corpo: ser um uivo no seu rio
O gozo sonhado, o gozo revelado, o gozo sentido. Ser carne, pulsar, revelar. Ser a fonte e o receptáculo do prazer. Extrapolar os limites e sentir o prazer. O desejo é humano, o deleite nos retorna à posição de animais.
s/ título
Ana Beatriz Domingues
gosto
quando teu seio
encontra o meu
e nos multiplicamos
em bicos
y bocas
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Renan Reis
salivo por sua água
farejo sua língua
à caça parto com
a minha carne
espreito as suas trilhas
lambendo a flora eriçada
gastando mantras cantos
sons que abram o mundo
até eu me tornar frestas
para você me penetrar
com seu grito úmido
e de uma vez por todas
eu ser um uivo no seu rio
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O terceiro dedo
Diogo Luiz Yamanishi
I wasn’t born with enough middle fingers
marilyn manson
De noitinha, te chamo
travesseiro
& nenhum sobrenome aparente -
Daniel apenas.
Ou Danilo, Rodrigo, tanto faz.
Não há muita diferença
entre vocês.
Um suposto último cigarro
& a colcha dobrada,
metida entre
as pernas -
lá vai
o primeiro dedo:
fechando os olhos
sem disparar nomes;
o avesso das
pálpebras,
somente,
& prazer.
Prazer
pelo menos uma vez
por ano, por mês, por dia -
prazer de fuder
sem rostos, sem endereço,
sem interesse, sem perfil -
& lá indo
o segundo dedo
celebrando nenhum date,
marcando pontos
de encontro
no corpo
só
& cem por cento
aproveitado
em seus gostos
& dobras, cheiros
& pregas.
Há quem diga
que ando me fudendo
pra valer — e eu digo:
amanhã
há de ser melhor:
cinco dedos,
o punho inteiro,
metade do ante-braço,
quem sabe até essa colcha -
amanhã,
quem sabe,
te pego pelo pé.
Mas,
por ora,
teu nome cai por terra,
menos importante
que este terceiro dedo -
foi.
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Helimar Macêdo
só
gozo
junto com vc
é?
é
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