as pequenas parcelas de felicidade de toda a vida

Allenylson Ferreira
allenylson ferreira
3 min readNov 9, 2021

não sei muito bem o que estou fazendo com a minha vida. tenho suspeitas de que ninguém sabe. pequenas gotas de felicidade bastaria para encher o meu cálice. o que fazer para ser feliz? venho pensando nisso. talvez, para uma felicidade que não seja tão felicidade, afastar-se de tudo e todos. mas a felicidade só é verdadeira quando é compartilhada. rir com alguém que amo, conversar horas a fio sobre nada e sobre alguma coisa com um amigo, uma refeição com os pais e irmão, contar histórias do passado e rir das coisas que já não lembrávamos que eram tão engraçadas assim, receber um abraço, um sorriso, um aperto de mão, um “como vai? você é importante”, ou “gosto do que você escreve, continue”. a felicidade não requer a complexidade. não preciso ganhar na mega-sena para ser feliz, se bem que ajudaria bastante a pagar todos os meus boletos por uns bons anos. mas isso não se trata de felicidade. a vida proporciona, como sempre costumo enfatizar, momentos místicos de alegrias sobrenaturais. sabe quando do nada surge aquele sentimento quente, forte, alegre, e tudo o que sentimos e queremos fazer é viver a vida com tamanha intensidade e, naqueles breves segundos, temos a convicção de que estamos vivendo desse jeitinho? quando a alegria arromba a portinha do coração e é tão forte que quase choramos de tanta felicidade? são momentos únicos e raros, mas acontecem. quem os proporciona? não tem como racionalizar esses acontecimentos. há um bom tempo descobri quem está por trás desses arroubos de felicidade. e quem, também, está por trás dos momentos simples e felizes, cotidianos, que podemos não dar tanta importância, mas se olharmos direitinho, encontraremos a felicidade bem escondidinha, como se estivesse brincando de pique-esconde, esperando a gente encontrá-la nesses momentos banais, mas que escondem as pequenas parcelas de felicidade de toda a vida.

quero aproveitar o máximo do tempo com as pessoas que eu amo, não quero pensar se estou sendo intenso ou carente ou chato ou indelicado por demonstrar todo o afeto que sinto, toda a preocupação, todo o cuidado que tenho pelas pessoas que fazem a minha vida, essa parte da minha vida, melhor. não quero pensar demais, pois quando raciocino muito, acabo não fazendo nada, fico travado, e os momentos que poderiam ser inesquecíveis, caíram no nada da minha quase covardia, ou racionalização do que deveria ser. será que sou um covarde? sim. sou um covarde. mas não quero ser. não vou permitir que todos esses pensamentos me impeçam de viver a vida em sua beleza. e se for para me machucar, que eu fique machucado. mas que eu não opte por não sentir nada. há quanto tempo venho lutando por isso? oh, Deus.

viver a vida de forma intensa e aproveitar o dom divino da melhor forma possível. amar o tanto que posso amar, oferecer o que tenho de bom para oferecer, demonstrar o que sinto sem reservas, e apenas ter pena de quem não for livre o suficiente para receber todo o amor, afeto, cuidado, bem, etc, que eu porventura tenha a oferecer. quando eu não tiver mais medo, então serei livre. sim, livre!

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