Segure o volante e vá!
Saia do piloto automático e siga para onde você realmente quer ir.
Há muito tempo não escrevo. Tive um bloqueio mental por quase um mês. Uma confusão da qual não conseguia sair. Uma transição que não passava. Parar tudo e olhar de fora me possibilitou voltar a prestar atenção nas coisas que realmente importavam e seguir em frente.
Não importa se você tem 30, 40, 50 ou 60 anos. Em algum momento da sua vida você vai parar e se fazer a seguinte pergunta: eu estou seguindo o caminho que eu escolhi para mim? esse é aquele caminho que eu sempre vislumbrei quando era criança ou adolescente? essa é a vida de adulto que tanto sonhei? foi pra isso que estudei tanto e me esforço todos os dias no que faço?
Não tem como escapar disso. É inevitável. Pode acontecer no seu aniversário de 30. Pode acontecer quando seu filho nasce. Pode acontecer quando você atinge o topo da sua carreira. Pode acontecer quando alguém muito próximo morre. Pode acontecer em um acidente. Pode acontecer enquanto você está saboreando uma casquinha de sorvete.
Não importa. VAI ACONTECER.
E nesse momento, meu caro leitor, seu mundo será colocado a prova. Você terá mais perguntas do que respostas e possivelmente, eu disse possivelmente, você colocará tudo que fez até aqui em xeque. Você colocará todos os seus planos e objetivos sob uma nova ótica. Você pode perceber que todos seus sonhos ficaram pra trás e você está seguindo um caminho que não é seu. Você pode perceber que fez muita coisa que não faria. Você pode perceber que aquela pessoa que você é hoje não é você. Irá fazer um exercício mental e se lembrar de tudo que aconteceu até ali e de tudo que realmente valeu a pena. Você vai colocar o que estava embaixo para cima e o que estava em cima para baixo. Você poderá vagar por um tempo sem respostas. Poderá preferir passar um tempo sozinho. Poderá pedir férias e fazer uma viagem sem destino certo. Poderá dormir, pelo menos um dia, até o meio da tarde. Poderá passar a madrugada acordado para ver o Sol nascer.
Muitas coisas acontecerão. Muitas mudanças internas ocorrerão. Muita gente irá perguntar se está tudo bem.
O principal aqui é não deixar que o medo e a incerteza tomem conta e te paralisem (e eles tentarão fazer isso com todas suas forças). Te deixe de mãos atadas. Te deixe sem ação. É preciso suscitar aquela coragem, olhar pra trás e se perguntar: quem eu realmente sou? o que realmente quero fazer? o que me traz paixão? o que eu faria por horas, dias ou semanas sem parecer um sacrifício? que momentos da minha vida eu realmente fui feliz? o que eu estava fazendo? com quem eu estava? onde eu estava? o que eu estava sentindo? o que aquelas pessoas tinham que me faziam sentir bem? se eu pudesse escolher 5 momentos até agora que valeram a pena, quais seriam? o que eu não abro mão em minha vida hoje?
Ao responder essas perguntas (e muitas outras que surgirão) vamos nos encontrando de novo. Vamos encontrando as respostas que buscamos e vamos conseguindo ditar um rumo novamente. Paramos de nos sentir perdidos no meio da floresta e conseguimos enxergar a trilha de migalhas de pão que vai nos levar aonde queremos ir. Nossa confiança vai aumentando aos poucos. Voltamos a entrar em ação e lentamente nos sentimos contentes novamente. Um elogio vira uma explosão. E quanto mais fazemos aquilo que nossas respostas revelaram, melhor nos sentimos e mais queremos fazer. Paramos de acreditar que não somos capazes. Você será obrigado a desligar o piloto automático e segurar a direção do seu destino de novo. Você se sentirá vivo ao perceber que o que suas mãos fazem, seu destino obedece.
Não deixe que te digam o que você deve fazer. Não importa se é sua mãe, seu pai, seu filho, sua esposa, seu melhor amigo ou aquele expert famoso. Ouça-os, mas não os siga cegamente. Só você sabe o que você precisa fazer. Ninguém além de você sabe qual o melhor caminho. Só você está segurando a direção do seu destino. Se você colocar essa direção nas mãos de outra pessoa, seja por medo ou por não se julgar capaz, um dia você pode acordar e descobrir que tudo aquilo que você fez não valeu a pena. E que toda a sua vida até ali foi jogada fora porque você simplesmente não teve coragem de segurar na direção e se perguntar sinceramente para onde queria ir.