Brasil desaponta contra a Inglaterra e levanta importantes questões

Thiago Ferreira
AmplitudeFc
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4 min readOct 11, 2018
A Inglesa Kirby precisou de 2 minutos para marcar o gol da vitória (foto: REX)

No último sábado dia 6 de outubro, a Seleção Brasileira Feminina enfrentou a Inglaterra, que atualmente ocupa a sexta colocação no ranking da Fifa. O resultado foi 1 a 0 para as Inglesas.

No plantel, as inglesas contam com boas jogadoras como as defensoras Lucy Bronze do Lyon e Houghton do Manchester City, a meio-campista Christiansen também do Lyon, a atacante Toni Duggan do Barcelona e principalmente a meia atacante Kirby do Chelsea. Logo, um resultado adverso para o Brasil era tratado como natural por quem acompanha a modalidade (e o resultado de fato foi uma derrota magra), porém o Desempenho do Brasil foi mais uma vez abaixo do esperado.

Camilinha teve duelo difícil contra a ponta inglesa Nikita Parris (foto: REX)

O Brasil de Vadão tem um perfil Reativo, com jogadoras que conduzem a bola com velocidade e aproveitam os espaços cedidos pelas adversárias no terço final, é uma equipe que prefere chegar ao gol adversário rapidamente. Mas esta ideia de jogo só se consolida em equipes defensivamente sólidas e organizadas, e este ainda não é o caso da Seleção Brasileira em 2018.

Como contra a Inglaterra, no início das partidas o Brasil geralmente busca pressionar as equipes adversárias já na saída de bola, buscando recuperar a bola perto do gol adversário. Mas a falta de coordenação na pressão à bola e as dinâmicas defensivas de Vadão num contexto geral não vem funcionando, o time brasileiro sofre muito para defender os lados do campo e, ao falhar na pressão alta, tem sua transição defensiva muito lenta.

Monica, Camilinha, Daly e Bruna Benites (foto: REX)

Já defendendo em bloco médio, ou baixo, os problemas defensivos pelas laterais seguem. Além disso, a equipe deixa espaços perigosos atrás das volantes. Vadão a meses declarava abertamente o desejo de reintegrar a atleta Formiga (que havia se aposentado da Seleção) provavelmente visando preencher esta lacuna no meio campo, já que Formiga tem características de uma volante de Área-à-Área. Thaisa, que é geralmente uma das volantes titulares, joga sobrecarregada neste setor e necessita de uma companheira com um perfil diferente das atletas mais bem cotadas para a posição. Andressinha por exemplo, tem mais em seu perfil a construção de jogo com a bola e não defende tão bem, peca na pressão pós-perda, na transição defensiva e na intensidade. Uma das más noticias é que nesta primeira amostragem, Formiga, já com 40 anos, apesar de esbanjar elegância em campo, da mostras de que não tem o mesmo vigor de outrora.

A equipe de Vadão não mostra evolução aparente em 2018 (foto: CBF)
Mapeamento das finalizações em campo

No 1º tempo, a Inglaterra deu 1 finalização a cada 3'45" e acertou o gol Brasileiro a cada 15 minutos .

Na segunda etapa, as inglesas finalizaram a cada 4 minutos e meio e finalizou em gol brasileiro a cada 11'15".

Já a equipe de Vadão finalizou a cada 9 minutos em gol inglês e acertou o alvo a cada 22'30" no 1º Tempo.

Na etapa final, foi uma finalização a cada 11 minutos e 15 segundos e uma em gol com Raquel dentro dos 45 minutos.

Listamos todos os momentos das finalizações da partida, a esquerda as finalizações brasileiras e a direita as inglesas.

Individualmente, a boa notícia da partida foi a estreia de Kerolin e a boa exibição da goleira Bárbara. A ponta que joga na Ponte Preta e tem passagens pelas categorias de base da seleção brasileira. Mesmo com poucos minutos, a jovem mostrou personalidade, incomodou a defesa inglesa nos minutos finais e deu duas finalizações perigosas que foram interceptadas pela defesa inglesa. Já Bárbara fez grande defesa no segundo tempo e teve uma partida segura.

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Thiago Ferreira
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Idealizador do @ffDePrimeira, Cinegrafista e Editor na CSE Sports e Colaborador do @PFF_oficial.