Previsões Aliados para 2019

Equipa Aliados
Aliados Consulting
Published in
6 min readJan 24, 2019
Photo by Samuel Zeller on Unsplash

Anualmente, no mês de janeiro, a Aliados desafia a sua rede de consultores na eleição das previsões sobre o que marcará o ano na Economia de Impacto.

Apresentamos, assim, aquelas que são as 6 Previsões Aliados para a Economia de Impacto em 2019 em Portugal.

1. Economia Circular chega a um setor público com duas velocidades

Nos últimos anos o tema da circularidade da economia chegou ao debate público em Portugal, desde logo pelo momentum internacional que adquiriu, ao qual se seguiram algumas conferências sobre o tema criadas por organizações pioneiras e atentas, e depois disso surgiram os vários programas de financiamento europeu (Urban Innovative Action, Interregs, Urbact, Horizon 2020), com linhas específicas para o tema, ou com a admissão de projetos dentro do tema.

Depois do tema ter ganho o seu primeiro espaço no universo Portugal 2020, acreditamos que em 2019 será o ano que o tema da Economia Circular fará parte da agenda do país, e que os municípios mais vanguardistas apresentarão as suas estratégias de desenvolvimento da circularidade da economia, aplicada a algumas das suas várias dimensões de intervenção, ou das áreas características da sua economia.

A reflexão da circularidade económica nas áreas alimentar, têxtil e dos plásticos, fazem parte dos desejos de colaboração da Aliados com as organizações do setor público mais vanguardista, que não se limitarão a replicar conferências sobre o tema.

2. Surgem novos modelos de aprendizagem ao longo da vida implementados por empresas e cidades

As empresas, cidades e os países mais bem sucedidos nos próximos 10 anos, serão aqueles que mais rapidamente e melhor se conseguirem adaptar aos desafios da automatização e da inteligência artificial. Um estudo recente da Confederação Empresarial de Portugal com a McKinsey reporta que Portugal pode perder um milhão de postos de trabalho até 2030. A ser verdade, quando em 2018 falávamos da importância do reskilling, em 2019 e para os próximos anos esta deverá ser a prioridade número um de empresas e cidades, encontrando formas de capacitar os jovens com competências de programação, mas acima de tudo, capacitando a população já no mercado de trabalho com novas competências adequadas à realidade de 2019.

Este será um ano em que veremos ainda mais as empresas a participarem na criação e implementação de novos programas de aprendizagem, que criem as competências que assegurem a sustentabilidade e a evolução do seu desempenho.

3. O ecossistema de empreendedorismo português atinge uma nova fase de maturidade

Os últimos anos foram de abundância e de um ímpeto de fazer “mais e mais” para o ecossistema de startups em Portugal. Mais incubadoras, mais aceleradoras, mais programas de capacitação, mais concursos de startups, mais eventos, mais …

2019 será um ano de consolidar e aprofundar, com uma análise das iniciativas em curso e uma avaliação desta nova fase do nosso ecossistema. Se por um lado o playbook da startup está quase esgotado (embora em muitos territórios, os ecossistemas ainda esteja por construir, apesar do conhecimento de como o fazer estar já desenvolvido e testado), há muito por fazer para melhor ligar startups e as corporates, para melhor apoiar os empreendedores que estão a explorar áreas de fronteira (deep tech e life sciences) e para melhor potenciar as nossas scaleups.

Como os americanos dizem, the low hanging fruit is gone, ou seja em 2019 as cidades com ecossistemas mais maduros, as incubadoras e os investidores têm o desafio de apoiar esta nova fase do ecossistema de empreendedorismo português, com novos programas, ferramentas e eventos que vão para além do atual playbook.

4. Os Millennials representam mais de 50% da força de trabalho e exigem novas formas de liderança

Transparência, flexibilidade, autonomia e impacto são tudo valores importantes por esta geração (1980–1995) que está no mercado de trabalho e que começa também agora a chegar a cargos de liderança. A par disto a tecnologia está a disromper a forma como trabalhamos, a velocidade a que o fazemos e a mobilidade geográfica que nos permite. 2019 será o ano em que muitas destas nova tendências deixam o nicho das startups e empresas tecnológicas e passam para as pequenas e médias empresas dos mais variados sectores.

Neste ano de 2019 o desafio de como construir ambientes de trabalho que motivem os millennials será ainda maior. O desenvolvimento de lideranças e também a gestão de pessoas irão marcar o contexto das organizações, conscientes de que parte do seu sucesso dependerá do sucesso da sua adaptação a esta mudança.

5. Interior cada vez mais arrojado?

Não haverá tema tão consensual na discussão política nacional como é o tema do combate à desertificação do interior do país. Este é um desafio muito complexo para o qual abundam propostas de medidas, tais como as 164 previstas no Programa Nacional para a Coesão Territorial lançado pelo atual governo, para a qual existem vários fundos específicos disponíveis no âmbito do Portugal 2020, mas para o qual não existe na realidade a convicção de que o país seja bem-sucedido.

Quando pensamos em como tornar os territórios de baixa densidade interessantes e competitivos, associamos desde logo a importância da existência de pólos universitários, mas esta é uma solução pouco replicável, até pelo contexto de diminuição dos candidatos ao ensino superior.

Pensando em casos de sucesso de concelhos dentro destes desafios é incontornável mencionar o caso do Fundão e o seu Centro de Negócios e Serviços Partilhados que ajudou a atrair 14 empresas tecnológicas e a criar mais de 500 postos de trabalho qualificados, tendo sido premiado com o prémio RegioStars da Comissão Europeia, ou então do caso de Arouca com os Passadiços do Paiva, premiado no World Travel Awards como melhor projeto europeu de desenvolvimento turístico, e que mobiliza milhares de visitantes.

Ambos os casos ousaram fazer apostas de risco em projetos arrojados, mas que posicionaram estes territórios como referências nas respetivas áreas, acelerando em muito a retenção e atração de novas pessoas e negócios.

Existindo fundos disponíveis para a coesão territorial, a ideação e implementação de projetos arrojados e transformadores é o cerne do desenvolvimento destes territórios.

Na Aliados acreditamos que a procura pela criação de projetos especiais será uma das tendências em 2019, para a qual pretendemos contribuir.

6. Inovação Social vive desafio da afirmação

O ecossistema de inovação social português desenvolveu-se de forma muito rápida e consistente, posicionando-se no pelotão da frente a nível europeu que segue o Reino Unido líder mundial do setor. Esta dinâmica acelerada ímpar na Europa foi guiada por organizações como o IES, Fundação EDP, Fundação Calouste Gulbenkian, e é hoje pelo Portugal Inovação Social.

Sendo o desenvolvimento do ecossistema um caso de estudo, ele encontra-se hoje numa fase decisiva da sua afirmação, que está associada a um conjunto de desafios: Como conseguiremos que os empreendedores sociais cumpram a expectativa da inovação e da criação de impacto? Como conseguiremos ter mais e melhores empreendedores sociais a surgirem todos os dias? Como conseguirão os empreendedores sociais desenvolverem modelos de negócio sustentáveis e com potencial de crescimento? Como conseguiremos que mais investidores definam o impacto como fator chave das suas decisões de investimento?

Vivemos hoje um período em que diminuiu o entusiasmo coletivo sobre o setor, e simultaneamente aumentou a pressão de se concretizar a expectativa levantada pela Inovação e Empreendedorismo Social, depois de todas as iniciativas de desenvolvimento do setor criadas, e do investimento mobilizado para o setor.

Na Aliados acreditamos que 2019 será o ano em que esta discussão estará na ordem do dia dos líderes do setor, mas também dos intervenientes na área da incubação de empreendedores sociais, e do investimento social, sem esquecer os próprios empreendedores sociais que também enfrentam no dia-a-dia a dificuldade da sua afirmação.

O sucesso da Inovação e do Empreendedorismo Social não é a dimensão da infraestrutura do setor, pelo que a resposta a estes desafios ditará o quão o setor cumprirá a sua missão.

Na Aliados acreditamos que estes desafios marcarão 2019, e que cabe às organizações preparem-se para serem bem sucedidas. Para estes e outros importantes desafios, queremos em 2019 ser os Aliados das organizações que desenham o futuro!

Vamos a isso 2019!

A equipa Aliados

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A Aliados — The Challenges Consulting constrói soluções para os desafios da economia de impacto.