thamires mattos
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20 min readSep 27, 2019

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Meninos que marcam gerações

Se você já vibrou ouvindo uma canção romântica de um grupo formado por garotos, são grandes as chances de que já tenha sido fã de uma boyband. Esse gênero de banda nasceu quase na mesma época do pop pós-guerra. Ele é conhecido por ter em sua formação garotos bonitos, que se apresentam através do canto, performances altamente coreografadas e pelo grande número de fãs adolescentes do sexo feminino.

Os auges da popularidade das boybands são marcados por três períodos: a primeira na década de 1960, com as bandas The Beatles, do Reino Unido, e Jackson 5, dos Estados Unidos; a segunda entre as décadas de 1990 e 2000, com artistas como Backstreet Boys, NSYNC, entre outros. A terceira fase foi ainda nos anos 2010, e teve como maior expoente o grupo One Direction. Atualmente, quem lidera o ranking da banda mais pesquisada do mundo é o grupo de K-pop BTS. Henrique Gomes Cândido, músico e professor, explica que “o sucesso dessas bandas tem a ver com o efeito de identificação. A formação de uma boyband é ideal para representar grupos variados. Você tem, por exemplo, jovens cantando e dançando que pode representar aquele grupo de amigos no colégio e que andam juntos no caminho para casa. Essa identificação, somada a maneira como eles compõe as suas músicas, fazem os nossos sentidos receberem estímulos, causando um envolvimento ainda maior com o grupo”. Henrique ainda coloca que o sucesso dessas bandas perdura devido ao desenvolvimento do gosto musical do indivíduo, que ocorre na adolescência. Esses estímulos serão acompanhados pelo resto da vida.

Além do sucesso comercial, o estilo boyband exige uma alta atenção à imagem do grupo. O vestuário, materiais promocionais e clipes têm a intenção de mostrá-los como modernos. Outro fator que reforça essa ideia é a maneira como eles acompanham as tendências da moda e da música popular. Além disso, os grupos são formados por estereótipos distintos. Geralmente, cada membro possui uma personalidade singular, a fim de cativar todo tipo de fã. Em geral, as músicas são escritas, arranjadas e produzidas por um produtor que trabalha com a banda em todos os momentos. Porém, cantores-compositores também são comuns.

O grupo sul-coreano BTS é o atual “rei” das boybands. Diferente das bandas ocidentais, os membros do BTS participam do processo de composição de todas as músicas lançadas pelo grupo. Esse um é dos fatores admirados pelos seus fãs, como Natália Fernandes. “Eu gosto das músicas K-pop, porque, em grande parte, são conscientes. Não precisam desvalorizar nenhuma mulher nas letras para fazer sucesso, e os grupos não se apegam a apenas um estilo musical”, pontua.

Sua playlist ainda tem boybands? Em meio a tantos estilos musicais, esse ainda continua sendo um dos preferidos por muitos jovens. E é nítido que várias dessas músicas marcaram muitas gerações.

Confira aqui os maiores hits de boybands através das décadas!

The Beach Boys

The Beach Boys é uma banda de rock formada em 1961, na Califórnia, Estados Unidos. É tida como uma das bandas mais influentes da história do rock. Além de emplacar diversos singles nas paradas de sucesso e ter álbuns recordistas de venda, eles foram a primeira banda pop rock americana a alcançar o marco de 50 anos de existência. Em 1988, foi incluída no Hall da Fama do Rock and Roll. A formação original consistia nos irmãos Brian Wilson, Carl e Dennis, o primo Mike Love e o amigo Alan Jardine. Em seus 58 anos de existência, The Beach Boys passou por diversas mudanças no estilo musical e na formação, principalmente por complicações como os problemas psicológicos, abuso de drogas e o eventual afastamento de Brian; as mortes de Dennis em 1983 e Carl em 1998 e as batalhas legais entre os integrantes do grupo.

A música “Wouldn’t It Be Nice”, do álbum Pet Sounds, lançado em 1966, é considerada uma obra prima. Ela descreve um casal apaixonado lamentando ser jovem demais para fugir para se casar, fantasiando sobre como seria bom se fossem adultos. Beach Boys é uma das mais inovadoras bandas da história do rock, possuindo em seu repertório uma grande variedade de estilos e influencias musicais; como o surf rock (primeira metade dos anos 60), música erudita, folk, country, blues, soul, bossa nova, música havaiana e até hard rock.

The Beatles

The Beatles foi uma banda de rock formada em Liverpool, na Inglaterra, em 1960. Era composta por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr. A crescente popularidade da banda causou manifestações extremas por parte de fãs — a chamada beatlemania. O Guinness World Records a elegeu como a banda que mais vendeu discos na história da indústria musical. A música “Hey Jude” foi lançada em 1968, sendo seu single mais vendido, mesmo com longa duração — mais de sete minutos.

A música foi escrita por Paul McCartney, após visita ao filho de John Lennon, que sofria com o divórcio de seus pais. No caminho, Paul pensava no que dizer a Julian Lennon quando chegasse lá, e foi assim que nasceu “Hey Jude”. Incialmente o título seria Hey Jules, que era o apelido do garoto, mas Paul mudou o título para Jude, devido a melhor sonoridade. Em 1969 a banda se separou e nunca mais os quatro integrantes tocaram juntos. Mesmo após cinco décadas de sua dissolução, as músicas do grupo continuam populares, até por aqueles que nem eram nascidos na existência da banda. Eles já foram honrados com sete Grammy Awards, quinze Ivor Novello Awards e um Oscar por melhor trilha sonora (Let It Be). Os quatro integrantes foram incluídos na compilação da revista Time das 100 pessoas mais influentes do século XX.

Jackson 5

The Jackson 5 foi um grupo musical de R&B e Soul formado por Michael Jackson e seus irmãos Jackie, Tito, Jermaine, Marlon e Randy. A banda de Indiana, nos Estados Unidos, surgiu em 1964. Michael tornou-se o vocalista principal do grupo em 1966, com apenas 8 anos. Após a descoberta da banda por Diana Ross, eles foram oficialmente lançados em 1969. Conseguiram rapidamente grande sucesso com as suas quatro primeiras músicas: “I Want You Back” (vídeo) e “ABC”, de 1969, “The Love You Save” e “I’ll Be There”, em 1970. A música “I Want You Back” chegou à liderança da parada musical Billboard Hot 100. Ao longo dos anos em que o grupo permaneceu junto, venderam cerca de 113 milhões de álbuns. O fim da formação inicial veio em 1984, quando a carreira solo de Michael Jackson estava mais bem-sucedida que a própria banda. Anos mais tarde, a banda retornou, mas o desempenho não foi o mesmo. Ao todo, The Jackson 5 teve sete formações. Em abril de 2012, Jackie, Tito, Jermaine e Marlon anunciaram uma pequena turnê com trinta e oito shows. A turnê terminou em 27 de julho de 2013 em Atlantic City, Estados Unidos.

Menudos

O grupo musical Menudo foi criado em 1977 pelo produtor Edgardo Díaz, em Porto Rico. No entanto, foi só na década de 1980 que aconteceu o boom da boyband latina. O grupo teve diversas formações, já que, quando um integrante completava 16 anos, era substituído. A banda ganhou repercussão midiática, e seus shows costumavam reunir grandes públicos, de modo que apenas estádios de futebol poderiam comportar o número de pagantes. O cantor Ricky Martin foi um dos integrantes do grupo. Mania, de 1984, é o 14º álbum da boyband e o primeiro em português do grupo. As faixas deste disco são uma seleção dos três álbuns anteriores — lançados em espanhol — traduzidas para o português. No Brasil, seu maior hit foi “Não se reprima”.

NSYNC

NSYNC foi uma boyband americana de música pop. O nome do grupo é formado pelas últimas letras dos nomes de seus integrantes: Justin, Chirs, Joey, Lansten e JC. Depois do lançamento do primeiro single “I Want You Back”, o grupo iniciou uma turnê pela Alemanha e Europa. Seu segundo single, “Tearin’ Up My Heart”, lançado em abril de 1997, era número um nas rádios e na MTV. Eles abriram a turnê da cantora Janet Jackson, e após terminar as viagens, ganhou disco de diamante pelas vendas do álbum que chegou a 10 milhões de cópias. Em janeiro de 2000, o grupo lançou “Bye, Bye, Bye”, single principal de seu terceiro álbum No Strings Attached. A música foi sucesso comercial, e alcançou o número 4 na Billboard Hot 100 dos EUA.

Backstreet Boys

A boyband Backstreet Boys foi formada oficialmente em 1993 pelo mesmo produtor do NSYNC. Sua primeira apresentação foi para 3 mil adolescentes no parque Sea World. O grupo é composto por AJ Mc Lean, Howie Dorough, Brian Littrell, Nick Carter e Kevin Richardson. Em 2006, Richardson deixou o grupo, que realizou dois álbuns como quarteto. Em 2012, anunciaram a volta da formação inicial. Recentemente, divulgaram a turnê The DNA World Tour, que farão em 2020. No Brasil, se apresentarão em São Paulo, Rio de Janeiro e Uberlândia. “I Want It That Way”, lançada em 1999 no álbum Millennium, é uma das músicas mais conhecidas da boyband.

KLB

O trio de irmãos Kiko, Leandro e Bruno são os integrantes do grupo musical KLB, que fez sucesso no Brasil durante os anos 2000. A primeira aparição na TV foi no “Domingo Legal”, na época apesentado por Gugu Liberato. O grupo vendeu, ao todo, mais de sete milhões de cópias. Só o primeiro CD foi responsável por mais de um milhão e meio de cópias, resultando em um disco de diamante e outro de platina triplo. A primeira música lançada pelo trio foi “A Dor Desse Amor”.

McFly

McFly é uma banda inglesa que alcançou a fama em 2004. Considerada do gênero pop rock/pop punk, seus membros são Tom Fletcher, Danny Jones, Dougie Poynter e Harry Judd. Através do seu primeiro trabalho, Room on the 3rd Floor, o grupo se tornou a banda mais jovem a ter um álbum de estreia em primeiro lugar no Reino Unido. Um mês após o lançamento, eles realizaram a primeira turnê pelo país. Em 2005, McFly lançou seu segundo álbum, intitulado Wonderland. A primeira música lançada neste álbum foi “All About You”, composta por Tom Fletcher. Foi o single oficial do Comic Relief, organização britânica de caridade que atua no combate a miséria. Todo o lucro líquido da faixa foi doado para o evento. A boyband recebeu o certificado de Prata pela British Phonographic Industry, além de ser, até então, o single mais vendido do grupo. Depois de três anos de hiato, a banda voltou em 2019, lançando duas novas músicas.

Jonas Brothers

As ex-estrelas da Disney voltaram com tudo em 2019. A boyband é composta pelos irmãos Kevin, Joe e Nick Jonas. Os Jonas Brothers começaram ainda crianças no ramo musical. O caçula, Nick, já tinha um CD solo gravado, e atuava na Broadway. Os jovens começaram abrindo shows de Kelly Clackson, Jesse McCartney e Backstreet Boys. Em 2008, os Jonas Brothers anunciaram sua turnê denominada Burnin’ Up Tour, promovendo o filme e seu terceiro álbum. A boyband continuou seus trabalhos até 2013, quando anunciou sua separação. Seis anos depois, em 2019, a banda divulgou a volta com o single “Sucker”, que atingiu o primeiro lugar na Billboard Hot 100.

NX Zero

NX Zero é uma banda brasileira de emocore formada em 2001 em São Paulo. Mas o sucesso da banda só veio em 2004 com o lançamento do seu primeiro disco Diálogo?, que bateu a marca de 200 mil cópias. A banda é composta por Di Ferrero, Gee Rocha, Dani Weksler, Caco Grandino e Fi Ricardo. Com o lançamento do álbum NX Zero, em 2006, o grupo recebeu seu primeiro grande prêmio, o Multishow. O segundo single do CD é “Razões e Emoções”, considerado o maior sucesso do NX. Ela foi uma das músicas mais tocadas de 2007, principalmente no segundo semestre, responsável pelo prêmio Hit do Ano no Video Music Brasil 2007. Após 16 anos de trabalho, o NX Zero anunciou uma pausa em suas atividades.

Restart

Conhecida pelo figurino colorido, a banda Restart chamou atenção dos adolescentes brasileiros em 2008. A banda formada pelos amigos Pe Lanza, Pe Lu, Koba e Thomas, obtiveram sucesso já no seu primeiro álbum Recomeçar. O single com o mesmo nome foi um dos responsáveis por alavancar a carreira nacional da banda, que inclusive ganhou disco de platina. O grupo teve grande repercussão na televisão brasileira, inclusive através do game show que seu integrantes apresentavam, Estação Teen, na Rede TV!. Os integrantes anunciaram o fim da banda em 2015.

One Direction

A formação da boyband One Directon, também chamado de 1D, foi inusitada, e, icônica. Louis Tomlinson, Harry Styles, Liam Payne, Niall Horan e Zayn Malik se inscreveram individualmente no reality show musical The X Factor. Foi assim que a cantora Nicole Scherzinger e Simon Cowell, jurados do programa, os uniram para competir como banda. Eles não ganharam, mas o sucesso foi tanto, que muito os consideram como os novos Beatles. “What Makes You Beautiful”, seu single de estreia, foi lançado em 2011 e estabeleceu recorde na gravadora Sony Music com mais de 53 mil cópias em sua primeira semana. Ao total, mais de 70 milhões de discos e singles foram vendidos em todo o mundo. Em 2015, a banda anunciou um hiato por tempo indefinido.

BTS

A boyband sul-coreana BTS é uma das maiores representantes da música K-pop. Estreada pela gravadora Big Hit Entertainment, é composta por sete membros: Jin, Suga, J-Hope, RM, Jimin, V e Jungkook. O grupo foi oficialmente lançado em 2013 e ganhou como Novo Artista do Ano em três grandes premiações musicais na Coréia do Sul. O reflexo da explosão mundial veio em 2017, quando a boyband ganhou o Prêmio de Top Artista Social no Billboard Music Awards, tornando-se o primeiro artista coreano a ganhar um BBMA. Em novembro do mesmo ano, o grupo apresentou a canção “DNA” no American Music Awards, fazendo sua primeira performance na TV americana ao vivo. Com a estreia de seu terceiro álbum, Love Yourself: Tear, a música “Fake Love” foi lançada como faixa principal. Três dias após o lançamento, o single alcançou o número 10 no Billboard Hot 100 e o número um no chart de vendas da Digital Songs nos EUA.

Desde que a indústria musical começou a ganhar força nas estações radiofônicas e em programas televisivos, diversas bandas e produtores musicais têm ganhado muito dinheiro com a venda de CDs, na produção de clipes musicais e na realização de shows em diferentes lugares do mundo. Porém, as produtoras não pararam por aí. Ultimamente, na tentativa de lucrar ainda mais e ter engajamento com seu público, estes artistas comercializam seu material com serviços de streaming ou com vendas de peças de roupa e outros produtos.

Com o processo da evolução tecnológica mundial, surgiram as plataformas digitais — Deezer e Spotify, por exemplo —, além da comum comercialização dos álbuns. Nos últimos 20 anos, o mercado da música teve um acréscimo de 9,5% em seus lucros e um total de 135 milhões de vendas de discos em todos os formatos — desde o vinil ao CD, e, hoje, aos downloads e serviços de streaming. Desse total, 51,5% dos ouvintes consumiram músicas por meio de plataformas digitais. Os dados são da Recording Industry Association of America (RIAA).

Além de streamings, o mercado musical tem crescido com a comercialização de acessórios de diferentes tipos que impulsionam a divulgação destas bandas. Algumas peças são regularmente vendidas pelos produtores musicais, como as famosas camisetas personalizadas. Elas podem ser encontradas em quiosques e lojas presentes nos shoppings de qualquer cidade ou país. Além disso, estes produtos também são vendidos em lojas online e nos shows dos músicos em questão.

O universo midiático também faz seus investimentos na indústria musical. Filmes, seriados e documentários também ganharam espaço no mercado e atenção do público. Esses conteúdos podem servir de alavanca para artistas conseguirem alcançar ainda mais pessoas e também para a promoção de seus materiais, ou eternizar através do conteúdo à história de uma artista que já se foi. Um exemplo clássico deste fenômeno mercadológico foi Michael Jackson. O “rei do pop” — que teve seu início profissional em uma boyband — possui diversos longa-metragens que contam os bastidores de sua vida. Um dos mais marcantes foi lançado logo após a morte do cantor, em 2009: This Is It.

Assim como Michael Jackson, boybands também investem em conteúdo audiovisual. Ainda na década de 1960, os Beatles lançaram cinco filmes: As comédias Hard Day’s Night (1964), Help! (1965) e Magical Mystery Tour (1967); a animação Yellow Submarine (1968); e o documentário Let it Be (1970). Bandas como os Backstreet Boys, por exemplo, também possuem um filme. No ano de 1999, o longa Backstreet Boys Stories foi lançado. Ele trouxe ao público entrevistas, um vasto perfil de cada integrante, conversas de bastidores e também mostrava quais eram as influências e ídolos musicais de cada um dos membros da banda.

Outro documentário que levou milhares de fãs ao delírio em é a biografia This Is Us, da boyband britânica One Direction. Lançado em 2013, o longa conta a trajetória de vida dos cinco jovens antes do estrelato. O filme ainda revela como era a preparação da banda antes dos shows. A publicidade da banda cresceu tanto após o lançamento do filme que, como parte de divulgação do projeto, a banda permitiu que os fãs fizessem um mosaico com fotos de si mesmos para aparecerem como fundo do cartaz oficial.

O empreendedorismo musical também gera grande impacto na economia, tornando lugares comuns em pontos turísticos movimentados. De acordo com o relatório do World Travel & Tourism Council (WTTC) de 2016, o turismo cresce há cinco anos consecutivos mais do que a economia global, principalmente nos países em desenvolvimento. Essa movimentação pode ser proveniente do fluxo de fãs que querem estar nos mesmo lugares em que seus ídolos um dia estiveram. Um exemplo clássico é a Abbey Road — a “Rua dos Beatles” — , em Londres. Com isso, fica claro que não importa o que é vendido, sempre haverá uma legião de pessoas plenamente dispostas a consumir produtos a fim de satisfazer sua devoção e fidelidade à ídolos musicais.

Melhor do que apenas conhecer algumas músicas de uma boyband, é entender a história, contexto social e a diferença que ela causou não somente entre os seus fãs, mas, no mundo. Por isso, separamos alguns documentários para você se aprofundar nesse vasto universo musical de bandas que marcaram épocas e fãs:

Backstreet Boys: Show ’Em What You’re Made Of

Lançado em janeiro de 2015, o longa comemora os 20 anos de sucesso da banda, que teve início em 1993. Trata da história do quinteto, a vida pessoal de cada um e as idas e vindas dos integrantes com entrevistas e bastidores das turnês.

How The Beatles changed the world

Este documentário, lançado no começo de 2018 na Netflix, mostra toda a trajetória de uma das boybands mais famosas de todos os tempos, desde o seu início, na Grã-Bretanha, até conquistarem o mundo inteiro, fazendo com que sejam lembrados até hoje. Uma peculiaridade dessa produção é contar a história do grupo de acordo com fatos históricos do mundo. Portanto, faz jus ao título, ou seja, conta como a banda teve influência para abrir a mente das pessoas e fazê-las ter uma visão diferente sobre vários assuntos. O objetivo central é mostrar que a partir do grupo The Beatles, a voz dos jovens passou a ter tanta importância quanto a dos mais velhos na época.

The Jacksons: An American Dream

Essa minissérie foi lançada em 1992 pelo canal de televisão ABC, nos Estados Unidos. O drama conta a história do grupo “The Jackson 5” em forma de romance. Originalmente, o produto seria um livro, escrito por Katherine Jackson. Seu título remete à frase gravada na mente de todo estadunidense: “um sonho americano”, em tradução livre. A produção é trabalhada como enredo de novela. Começa contando como Katherine e Joe se conheceram e formaram sua família. Além disso, mostra os desafios que o grupo enfrentou e destaca a carreira e conflitos internos do astro pop Michael Jackson. Ao total, a minissérie contabiliza mais de três horas de duração.

Jonas Brothers: Chasing Happiness”

Em junho deste ano, o trio mais famoso da Disney lançou um longa sobre sua carreira. Ele vai além de apenas mostrar cenas e bastidores dos melhores shows dos irmãos. O longa possui entrevistas e revelações exclusivas sobre a separação da banda e o motivo da volta, além de trazer curiosidades sobre cada membro. Está disponível na Amazon Prime Video.

Bring The Soul: The Movie

O fenômeno coreano mundial BTS, que conquista mais fãs a cada apresentação, não poderia deixar de lançar um longa sobre seu último dia de show da turnê “Love Yourself”. O filme-documentário conta com entrevistas e fatos cômicos sobre os seis cantores sul-coreanos. O filme foi lançado em 7 agosto deste ano.

One Direction: This is Us

Lançado em 2013, o documentário fala sobre a origem de uma das boybands de maior sucesso até então, desde sua ascensão em 2012. This is us mostra como a banda foi formada, as peculiaridades, personalidade e intimidade de cada integrante e como, em tão pouco tempo, eles foram capazes de transformar uma geração inteira de adolescentes em seus fãs. O documentário também mostra como, mesmo perdendo o reality Show The X Facto”, a banda conseguiu, pouco tempo depois, estar em primeiro lugar nas paradas de sucesso simultaneamente em mais de 35 países.

Mamonas para sempre

De conhecimento de grande parte dos brasileiros, os Mamonas Assassinas ganharam um longa em sua homenagem. Lançado em 2011, o documentário traz a história de Bento, Dinho, Júlio, Samuel e Sérgio, que começaram a carreira musical com a banda Utopia. Mais tarde, eles ganharam espaço no cenário musical com o nome Mamonas Assassinas. O documentário traz entrevistas e cenas gravadas pelos próprios integrantes da banda, que tiveram um fim trágico num acidente aéreo, em 1996.

NX Zero in Japan

Essa série documental acompanha a banda brasileira NX Zero em uma turnê pelo Japão. Produzido e transmitido pela Multishow na Web, em 2013, o documentário mostra cada detalhe da viagem, desde a saída do Brasil, o voo, a chegada, a preparação e os shows no país oriental. NX Zero in Japan compartilha um pouco das dificuldades que o grupo teve na turnê, como fuso horário e idioma. Entretanto, a ideia central é mostrar como o grupo de origem brasileira alcançou o sucesso até do outro lado do globo, fazendo shows no Japão para fãs brasileiros e japoneses.

Depois da separação, alguns ex-membros de boybands alcançaram sucesso solo ou em outros projetos. Escute suas músicas mais conhecidas aqui:

O termo “K-pop” é a redução para a palavra inglesa Korean pop e se refere à música pop produzida na Coreia do Sul, que se originou e começou a se popularizar nos anos 90. O K-pop faz parte de um fenômeno que vem crescendo desde o início dos anos 2000, o “Hallyu” ou “Onda Coreana”. Esse fenômeno consiste na propagação não só da música, mas da cultura sul-coreana como um todo, englobando filmes, programas de tv, doramas (novelas), cosméticos e itens da indústria alimentícia. A princípio, tal interesse foi despertado na China, depois migrou para o Japão, e foi se tornando um fenômeno mundial, extremamente popular entre adolescentes e jovens. Até então, o cenário musical era dominado por artistas solo e bandas de rock, mas mudou após agências passarem a “recrutar” candidatos a cantores através de audições. O sucesso trazido por essas inovações resultou em um novo modelo de produção de artistas.

O “In house Systemy” é um sistema criado para essa seleção. Ele patrocinava os “trainees”, crianças de 12 a 15 anos, interessadas no processo. De acordo com Caio Amaral Cruz, funciona da seguinte forma: quando os trainees chegam em um nível artístico considerado satisfatório pela empresa, eles são organizados e divididos em grupos masculinos e femininos. O número de integrantes por grupo varia muito; existem alguns compostos por mais de dez. Esse alto número é uma estratégia utilizada para que as pessoas se identifiquem com pelo menos um dos personagens. O objetivo é que eles consigam “debutar”, ou seja, serem lançados ao público oficialmente como idols (cantores) e promover suas músicas em programas televisivos. Nos programas, eles disputam entre si o prêmio de primeiro lugar no ranking semanal, baseado em quesitos como vendas físicas e digitais, número de visualizações no YouTube e popularidade nas redes sociais. Apesar de parecer promissor, ao assinar um contrato, o acordo controla não só o personagem em frente à câmera, mas também sua vida pessoal e, assim, toda e qualquer imagem do idol.

A organização é uma das coisas que mais chamam atenção, pois cada membro de um grupo tem uma função e uma posição definida. Todos os lançamentos e períodos de promoções são minuciosamente planejados, assim como cada apresentação, figurino e conceito. Até mesmo os fãs seguem essa lógica. Eles acompanham as performances com gritos pré-planejados e ensaiados à perfeição para acompanhar a letra da música. Além disso, cada grupo tem seu nome e cor de fã-clube, para que seus fãs sejam identificados apropriadamente.

Os treinamentos começam na adolescência e levam anos para transformar o cantor em um produto mercadológico destinado ao sucesso. Se em algum momento ele desistir, todo seu tempo e esforço dedicado ao programa vai para o lixo. No início, eram 13 anos de contrato que os próprios trainees consideravam “escravistas”, devido à sua rigidez e valores exorbitantes de multas em caso de quebra. Hoje, esses acordos foram reajustados para sete anos, contudo, as cláusulas permanecem. Uma das principais proíbe o idol de namorar, pois esse ato é reconhecido pelas fãs como traição.

O tipo físico coreano é um corpo magro, e, se os idols quiserem se manter nos palcos, precisam se encaixar nesse padrão, ainda mais as mulheres. A rotina dos idols é extremamente cansativa. Em diversos shows e apresentações, desmaios são frequentes. Em alguns depoimentos e histórias, desistentes, após “fracassarem”, contam aos bastidores os relatos de uma mídia que mata o artista e exibe o produto.

A música pop coreana é a obra cultural mais popular vinda da Coréia. A partir dos anos anos 2000, surgiu o “The Big Three”: JYP, YP e S.M Entertainment. O termo trata das três principais empresas do ramo que, juntas, em 2013, lucraram cerca de 288 bilhões de won, o equivalente a mais de 900 milhões de reais. Logo, a música serve também aos interesses políticos e diplomáticos do país.

Em 2005, o grupo musical Super Junior começou a fazer sucesso. A admiração das fãs se instaurou e o fenômeno de idolatria aos artistas se fortaleceu, dando início a era do fanatismo. A cada migalha que é jogada, os fãs iam desesperados apanhar, e isso se repercute até os dias de hoje.

Em 2012, foi lançado o primeiro videoclipe de K-pop, Gangnam Style. E, de repente, estouro! O clipe tornou-se um marco mundial por ser o primeiro vídeo a ultrapassar a casa de um bilhão de visualizações na plataforma do Youtube. Assim, o K-pop se espalhou da Coréia do Sul para o mundo. Em maio deste ano, o grupo BTS (Beyond The Scene), maior banda de K-pop atualmente, esgotou 36 mil lugares no Allianz Parque em menos de duas horas. Tal “tsunami” BTS chegou a ser comparado aos Beatles — pelo número de fãs que são alcançados através da música. O Brasil e os Estados Unidos são os maiores consumidores de K-pop fora do continente asiático. O BTS também faz parte de um marco histórico por “nascer” com a companhia “BigHit”. Esta se difere das outras empresas justamente por seu contrato não adotar um sistema tão rígido. Na maioria das músicas, os cantores têm autonomia e liberdade de criação, tanto para as letras quanto para as coreografias.

Apesar do sistema ter aparentemente mudado, não altera o fato de esses produtos da mídia coreana serem controlados pelas empresas que os criam. Uma vez aceito, o contrato toma posse da imagem das celebridades. Todo consumo do país é baseado no que as grandes empresas patrocinam. Os anúncios, comerciais e propagandas são interpretados pelos idols selecionados, o que, além de aumentar o consumo do produto vendido, incentiva jovens e adolescentes a entrar para o programa trainee. Esse ciclo contínuo que atrai mais crianças para a frente dos holofotes não tem previsão de encerramento, e a competição aumenta a cada ano para saber quem será o próximo idol.

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