Segure o volante e vá!

Saia do piloto automático e siga para onde você realmente quer ir.

Bruno Roberto
Além do horizonte

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Há muito tempo não escrevo. Tive um bloqueio mental por quase um mês. Uma confusão da qual não conseguia sair. Uma transição que não passava. Parar tudo e olhar de fora me possibilitou voltar a prestar atenção nas coisas que realmente importavam e seguir em frente.

Não importa se você tem 30, 40, 50 ou 60 anos. Em algum momento da sua vida você vai parar e se fazer a seguinte pergunta: eu estou seguindo o caminho que eu escolhi para mim? esse é aquele caminho que eu sempre vislumbrei quando era criança ou adolescente? essa é a vida de adulto que tanto sonhei? foi pra isso que estudei tanto e me esforço todos os dias no que faço?

Não tem como escapar disso. É inevitável. Pode acontecer no seu aniversário de 30. Pode acontecer quando seu filho nasce. Pode acontecer quando você atinge o topo da sua carreira. Pode acontecer quando alguém muito próximo morre. Pode acontecer em um acidente. Pode acontecer enquanto você está saboreando uma casquinha de sorvete.

Não importa. VAI ACONTECER.

E nesse momento, meu caro leitor, seu mundo será colocado a prova. Você terá mais perguntas do que respostas e possivelmente, eu disse possivelmente, você colocará tudo que fez até aqui em xeque. Você colocará todos os seus planos e objetivos sob uma nova ótica. Você pode perceber que todos seus sonhos ficaram pra trás e você está seguindo um caminho que não é seu. Você pode perceber que fez muita coisa que não faria. Você pode perceber que aquela pessoa que você é hoje não é você. Irá fazer um exercício mental e se lembrar de tudo que aconteceu até ali e de tudo que realmente valeu a pena. Você vai colocar o que estava embaixo para cima e o que estava em cima para baixo. Você poderá vagar por um tempo sem respostas. Poderá preferir passar um tempo sozinho. Poderá pedir férias e fazer uma viagem sem destino certo. Poderá dormir, pelo menos um dia, até o meio da tarde. Poderá passar a madrugada acordado para ver o Sol nascer.

Muitas coisas acontecerão. Muitas mudanças internas ocorrerão. Muita gente irá perguntar se está tudo bem.

O principal aqui é não deixar que o medo e a incerteza tomem conta e te paralisem (e eles tentarão fazer isso com todas suas forças). Te deixe de mãos atadas. Te deixe sem ação. É preciso suscitar aquela coragem, olhar pra trás e se perguntar: quem eu realmente sou? o que realmente quero fazer? o que me traz paixão? o que eu faria por horas, dias ou semanas sem parecer um sacrifício? que momentos da minha vida eu realmente fui feliz? o que eu estava fazendo? com quem eu estava? onde eu estava? o que eu estava sentindo? o que aquelas pessoas tinham que me faziam sentir bem? se eu pudesse escolher 5 momentos até agora que valeram a pena, quais seriam? o que eu não abro mão em minha vida hoje?

Ao responder essas perguntas (e muitas outras que surgirão) vamos nos encontrando de novo. Vamos encontrando as respostas que buscamos e vamos conseguindo ditar um rumo novamente. Paramos de nos sentir perdidos no meio da floresta e conseguimos enxergar a trilha de migalhas de pão que vai nos levar aonde queremos ir. Nossa confiança vai aumentando aos poucos. Voltamos a entrar em ação e lentamente nos sentimos contentes novamente. Um elogio vira uma explosão. E quanto mais fazemos aquilo que nossas respostas revelaram, melhor nos sentimos e mais queremos fazer. Paramos de acreditar que não somos capazes. Você será obrigado a desligar o piloto automático e segurar a direção do seu destino de novo. Você se sentirá vivo ao perceber que o que suas mãos fazem, seu destino obedece.

Não deixe que te digam o que você deve fazer. Não importa se é sua mãe, seu pai, seu filho, sua esposa, seu melhor amigo ou aquele expert famoso. Ouça-os, mas não os siga cegamente. Só você sabe o que você precisa fazer. Ninguém além de você sabe qual o melhor caminho. Só você está segurando a direção do seu destino. Se você colocar essa direção nas mãos de outra pessoa, seja por medo ou por não se julgar capaz, um dia você pode acordar e descobrir que tudo aquilo que você fez não valeu a pena. E que toda a sua vida até ali foi jogada fora porque você simplesmente não teve coragem de segurar na direção e se perguntar sinceramente para onde queria ir.

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