As Propostas de Japão e Espanha na Final do Mundial Sub-20

Thiago Ferreira
AmplitudeFc
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3 min readAug 29, 2018
Ueki e Egurrola disputando a bola (Imagem do site da FIFA)

A Final do Mundial Sub-20 Feminino mostrou um Japão coletivo e muito seguro de suas propostas de jogo, mas também trouxe a tona a consolidação de uma Espanha cheia de Talentos e com boas apostas para o presente e o futuro.

O treinador Futoshi Ikeda formatou uma equipe japonesa num 4–4–2 muito intenso e fluído, marcando em Zona, e tendo em suas transições o seu ponto mais forte. O jogo direto das japonesas não se resumia a esperar a equipe adversária no campo de defesa, pelo contrario, com uma postura muito agressiva incomodou a saída de bola espanhola durante os 90 minutos de jogo com as atacantes Ueki e Takarada pressionando muito a bola, está última, sendo eleita a segunda melhor jogadora da competição, com 5 gols e 2 assistências.

A participação intensa das japonesas na fase defensiva (que sofreram apenas 3 gols em todo o mundial) facilitou muito o trabalho das defensoras que também tiveram na zagueira Minami mais uma de suas premiadas na competição com a Bola de Bronze. Vale destacar a sincronia e a intensidade das meio campistas Nagano e Hayashi, dominantes em seu setor defenderam, criaram e atacaram o espaço com muita qualidade e mobilidade. Verticalidade e triangulações rápidas e objetivas foram a marca registrada da campeã japonesa a cada bola recuperada, e a chave para a vitória.

Pelo lado das vice-campeãs, apesar do gosto amargo, o cenário é bem favorável e animador, a qualidade técnica espanhola foi evidente e os novos talentos se consolidaram ainda mais após um bom desempenho no Mundial Sub-20.

Patri Guijarro foi artilheira e eleita a melhor jogadora da competição (Imagem do site da FIFA)

A Espanha foi unica equipe a vencer as japonesas na competição, seu maior trunfo foi a trinca de meio campistas muito qualificada composta por Egurrola a frente da defesa, Eva Maria e principalmente Patri Guijarro (artilheira da competição com 6 gols e 3 assistências), a equipe de Pedro López atuou num 4–3–3 bem propositivo, mas com suas ponteiras (mesmo muito agressivas) auxiliando defensivamente (Formando um 4–1–4–1 bem evidente na fase defensiva).

Saídas de bola sempre pelo chão em passes curtos e acelerando as jogadas no ultimo terço, foi assim que o meio campo espanhol mais incomodou o Japão, a ideia consistia em trabalhar a bola com calma e, no momento certo, ativar as pontas com passes mais longos invertendo o lado da jogada e gerando assim o 1 contra 1 frente as laterais adversárias, porém, a falta de profundidade e a baixa qualidade das finalizações na situações claras de gol criadas cobraram o seu preço no final do jogo e a Espanha saiu derrotada.

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Thiago Ferreira
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Idealizador do @ffDePrimeira, Cinegrafista e Editor na CSE Sports e Colaborador do @PFF_oficial.