De internacionalista para desenvolvedora front-end. O relato da minha transição de carreira para a área da tecnologia

AMARO
AMARO
Published in
4 min readOct 13, 2021

O meu primeiro contato com o desenvolvimento web foi durante o Ensino Médio. Eu adorava as aulas de HTML e CSS, pois eu sempre tinha curiosidade de saber como são construídos os sites. Aprendi o básico sobre criação vendo blogs e fóruns americanos sobre desenvolvimento, e tentava recriar os layouts que eu achava interessante, além de me aventurar no Photoshop para criar templates próprios.

Após o término do Ensino Médio, minha vida tomou outro rumo quando optei cursar a faculdade de Relações Internacionais. Segui carreira na área até chegar ao cargo de Supervisora de Vendas Internacional, em uma grande empresa nacional. Porém, durante todo este período, de quase dez anos na área como internacionalista, em breves ocasiões eu brincava de desenvolver layouts durante o meu tempo livre ou editar e desenhar algo no Photoshop.

Os anos de 2017 e 2018 foram bem difíceis para mim. Eu não estava contente com o meu emprego e também estava esgotada mentalmente e fisicamente devido a diversas viagens internacionais — sem contar a pressão de se trabalhar na área comercial. Após várias conversas com o meu marido para desabafar e solicitar conselhos, chegamos à conclusão que eu não queria mais trabalhar com comércio exterior. E, desde então, comecei a pensar sobre a área de desenvolvimento web como opção de carreira, pois já tinha um pouco de conhecimento e sabia que o mercado estava bem aquecido. Não foi uma decisão fácil, pois abrir mão de uma carreira a qual já era experiente e começar do zero uma nova deixava-me com muitas incertezas se era isso mesmo que eu queria para minha vida. Mas decidi seguir em frente: eu precisava de uma mudança.

No segundo semestre de 2018, eu comecei a planejar a minha transição. Fiz uma reserva financeira e comuniquei à empresa em que trabalhava sobre a minha rescisão contratual. Foram aproximadamente 8 meses desde o anúncio da minha saída até o meu desligamento por completo na empresa. Durante esse período, adquiri um curso na plataforma Udemy, de Desenvolvimento Web, para relembrar os conceitos de HTML e CSS. Eu estudava durante o meu tempo livre, que geralmente era no período da noite e nos finais de semana.

Em Abril de 2019, eu já estava desempregada e o meu plano foi focar nos estudos até o final do ano. Eu sabia que precisava ter muita disciplina e defini, como meta, estudar pelo menos 7 horas por dia, assistindo vídeo-aulas e praticando os conceitos aprendidos. Eu já tinha lido alguns relatos de pessoas que passaram por uma transição de carreira mas nunca tinha imaginado que seria um misto tão grande de emoções. Além de precisar aprender a programar, eu também tinha que desenvolver inteligência emocional. O ato de nos comparar aos outros, o anseio de ter sucesso rápido neste novo caminho e as inseguranças geraram muita ansiedade.

Houve momentos em que eu ficava desesperada por não conseguir aprender algo de imediato ou achar que aqueles meses planejados de estudo não seriam o suficiente para eu tentar uma vaga como estagiária ou desenvolvedora júnior. Demorei para entender que eu tenho o meu próprio ritmo de aprendizado e que eu não estava nessa jornada sozinha, pois, além de ter o apoio total do meu marido, nesse momento eu descobri o poder de estar dentro de uma comunidade de desenvolvedores. E, assim, conheci o “Programaria”, um projeto que incentiva o empoderamento feminino por meio da tecnologia. Vi-me cercada de mulheres inspiradoras e dispostas a ajudar umas às outras.

Mercado de Trabalho

Perto do final de 2019, decidi sondar o mercado de trabalho. Atualizei meu LinkedIn, seguindo as orientações de algumas palestrantes do “Programaria” e me cadastrei para algumas vagas de Desenvolvedora Júnior. Não estava muito confiante e me considerava totalmente despreparada para começar a trabalhar na área, achando que tudo que eu tinha estudado ainda era muito raso para iniciar nesta nova carreira.

Para minha surpresa, após alguns dias, recebi um convite para participar de um processo seletivo para trabalhar como desenvolvedora em uma agência de Marketing. No dia da entrevista, muito nervosa, contei a minha história para a diretora da agência. Relatei sobre as minhas experiências anteriores na área comercial e de como eu estava engajada para começar a trabalhar com tecnologia. No mesmo dia, recebi o meu tão esperado sim! Estava contratada!

Posso dizer que realizar a transição foi uma das melhores escolhas da minha vida. Os desafios são constantes e eu aprendo algo novo todos os dias. A jornada é longa e o estudo é constante, mas cada momento vale a pena.

Portanto, deixo aqui para você, que está passando por esse momento sensível de transição de carreira, o relato de que você não está só. Bem como rogo para que tenha foco e perseverança, não se deixando abater pelas dificuldades e lembrando-se, sempre, dos seus objetivos e sonhos! E aqui, aproveito para compartilhar um trecho da obra “Meditações”, de Marco Aurélio:

“Quando, porém, o fogo é forte, depressa incorpora a si mesmo o que é sobre ele depositado, o que o consome e se eleva a partir disso.”

Conheça as mulheres do time de tech & data da AMARO: amaro.com/women-in-tech

Camila Nagano, Front-End Development na AMARO

--

--

AMARO
AMARO
Editor for

We build the future of retail through best-in-class technology and data