3ª Rodada UEFA Champions League

Smack Neto
AmplitudeFc
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7 min readOct 25, 2018

Espanhóis não tiveram vida fácil nos jogos da principal competição europeia durante esta semana

Valencia não saiu do empate contra o Young Boys na Suíça (foto: Valencia CdeF/Divulgação)

Young Boys 1x1 Valencia

Mais um jogo complicado do Valencia, que segue a sua sina de empates. Foram sete resultados de igualdade nos últimos nove jogos. Para a partida da última terça-feira, Marcelino Garcia Toral apostou em Batshuayi e Rodrigo no ataque, além de lançar na equipe titular o jovem Ferrán Torres, que teve boa atuação no empate do último fim de semana contra o Celta. Com um ataque mais móvel, o Valencia conseguiu levar bastante perigo ao Young Boys. O time conseguiu defender bem a sua área no primeiro tempo, limitando os suíços a tentativas em bolas aéreas, buscando principalmente o centroavante Hoarau.

Com um bom jogo de Parejo e Soler, o Valencia conseguiu municiar os seus atacantes, e numa dessas jogadas rápidas, Batshuayi marcou o primeiro gol. após sair na frente, a equipe conseguiu fazer o que não vinha fazendo até então: controlar o jogo. Salvo uma finalização defendida por Neto no final do primeiro tempo, a equipe não tomou grandes sustos.

Só que na segunda etapa, os velhos problemas defensivos reapareceram. Falta intensidade na proteção da última linha, além do meio não conseguir se manter , os laterais sofrem bastante na defesa e os zagueiros não são tão confiáveis. A pressão dos suíços aumentou e logo aos 10 minutos, Hoarau marcou de pênalti o gol de empate. A partir daí, os espanhóis não conseguiram reagir na partida, com o Young Boys pressionando bastante e finalizando por 13 vezes, com 5 no alvo. Foi aí que o goleiro Neto entrou em cena e praticou defesas importantes. No final, o empate acabou sendo bom pelo que foi o jogo, mas ruim pensando em possibilidade de classificação no grupo.

Real Madrid venceu, mas não convenceu ninguém… (foto: Divulgação/Real Madrid)

Real Madrid 2 x 1 Viktoria Plzen

Venceu, mas não convenceu. Esse foi o sentimento em Madrid após o apito final. Mas um jogo em que o Real mostra dificuldades, contra um adversário, em tese, bastante inferior tecnicamente, e pior, dentro de casa.

O Real foi para o jogo com Isco e Bale pelas pontas, ambos caindo muito para o meio, com Isco ajudando na armação e Bale invadindo a área constantemente. Lucas Vasquez jogou na lateral direita, devido à ausência de Carvajal, com Vásquez tendo licença total para apoiar, assim como Marcelo.

Mais um jogo de dificuldades de criação para o Real, que abusa dos cruzamentos na área, mostrando que talvez ainda tenha bastante dificuldades em absorver as ideias de Lopetegui, e deixando clara a falta que um finalizador de excelência faz nesse time. Defensivamente, segue mostrando todas as suas carências, com uma transição defensiva pobríssima, exposto aos contra-ataques constantemente, devida muito a uma falta de compactação e atenção na recomposição.

O Real chegou ao gol em um lindo cruzamento de L. Vásquez, que achou Benzema dentro da área, abrindo o placar logo cedo no jogo. Porém, apesar de até conseguir criar mais chances de gol, o Real mostrou uma dificuldade de finalização que não se via no Bernabéu desde os tempos pré-Cristiano. Teve o domínio das ações, porém a dificuldade de matar o jogo manteve o Viktoria Plzen vivo, que seguia ameaçando na transição em velocidade.

No segundo tempo o Real ampliou, em uma jogada linda de Bale, que de calcanhar deixou Marcelo na cara do gol para o 2x0. O brasileiro ainda sairia machucado do jogo mas, segundo as notícias desde Madrid, terá condições de atuar no Clásico domingo. No entanto, perto dos 80 minutos, num vacilo coletivo do Real, o time austríaco diminuiu, e ainda assustou no finalzinho do jogo, quase conseguindo um resultado chocante no Bernabéu.

Vai o Real assim, em crise, para o El Clásico, contra um rival que chega em um bom momento, depois de duas boas atuações, para tentar salvar o emprego de seu treinador, e virar a chave para a temporada. Tem a seu favor a ausência de Messi, mas o time precisa provar que pode mais do que tem mostrando, o que não tem sido muito.

Atleti tomou 4 gols na Alemanha (Foto: Divulgação/BVB)

Borussia Dortmund 4x0 Atlético de Madrid

O Atlético de Madrid saiu atrás no 1º confronto direto contra o Borussia Dortmund pela primeira colocação do grupo A. Os rojiblancos sofreram com a velocidade e os contragolpes eficientes do time aurinegro, causando a maior derrota na Era Simeone: um 4–0 categórico e histórico, visto que foi a 4ª vez que os comandados de Simeone sofreram pelo menos 4 gols em uma mesma partida.

O jogo teve um início bem equilibrado. O Dortmund tentava impor sua velocidade e seu jogo de passes rápidos, mas que paravam na boa marcação do time espanhol. Os colchoneros tinham muita dificuldade para reter a bola na frente, principalmente pela má fase técnica de Diego Costa e um jogo apagado de Griezmann. Sem Rodri entre o XI inicial, logo após a recuperação de bola, o Atleti buscava passes mais verticais, que foram cortados em sua totalidade pela dupla de zaga do Dortmund Diallo-Zagadou. No final do 1º tempo, após boa troca de passes, Witsel recebeu de Hakimi, livre na entrada de área e inaugurou o marcador no Signal Iduna Park.

Na segunda etapa, o Atlético voltou bem mais ligado. A entrada de Rodri no lugar de Thomas fez crescer o jogo de Saúl, que pôde se posicionar um pouco mais à frente, tanto que as duas principais chances saíram dos seus pés, mas que não acabaram em gol: uma intervenção de Burki e uma finalização primorosa que explodiu na trave. Apesar da boa volta do intervalo, o Atleti não soube lidar com os contragolpes aurinegros. Pelo lado esquerdo, Hakimi atormentou a vida de Juanfran, que teve uma atuação digna de abrir uma avenida no Westfalenstadion. Sem Saúl, substituído por Correa aos 25 minutos, o lateral espanhol presenciou os 2 dos 3 gols saírem pelo seu lado. Aos 28, Hakimi fez boa ultrapassagem e tocou na medida para Guerreiro ampliar. Em um contra-ataque feroz, Hakimi saiu cara a cara com Oblak, passou a bola para Sancho, que só empurrou pro fundo das redes. Por fim, Filipe Luís errou na saída de bola, entregando para Guerreiro fazer o seu 2º gol na partida, o 4º do BVB. Fim da invencibilidade de 8 partidas para os comandados de Simeone, que veem o 1º lugar do grupo um pouco mais longe.

Barcelona 2x0 Inter de Milão

O Barcelona foi ao jogo sob muitíssimas dúvidas. Como o time se sairia sem Messi? O Barcelona vinha sendo altamente dependente do argentino — mais que o de costume — na construção das jogadas. A defesa conseguiria estancar a quantidade alta de gols sofridos nos últimos jogos? O time havia sofrido gols nos últimos 6 jogos consecutivos, tendo sofrido 2 gols em 4 desses 6. Quem iria substituir Messi? Dembelé teve um começo animador na temporada, porém havia perdido a vaga com a mudança de Coutinho para a ponta, e Malcom muitas vezes nem ao banco foi.

A resposta foi contundente. Valverde optou por colocar Rafinha em campo, reforçando a estrutura do meio campo, e dando muita liberdade para ele flutuar pelo meio. O time da Catalunha apostou numa pressão alta feroz para sufocar o time de Milão, buscando roubar bolas no campo de ataque, e lançando-se em velocidade quando conseguia. E funcionou quase que à perfeição. O Barcelona dominou as ações quase o jogo inteiro, conseguindo sufocar a saída de bola da Inter, impedindo que as bolas chegassem a Icardi, basicamente neutralizando o argentino.

Rafinha foi um dos melhores em campo, pressionando com intensidade sem a bola, tendo grande atuação com ela, inclusive marcando o primeiro gol, em jogada que ele próprio inicia pelo meio, abre a bola para Suárez, que havia caído pela ponta direita, e infiltrando na área para finalizar o cruzamento do uruguaio. A Inter não teve solução no primeiro tempo, sentindo fortemente a ausência de Nainggolan, machucado, com seu substituto, Borja Valero, tendo noite apagadíssima.

No segundo tempo a Inter buscou ainda o resultado, trazendo Politano no lugar de Candreva no intervalo, e buscando pressionar a saída de bola do Barcelona. Deu certo por um tempo, o time de Milão conseguiu criar situações de gol, com Politano tendo ótimo começo de segundo tempo, mas sem conseguir vencer Ter Stegen. O Barcelona reagiu, muito em conta de Arthur e Busquets, que conseguiram vencer a pressão da Inter, promovendo uma saída de bola limpa, e melhorou ainda mais com a entrada de Vidal, que deu maior presença ofensiva, e força no meio campo. No final do jogo ainda deu tempo para Alba invadir a área, saindo do lado para dentro, e receber passe magistral de Busquets, matando efetivamente o jogo.

O Barça sai do jogo líder isolado de um grupo complicadíssimo na Champions, e chega com moral imensa para o El Clásico de domingo, mesmo com a ausência de Messi do jogo, pela primeira vez em 11 anos, contra um arquirrival que chega em crise, com treinador ameaçado, e com dificuldades na frente do gol. Domingo é dia da Espanha pegar fogo!

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