Vida de fã

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4 min readSep 27, 2019

Confira depoimentos de quem acompanha boybands

Como grande parte de nosso musical é formado na adolescência — período em que muitos descobrem as boybands — , fãs tem experiências atreladas aos grupos. A estudante Stéphanie Lima, de 17 anos, conta um pouco de sua história como fã da One Direction.

Eu tinha apenas 10 anos quando entrei em contato com a One Direction. A partir da música “One Thing”, de temática romântica e lançada em 2012, resolvi virar fã inteiramente. Conheci eles frequentando a casa a casa da minha prima que era fã e me fazia ouvir o show inteiro deles. Foi lá também que tive o primeiro contado com a música que eles tocavam e comecei a gostar. O que me motivou a virar fã de One Direction foi o jeito deles. A maneira como tratavam os fãs também foi um diferencial, porque sempre agiam com carinho. Eles são praticamente tudo na minha vida, as músicas me ajudam muito e ouço sempre.

Hoje, além de ouvi-los todos os dias, participo de todas as votações que abrem sobre eles, e consumo notícias sobre a banda todos os dias. Sempre tento saber algo novo . Como fã número um, já criei contas de fã clube no Twitter, e uma é mantida desde 2015, onde compartilho fotos, músicas novas, e, de alguma forma, tento ajudar a divulgar as novidades.

Acredito que uma das razões que me faz ser uma grande admiradora do trabalho deles, são as influências em sempre olhar a vida positivamente mesmo se algo ruim acontecer, procurar ser melhor para alguém e ajudar as pessoas. Me tornei bem melhor com a One Direction, porque eles me fazem refletir através das músicas e das atitudes que acompanho [dos membros]. Com isso, sou motivada a não desistir facilmente e tentar sempre me colocar no lugar do outro. São muitos anos os acompanhando, e não consigo me imaginar sem ser fã. É uma coisa que vou levar para o resto da vida e que faz parte de mim.

Boybands, muitas vezes, se separam. Mesmo assim, fãs guardam boas memórias, como as da Giuliana Barbosa, de 18 anos.

Eu sou muito fã de Onde Direction. Quando eles se separaram, eu fiquei bem triste, porque já acompanhava há bastante tempo. Foi tudo de repente, aconteceu muito rápido. Não esperava que se separassem na velocidade que se separaram. Meu coração ficou partido, pois a banda fez parte da minha vida. Posso dizer que era fanática por eles.

Mas não foi sem precedentes, sabe? Na verdade, desde que o Zayn [Malik] saiu do grupo [em 2015], a gente já se preparou para o pior. Engraçado que quando ele saiu, eu pensei que a qualidade da banda cairia. Entretanto, aconteceu o contrário! Tanto que um dos meus álbuns favoritos só tem os quatro últimos membros. Demorou um pouco, até mais do que eu imaginava. Mas, não teve jeito, o fim da banda chegou. De certa forma, foi uma coisa boa. Depois da separação deles, cada membro do grupo cresceu e virou um artista individual. Por outro lado, nós, fãs, acabamos tendo que nos dividir para ouvir cinco álbuns, enquanto antes ouvíamos cinco em um só.

Apesar de tudo que aconteceu, ainda me considero muito fã do One Direction. Escuto todos os álbuns antigos e, inclusive, os álbuns de cada artista individual. A banda fez parte da minha pré-adolescência e adolescência. Fui em shows, comprava pôsteres, escutava as músicas o dia todo e aproveitava cada segundo. Eu sabia tudo sobre eles, onde nasceram, quando nasceram, o que gostavam e o que não gostavam. A “presença” deles na minha vida foi parte da minha formação e tenho muito carinho pela banda por causa disso. Acima da separação, foi uma experiência única e muito maravilhosa!

A diversidade cultural também invade as vidas de fãs de certas boybands. Para Bianca Isaías, desenhista, ser “k-popeira” é algo definidor.

Tudo começou quando duas amigas minhas perguntaram se eu conhecia o K-pop. Então, quando eu vi pela primeira vez, foi paixão platônica. Posso dizer que comecei a me sentir fã desde o primeiro minuto em que eu vi um MV (videoclipe) do BTS. A música era “Save Me”. É um estilo musical completamente diferente. Não é do nosso cotidiano, como o Pop, o Sertanejo e tantos outros. É algo bem cultural da Coréia. E as letras… Ah, o que dizer delas? São tão inspiradoras e motivadoras. Na realidade, foi justamente por causa disso que me interessei.

Pode até parecer que é só mais uma paixão ou até mesmo hobbie, mas o K-pop influenciou até meus hábitos. Eu tive muita vontade de aprender mais sobre essa cultura, e sobre a cultura asiática em geral. Pesquisei sobre conflitos da Coréia do Norte e da Coréia do Sul, conflitos com a China, procurei saber mais sobre sua língua, seus hábitos de beleza — que são extraordinários — , e aprendi, inclusive, a fazer muita coisa da culinária deles. Acabei pegando muito da cultura para mim: comecei a cuidar mais da minha saúde, da minha beleza e da minha apresentação perante as pessoas. E a influência não para aí. Eu desenho desde criança. Depois que comecei a gostar de K-pop, me senti incentivada a desenhar caricaturas realistas. A maioria dos desenhos realistas que eu fiz foram de K-idols. Isso melhorou ainda mais a forma como eu desenho.

A gente realmente se sente amada. Posso sentir o carinho e o amor que os K-idols têm pelos fãs. Não é como os cantores de palco, que se importam com o fã só quando estão em shows, mas que, quando longe, não estão nem aí. Os K-idols sempre fazem coisas diferentes para tentar agradar os fãs. Eles sabem que dependem do nosso carinho, e o fato de mostrarem isso é uma das coisas mais importantes para nós. Assim, a gente tem vontade de permanecer. Já é o meu terceiro ano de K-popeira e, para mim, ver a evolução deles, ver novas bandas serem formadas, acompanhar programas e sua cultura, é simplesmente maravilhoso.

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Reportagens hipermidiáticas feitas pela equipe do ALT. Uma produção da Agência Brasileira de Jornalismo (ABJ).