que a gente foi fazer uma turnê por Santa Catarina. Na sexta, a gente foi tocar em Camboriú e no sábado, em Blumenau. Não tínhamos onde dormir, acabamos tomando muito energético e ficamos no carro, em um estacionamento. Por conta do energético, ficamos sem sono No outro dia, fomos para um hotel em Blumenau, e também não conseguimos dormir em nenhum momento. Então foi uma turnê muito engraçada, em que a gente estava realmente muito tempo sem dormir. Não recomendo ninguém a tomar muito energético, principalmente de marca barata”, relembram.

A banda ainda destaca que o hardcore é sobre isso e que sentem muita saudade de poder tocar.

“Esse período sem tocar está sendo uma tortura muito lenta. Não dá para fazer o que a gente quer, porque o hardcore é um dos lugares mais propícios para se contagiar. Tem muito contato, é tudo mundo junto. Então está sendo muito difícil, mas se de alguma maneira, com essa coletânea, a gente atingir mais pessoas, quando tudo voltar ao normal ou o mais perto do normal, terão mais pessoas nos nossos shows aproveitando e dando bastante valor para esses momentos juntos”, comentam os músicos.

Buscando conciliar o tempo de lazer e trabalho, o grupo já conta com algumas músicas em andamento, e tem como próximos passos gravar e compor muito.

“Tem muita coisa para colocar no papel, compor, gravar e poder rodar o Brasil. Tem muita coisa a ser dita, ainda mais desse momento que a gente viveu de pandemia e de desgoverno”, afirmam.

Sobre o que a banda anda ouvindo, eles dão destaque para Dead Fish, Noção de Nada, Against Me!, The Flatliners e Propagandhi.

A faixa “Globalizar”, já está disponível nas plataformas digitais pelo link: https://onerpm.link/361557710523?ltclid=31c099aa-c330-426b-8e0e-f7d9f0f4e40a

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