A Quarentena e o Esporte: Quais lições ficarão para o futuro

Alento Mkt
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3 min readMay 19, 2020

Essa quarentena com certeza não está sendo fácil para os fãs de esportes. Praticamente todas as ligas esportivas do mundo estão em stand by e, até o momento, não existem muitas previsões claras para quando as coisas podem voltar ao normal. Espanha, Itália e Estados Unidos estão entre alguns dos países mais afetados pelo Coronavírus e pouco se sabe sobre o futuro de suas ligas profissionais.

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O distanciamento social pode significar que não teremos aglomerações de pessoas por um bom tempo e isso afeta diretamente os esportes. Dos atletas às empresas de mídia, todos foram afetados pelo momento e o adiamento da Olimpíada mostra o quão sério esse problema é.

A indústria do esporte movimenta centenas de bilhões de dólares por ano e ela vinha de anos de crescimento desde 2011. Até o Coronavírus todas as previsões apontavam que 2020 seria mais um excelente ano para o segmento, mas agora, atletas, equipes, ligas, emissoras de tv e prestadores de serviço se deparam com uma nova realidade de incertezas.

Basicamente, o modelo de faturamento do esporte é constituído por 3 fontes principais — como explica o Fórum Mundial da Economia: o broadcasting (venda dos direitos de transmissão), o comercial (patrocínios e publicidade) e os jogos em si (venda de ingressos e hospitalidade). É impossível separar os clubes esportivos da lógica do entretenimento, uma vez que, as ligas e empresas de mídia ainda controlam a lógica das tabelas.

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A maioria das ligas e esportes recebem a maior parte de seu faturamento a partir das vendas dos direitos de transmissão. A ideia é que a organização do torneio divida os valores entre os participantes e ofereça alguns bônus para equipes vencedoras. Os clubes são capazes de monetizar por conta própria também caso tenham patrocinadores ou participem de mais tipos de torneios, mas de certa forma, a saúde financeira da maioria das equipes depende da força das empresas de mídia.

A pandemia está ensinando a indústria a buscar novas formas de engajar com as audiências. Muitas ligas estão se voltando para serviços de streaming e dando destaque a outros tipos de conteúdos como documentários, jogos clássicos e e-sports. Muitas ligas aprenderam que precisam ter planos B para não se tornarem tão dependentes das rendas da televisão.

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É difícil prever uma mudança drástica no formato das principais ligas do mundo, mas a crise do coronavírus deixou claro o quanto esse modelo é vulnerável. A forma como as pessoas consomem mídia e conteúdo está mudando ainda mais rápido graças às quarentenas e o formato tradicional cuja as principais ligas são dependentes, não está adaptado ao mundo mobile, digital e colaborativo. Serviços de distribuição como DAZN ou como o League Pass da NBA devem se tornar mais populares, acelerando ainda mais o declínio da televisão a cabo.

Conforme a audiência das emissoras de TV cai, clubes e ligas terão que investir em novas formas de capitalizar em cima de seu conteúdo. Isso provavelmente significa que veremos novos players digitais se tornando relevantes no cenário esportivo — como os streamings da Amazon e a própria Netflix. A falta dos esportes durante esse período causou um aumento no cenário de e-sports (que já vinha em ascensão) e traz à tona a possibilidade de novas tecnologias no cenário esportivo — como a realidade virtual.

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