Tacos que não contêm carne: um surpreendente sucesso do fast-food
Traduzido de: https://www.vox.com/future-perfect/2019/6/20/18691964/del-tacos-meatless-tacos-beyond-meat-taco-bell
A marca vendeu dois milhões de tacos Beyond Meat em dois meses. Agora está lançando mais produtos sem carne.
Dois meses atrás a Del Taco anunciou uma parceria com a empresa de carne alternativa Beyond Meat. A rede de fast food, que possui 580 lojas pelos Estados Unidos ofereceu a Beyond carne baseada em vegetais em seus tacos por US$2.49.
Para a novata indústria de carne à base de vegetais, foram dois meses cheios de acontecimentos até agora. A Beyond Meat teve um IPO espetacular com o preço de suas ações chegando a quase US$ 170, por um valor de mercado superior a US$ 10 bilhões. Agora, ela vale mais do que 80 empresas S&P 500, contando com a Macy. E na semana passada, a Beyond Meat estreou com um novo hambúrguer melhorado — que cozinha melhor e tem um sabor mais saboroso e parecido com a carne — em mercearias.
Muitas empresas já lançaram produtos de carne vegetal que hoje lembram o nome da companhia — em contrapartida, a concorrente da Del Taco, a Taco Bell — diz que não se juntará ao movimento.
A Taco Bell pode estar perdendo a oportunidade. Del Taco anunciou na quarta-feira que sua escolha pela carne vegetal foi um grande sucesso. De acordo com o representante da companhia, o taco da Beyond foi um dos produtos mais bem sucedidos da história da empresa, com dois milhões vendidos até o momento.
A recepção para o novo produto da Beyond foi tão entusiasta que a Del Taco está lançando produtos adicionais da Beyond, o “Beyond 8 Layer Burrito” e o “Epic Beyond Cali Burrito” — e está dando gratuitamente os burritos da Beyond com qualquer compra de uma semana, começando no dia 20 de Junho.
Produtos como hambúrgueres vegetarianos, galinha artificial e leite de soja e amêndoa estão crescendo em popularidade e participação no mercado — e estão ficando mais saborosos e difíceis de distinguir dos produtos de origem animal. Novos avanços na ciência alimentícia deixaram mais fácil imitar o gosto e a textura da carne de verdade.
A Beyond Meat esteve entre os pioneiros desta nova geração de carne vegetal, que almeja substituir os hambúrgueres vegetarianos à base de feijão vendidos principalmente para veganos. O compromisso da companhia de refinar seus produtos e aperfeiçoar o sabor foi crucial nessa questão — os consumidores que também comem carne são bastante exigentes quanto ao sabor dos produtos à base de plantas.
O restante da indústria de carne à base de plantas também está prosperando. O Burger King vem expandindo seu lanche, o Impossible Whopper, para lojas em todos os EUA. A Qdoba anunciou em abril que serviria a Impossible Foods, concorrente da Beyond Meat. Os gigantes da indústria Tyson e Purdue estão seguindo suas próprias linhas de produtos à base de plantas. Há poucos anos atrás, o Impossible Burger estava disponível em vários restaurantes; agora pode ser encontrado em mais de 5 mil.
Ainda existem céticos. A Taco Bell e o McDonald’s anunciaram sua intenção de esperar entre lançar ou não produtos à base de plantas, e alguns analistas dizem que as empresas suspeitam que o interesse do consumidor por carnes baseadas em plantas é uma moda passageira.
Mas os defensores argumentam que a carne à base de plantas só tende a melhorar. Tanto a Impossible Foods quanto a Beyond Meat lançaram novas linhas de produtos e produtos aprimorados este ano, e o dinheiro que elas arrecadarão permitirá que continuem se mantendo.
E carnes à base de plantas não precisam substituir toda a carne animal para fazer uma grande diferença. Cada hambúrguer substituído por um Beyond Burger afeta as emissões de CO2, a demanda por fazendas industriais e a necessidade de antibióticos. Quanto mais a indústria de carnes baseada em vegetais cresce, mais essa diferença será visível — e isso pode, por sua vez, aumentar o interesse por carnes vegetais.
A equipe da Beyond Burger não acredita apenas que encontrou um nicho, eles dizem que descobriram o “Futuro das Proteínas”. As vendas impressionantes de seus produtos lançados sugere que, ao menos por agora, esse é um futuro que o consumidor quer provar.
Tradução: Carlos Renato Hertel
