Uma história sobre pertencimento

É fato que desde criança eu era uma menina "diferente". Enquanto as minhas amigas ensaiavam coreografia do RBD, eu estava aprendendo a formatar meu primeiro computador.

Sei que hoje isso pode te parecer um tanto quanto natural, até por quê as crianças de hoje em dia parecem já nascer conectadas, mas em meados de 2006, isso era totalmente anormal. Mas a realidade é que desde que ganhei meu saudoso Pentium 4 com Windows XP, eu passei a me dedicar veemente a entender como aquela máquina funcionava, desde seus pormenores.

Mas logo o hardware perdeu minha atenção quando criei meu Blogspot e passei a criar meus próprios Layouts, aprendendo HTML e CSS.

Aquilo para mim era mágico!

Com o tempo, passei a criar layouts para blogs de amigas e temas para Wordpress e foi nessa época que pensei: É isso que eu quero pra mim!

O mais engraçado é que, mesmo tendo certeza do que eu amo fazer desde pequena, ainda hoje tenho dúvidas sobre meu pertencimento. Sinto que eu, como mulher, tenho que provar todos os dias minhas competências técnicas diante de uma área que é majoritariamente masculina.

Me lembro da primeira vez que entrei na sala de aula da minha graduação: eram cerca de 90 alunos e só umas 10 mulheres. Aquilo me deu um choque de realidade.

Sei que ultimamente o mercado de trabalho está com um movimento bem bacana, tentando mitigar essa discrepância de gêneros na área de tecnologia, mas isso também me faz pensar: Seria realmente um entendimento que mulheres podem SIM serem altamente qualificadas tecnicamente, ou seria puramente uma retratação histórica? Talvez um misto dos dois, ainda estou pensando sobre.

A realidade é que, mesmo ainda não me sentindo inteiramente pertencente da área, sinto que eu deveria falar sobre, ajudar outras mulheres, me expor para quem sabe, inspirar. E por isso estou aqui. Para tentar repassar um pouco do que aprendi nessa trajetória de 8 anos no mundo de programação.

Então, seja bem vindo(a)!

Code like a girl 👧