TECNOLOGIA ASSISTIVA:
Soluções para pessoas com transtorno do espectro autista (TEA)
Oiê! tudo certo? Antes de falarmos sobre o tema desse artigo, acho importante dizer qual minha relação com ele, e o que me motivou a escrever sobre o assunto. Sou a Pamela (mas me chamam de Prada), atualmente trabalho como QA na Ambev Tech, e diferente da grande parte dos profissionais da área, minha formação não é das mais convencionais vistas no mercado: sou formada em psicologia. Sim, isso mesmo!
Juntando essas minhas duas áreas de conhecimento, por vezes me pego refletindo sobre a importância da conscientização das pessoas sobre como podemos transformar, e melhorar, o cotidiano das pessoas através da tecnologia, tornando tudo mais acessível. Pensando nisso, com o suporte da maravilhosa Kathlen Fernanda da Cruz, o papo de hoje é sobre Tecnologia Assistiva. Ainda não ouviu falar sobre? Então pega a pipoca, e vamos nessa!
Contextualizando o transtorno do espectro autista (TEA)
O transtorno do espectro do autismo (TEA) é uma condição que caracteriza configurações neurológicas atípicas (cérebro diferente, vamos dizer assim) que altera a forma como uma pessoa percebe, sente o mundo e se socializa com os outros. Causando assim dificuldades na interação social e na comunicação (verbal ou não verbal), dificuldade com mudanças repentinas, comportamentos restritos e repetitivos.
O termo espectro é usado por conta da diversidade de características e níveis de suporte que cada indivíduo apresenta, ou seja, cada autista tem sua própria característica e assim essa pessoa é única dentro do espectro autista.
Ou seja, há uma complexidade muito grande relativa aos sinais e características do transtorno. Confira quais são alguns deles por área afetada:
Comunicação e interação social:
· Dificuldade para iniciar uma conversa ou falar sobre as emoções próprias;
· Dificuldade para compreender gestos, entrelinhas, algumas regras e normas sociais, expressões faciais e outras mensagens não verbais comuns na comunicação;
· Ajustes na fala e comportamento de acordo com o contexto não são simples para autistas, causando dificuldades para estabelecer amizades e obter oportunidades de trabalho, por exemplo.
Comportamentos:
· Falas ou movimentos estereotipados ou repetitivos (agitar as mãos ou estalar os dedos repetidamente, repetir frases, alinhar brinquedos);
· Necessidade muito grande de ter uma rotina rigidamente controlada, sendo que pequenas alterações causam muito sofrimento;
· Fixação grande por determinado tema (p. ex., preocupação com aspiradores de pó, dinossauros, futebol — buscando de uma forma obsessiva conhecimento e sobre minúcias desses assuntos);
· Reação extremada em relação a estímulos sensoriais (aversão ou apatia intensas por um determinado estímulo — cheiro, toque, som). Não são todos os autistas que tem hipersensibilidade sensorial (fuga de estímulos), alguns tem hipossensibilidade sensorial (busca estímulos).
Dica: este é um vídeo, para ficar mais real para pessoas típicas, como é para um autista com hipersensibilidade: https://youtu.be/aPknwW8mPAM
A ciência e especialistas podem avaliar e estudar melhor os níveis de suporte no autismo, a partir das características individuais, caracterizando assim estar dentro do espectro.
Popularmente falando, as pessoas do espectro autista são classificadas como é conhecido como autista um transtorno leve, moderado ou e severo. O que é prejudicial para o entendimento geral e percepção das pessoas leigas no assunto, já que não existe autismo “fácil” e nem “difícil”, é autismo e sendo algo muito particular de cada pessoa, que possuem cada um tem habilidades e necessidades diferentes. Os termos corretos a serem utilizados nesse caso se relaciona aos é níveis de suporte, sendo eles: exige apoio, exige apoio substancial e exige apoio muito substancial.
É importante salientar que o esse transtorno do espectro autista (TEA) não possui tem uma cura, sendo assim uma é uma característica do sujeito, assim como ter determinada cor dos olhos, altura ou até mesmo tipo de cabelo. olhos azuis ou cabelo crespo. Apesar disso, Mas existe um acompanhamento médico e psicológico para auxiliar o indivíduo a potencializar suas habilidades e ajudar em suas maiores dificuldades, possibilitando uma vida funcional e com autonomia.
Certo, conceitos colocamos na mesa! Mas qual a relação desse tema e a tecnologia?
Você já ouviu o termo tecnologia assistiva? Pois saiba que eEsse é um conceito dos mais interessantes e democráticos na união de autismo e tecnologia. Tecnologia assistiva é, na prática, todo tipo de produto ou sistema que sejam otimizados para pessoas com algum déficit. Assim, esses equipamentos aprimoram o aprendizado, o trabalho e a vida diária dessas pessoas, . Por isso, tendo como objetivo é sempre aumentar, manter ou melhorar suas capacidades funcionais.
· Baixa tecnologia
As ferramentas de baixa tecnologia são aquelas que não precisam de bateria ou eletricidade para funcionar. Por exemplo, numa sala adaptada para alunos com TEA, é possível ver exemplos como: empunhadura de lápis, quadros inclinados, programações visuais, uso de ícones, etc.
· Média tecnologia
Essas já exigem um pouco mais de conhecimento para utilizar, pois podem depender de energia ou até mesmo aprendizado. Aqui se encontram dispositivos sonoros, audiolivros, projetores, etc.
· Alta tecnologia
Precisam de mais treinamento, pois são muito especializados e personalizados de acordo com cada necessidade individual. Programas de computador e dispositivos móveis e cadeiras de rodas motorizadas são apenas alguns exemplos.
Exemplos de tecnologia assistiva para a escrita incluem:
· Digitação por voz
· Papel adaptado
· Punhos para lápis
· Previsão de palavras
· Bancos de palavras e frases
· Ferramentas de mapeamento mental
· Organizadores gráficos
· Apresentação digital multissensorial
Recursos digitas de acessibilidade. Quando falamos de acessibilidade, não é só para pessoas cegas ou deficientes físicos. Alguns autistas, podem ter dificuldade motora e de fala, por isso a necessidade de tecnologia assistiva. Porém, essa ferramenta não é usada apenas por autistas não oralizados (não falantes), mas autistas oralizados (que falam) durante as crises, autistas com mutismo seletivo, etc. Enfim, pode ser usado por todo e qualquer autista, de acordo com sua necessidade eles podem precisar, por exemplo, de teclados adaptados ou mesmo softwares que atendam outras necessidades.
Agora que você viu um pouquinho sobre o que é o autismo e sobre as tecnologias envolvidas em uma melhor qualidade de vida para esse indivíduo, o que nós de tech podemos contribuir para cada vez mais essas pessoas terem autonomia e protagonismos em sua vida? Talvez permitir digitação por voz em nossos apps? Autocomplit? Enfim aí é dar asas a criatividade. Mas principalmente no momento de desenvolver