Construir Cidades Resilientes

Inês Santos Silva
Aliados Consulting
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2 min readDec 27, 2017

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É evidente que nos últimos anos, as cidades reforçaram a sua importância estratégica no mundo. Hoje as cidades apresentam posicionamentos e marcas próprias, competem com outras cidades por investimento, talento e turismo, mas também enfrentam desafios bem diferentes dos do passado.

Espera-se que em 2050, 75% da população mundial viva em cidades e aliando isto a todos os desafios relacionados com a globalização, alterações climáticas, pobreza e urbanismo, é essencial que as cidades sejam capazes de resistir a este “choques” tornando-se resilientes.

O conceito de resiliência vem da ecologia e traduz-se na capacidade de um ecossistema tolerar a perturbação sem desmoronar num estado qualitativamente diferente. De acordo com o ResilientCity.org, uma organização sem fins lucrativos que junta arquitetos, designers e engenheiros com o objetivo de aumentar a capacidade de resiliência de cidades e comunidades:

“Uma Cidade Resiliente é aquela que desenvolveu estruturas que lhe permitem absorver choques futuros nos seus sistemas e infra-estruturas sociais, económicas e tecnológicas, de modo a poder manter essencialmente as mesmas funções, sistemas e identidade”.

Embora as cidades não possam prever o futuro e saber com certeza que perturbações são mais prováveis, elas podem-se preparar para isso reforçando os sistemas e infra-estruturas que suportam a cidade.

Por reconhecer a importância das cidades resilientes, a Rockfeller Foundation criou a iniciativa “100 Resilient Cities”, selecionando 100 cidades de todo o mundo para assim:

  • Apoiar para contratação de um Chief Resilience Officer, uma nova posição que irá liderar os esforços de resiliência da cidade;
  • Partilhar experiências e ajudar a desenvolver uma estratégia de resiliência robusta:
  • Permitir o acesso a uma plataforma de parceiros que fornecem tecnologias e serviços para ajudar as cidades a implementar uma estratégia de resiliência. Os parceiros, a titulo de exemplo, incluem Microsoft, Swiss Re e Nature Conservancy.
  • Participar na Rede de 100 Cidades Resilientes, uma rede global de cidades que já colaboram e aprendem umas com as outras.

Lisboa foi uma das 100 cidades selecionadas, de entre mais de 1000 candidatas, e de acordo com Paulo de Carvalho, director da Inovação da Câmara Municipal de Lisboa, em breve será conhecida a estratégia de reforço de resiliência de Lisboa, bem como o seu Chief Resilience Officer.

Com os desafios que se antecipam, acredito que nos próximos anos todos vamos ser chamados a participar na construção de cidades resilientes e que este tema não se irá ficar apenas pelas cidades, mas também pelas organizações e empresas.

Nota: Texto originalmente publicado no website da Revista Smart Cities.

Photo by Jonathan Mast on Unsplash

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Inês Santos Silva
Aliados Consulting

Ecosystems Builder | Gender Equality | Future of Work. Working in the intersection of technology, entrepreneurship and social good. http://inessilva.me