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5 min readJun 7, 2019

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Foto: Caio Resende

A Copa América está chegando e nossas expectativas estão lá no alto, mas você sabe como surgiu esse campeonato tão famoso? Confira tudo isso e nossas expectativas para os jogos no episódio #7 do Aleatoriozão!

Questão de tática

A seleção brasileira de Felipão consagrou-se pentacampeã com a formação 3–4–3 (três defensores, quatro meio campistas e três atacantes). O esquema era popular na época: diversos times europeus o utilizavam. Com o passar dos anos, o futebol foi evoluindo, e novas formações táticas foram criadas. Um exemplo emblemático é o 4–1–4–1, que consiste de quatro defensores, um volante, quatro meio campistas e um centro avante. O esquema foi utilizado pela seleção alemã de 2014, que derrotou o Brasil na Copa do Mundo.

Tite foi o responsável por popularizar o 4–1–4–1 no Brasil. O implementou no Corinthians de 2015, inspirado pelo esquema avassalador de Joachim Löw, técnico alemão. Entre idas e vindas de técnicos brasileiros, quando Tite finalmente chegou ao comando da seleção brasileira, trouxe o mesmo esquema tático. Essa forma de jogar dá liberdade para os quatro meio campistas criarem jogadas de ataque. Enquanto isso, o centroavante vai e volta ao participar de movimentos de ataque e contra-ataque. O foco passa a ser ter a posse de bola e ditar o ritmo do jogo.

E o que dizer da preparação física dos jogadores? Desde a fatídica copa de 2014, a preparação foi reforçada com novas tecnologias. Gramas sintéticas, aparelhos pneumáticos, kettlebells (bola de ferro para musculação) e TRX (“elásticos” para resistência muscular) são exemplos dos mais recentes equipamentos de evolução física. Fábio Mahseredjian e Ricardo Rosa são os profissionais responsáveis pela preparação física e evolução muscular da seleção canarinha.

Brasil acima de tudo, infraestrutura acima de todos

Já ouviu falar sobre elefantes brancos? Normalmente o termo é usado para falar sobre investimentos feitos em infraestrutura que nunca foram concretizados. Bons exemplos são as construções que deveriam ficar prontas até a Copa do Mundo de 2014: estádios, hotéis, rodovias e viadutos abandonados ou inacabados. A questão a se discutir é: será que o país aprendeu com os erros do passado e está preparado para organizar mais um evento deste porte como a Copa América? Ela contará com seis estádios em cinco estados diferentes. Estádios, estes, construídos ou reformados para a última Copa do Mundo e que são usados para partidas, shows e outros eventos.

No período do Mundial de 2014, o governo da ex-presidente Dilma Rousseff investiu na infraestrutura visando o aumento da demanda pelo turismo e na melhoria da mobilidade móvel nos estados. A ideia era boa, mas não foi concretizada. Diversos projetos de obras sequer saíram do papel, além de várias construções que até hoje não estão prontas. Um exemplo deste problema é a execução do monotrilho na cidade de São Paulo. Após 8 meses de atraso, a entrega está prevista para 2020.

Um levantamento feito com base no banco de dados do Tribunal de Contas da União (TCU) divulgou que, no governo de Jair Bolsonaro, cerca de 40 mil obras que foram financiadas com recursos da União. Dessas, 37% estão paralisadas. Ainda segundo o relatório, o Governo Federal já investiu, ao menos, cerca de 10 bilhões de reais em empreendimentos que não geram lucro à população. De acordo com a área técnica do TCU, a contratação de obras com base em projetos básicos deficientes, a falta de recursos financeiros por parte do Estado e dificuldades em gerir o dinheiro recebido da União são os principais entraves para o andamento dos projetos.

Apesar desses problemas, há quem esteja otimista. Para o apresentador do programa Terceiro Tempo da Band, Milton Neves, o país está preparado para receber seus convidados. “Para quem sediou outro dia uma Copa do Mundo — e bem — será fácil receber nossos visitantes. Será uma bela Copa América!”, acredita. Para ele, a única preocupação é o desempenho do Brasil dentro de campo. “Pena que nossa Seleção hoje seja nota 4,27”, lamenta.

No entanto, medidas são necessárias para resolver o impasse dos elefantes brancos. Deve-se conscientizar e alertar a sociedade sobre os gastos estrondosos na economia nacional. Assim, civis poderão exigir seus direitos. Entre eles, estão bons investimentos em obras úteis às comunidades. Lidar com projetos inacabados não é algo simples. Solicitar o retorno de eventos nestes estádios e obras pode ser uma saída, ao gerar atrações para o local e acréscimo no capital, compensando os gastos. O Brasil necessita de ordem para finalmente progredir; a frase de nossa bandeira não terá peso se não a seguirmos.

Qual a situação de obras que foram prometidas na Copa do Mundo e que influenciam a estrutura da Copa América?

São Paulo

Fonte: Intertechne/Site

A Linha Ouro do monotrilho, que ligaria a estação São-Paulo-Morumbi ao Aeroporto de Congonhas, deveria ter ficado pronta para a Copa do Mundo, porém, está parada. A licitação será aberta novamente este mês, e a promessa do governo é entregar em 2020.

Belo Horizonte

Fonte: Humberto Trajano/G1

Prometido para estar com todas as obras concluídas em 2014, ainda existem obras inacabadas no Aeroporto de Confins. Não há previsão de retomada destas obras, e a BH Airport, empresa responsável, alega que mantém negociações com o Governo e a Infraero.

Porto Alegre

Fonte: Mateus Bruxel / Agencia RBS

Várias obras foram prometidas para a copa de 2014, mas seguem inacabadas. Todas as execuções paradas envolvem a mobilidade urbana, e, em geral, são em avenidas da capital. A causa principal é a falta de dinheiro no Rio Grande do Sul e o mau planejamento, além de necessidade de desapropriação de terrenos particulares.

Rio de Janeiro

Fonte: Agência Brasil

A situação no Rio de Janeiro é diferente das outras capitais. Todas as obras prometidas foram entregues na capital carioca. Porém, o vandalismo, a insegurança e a falta de manutenção são um problema, principalmente na BRT Transcarioca. Vários pontos da BRT sofrem com a depredação e a falta de manutenção. Usuários reclamam constantemente da sujeira, por exemplo.

Um torneio como a Copa América desperta a nossa curiosidade. Saiba mais no Foca da Semana:

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Reportagens hipermidiáticas feitas pela equipe do ALT. Uma produção da Agência Brasileira de Jornalismo (ABJ).