Espanhóis na UCL 19/20 — Rodada 4

Smack Neto
AmplitudeFc
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5 min readNov 7, 2019

A quarta rodada da fase de grupos da UEFA foi para a conta e o time do La Plantilla vem com a análise dos jogos dos espanhóis neste meio de semana. Entre decepções e grandes atuações, acompanhe abaixo o que rolou com Barcelona, Valencia, Real Madrid e Atletico de Madrid.

Barcelona

O Barça entrou em campo entrou pressionado. Após a derrota do fim de semana para o Levante, o Camp Nou pedia uma boa vitória sobre o Slavia Praga e a classificação encaminhada para o mata-mata da Champions. Contudo, o que se viu foi mais uma noite em que o time de Ernesto Valverde acabou tendo as suas fragilidades expostas.

Mesmo sem Suarez, Valverde segue insistindo em colocar Griezmann pelo lado esquerdo do ataque. O francês tem sido peça praticamente nula no time, tendo apenas alguns lampejos individuais até aqui. Mesmo com o período de adaptação necessário, fica claro que o atacante parece um corpo estranho ao sistema Culé. Além dele, Semedo foi outro destaque negativo, sofrendo bastante com os avanços de Olayinka no setor.

Nem mesmo a genialidade de Messi resolveu desta vez. Valverde parece cada vez mais contestado em uma equipe que em novembro ainda busca aperfeiçoar o controle do jogo, encaixar novos jogadores e ao mesmo tempo segue prestigiando velhas bandeiras. O atual sistema parece condenado ao fracasso. A ver até onde este futebol pragmático carregará este Barça.

Valencia

O Valencia saiu do inferno ao céu em 45 minutos. Se a equipe desceu para o intervalo sendo derrotada pelo Lille, o segundo tempo foi um recital e o 4 a 1 acabou fazendo com que os Morcegos voltassem a brigar por uma vaga para classificação na próxima fase da competição.

Muito dessa virada cabe a atuação do jovem Ferran Torres. O jovem extremo vindo da base mudou a cara do ataque na segunda etapa, dando mais velocidade e explosão. Ele acabou sendo coroado com o último gol da partida, após belíssimo passe de Rodrigo. Outro destaque foi o golaço de Kondogbia de fora da área.

Ainda que o trabalho de Celades esteja no início, a tentativa de manutenção da posse de bola e a tentativa de uma construção ofensiva mais trabalhada, com um Parejo mais participativo pelo centro, começa a ser vista. se o novo treinador conseguir diminuir as oscilações na equipe entre os jogos (e mesmo dentro das partidas) e construir uma solidez defensiva (mais um grande jogo de Gabriel Paulista, vale salientar), o Valencia pode almejar vôos mais altos nesta edição da UCL.

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Real Madrid

Zidane teve a sua melhor noite como treinador do Real Madrid desde que retornou ao comando do clube no final da última temporada. Primeiro porque a sua aposta em Rodrygo como atacante pela direita parece estar se pagando. O Raio da Vila tem uma estatística impressionante: em média, a cada 61 minutos em campo ele participa diretamente de um gol dos Merengues. Já são 5 gols e uma assistência em 370 minutos em campo.

Além disso, outro jogador que vem ganhando força entre os 11 é Fede Valverde. O uruguaio parece ter se fixado na vaga que era de Modric e vem mostrando muito potencial no setor, dando gás para um setor que parecia desgastado. Junto de um Kroos que vem sendo brilhante na temporada, parece que Zidane vai aos poucos encontrando uma formação ideal.

A goleada por 6 a 0 foi construída com certa facilidade, contando com a fragilidade do Galatasaray, mas que ao contrário do jogo contra o Bétis, os Blancos souberam matar a partida. Destaque também para mais uma grande atuação de Karim Benzema, que vem sendo pilar da equipe desde a última temporada.

Com a tendência da classificação estar bastante encaminhada, o momento no Real Madrid é de busca por uma consolidação de formação e o resgate de alguns jogadores que fazem uma temporada horrível, como Isco, Vinícius Jr., Modric. Mas o fato é que uma vitória maiúscula como esta acaba dando confiança para uma equipe que parecia procurar uma boa notícia.

Atletico Madrid

O Atleti segue produzindo um desempenho abaixo da média. Mesmo com o time sofrendo com lesões, principalmente a de João Félix, Simeone vem sentindo falta em ajustar os movimentos ofensivos da equipe. E a derrota para o Bayer Leverkusen por 2 a 1 é um bom exemplo de como essa dificuldade vem se refletindo nas atuações dos colchoneros.

O pilar da equipe segue sendo o sistema defensivo. Felipe e Hermoso vem fazendo grande temporada, bem como os laterais Trippier (que não foi pro jogo nesta quarta-feira) e Renan Lodi. Tudo isto sob a proteção de Thomas Partey, que apesar do gol contra no jogo em Leverkusen, vem sendo o principal jogador da equipe na temporada. E isso não só no momento defensivo, como na construção de jogo.

Contudo, Simeone segue com dificuldades ofensivas. Sem joão Félix, o técnico busca por diversas alternativas na frente, rodando nomes como Morata, Diego Costa, Correa e Lemar. contudo, o mal desempenho dos jogadores de meio, que parecem não conseguir o encaixe ideal no sistema proposto pelo treinador argentino, tem incomodado. Talvez seja hora de Simeone rever alguns conceitos ou, quem sabe, do seu ciclo no clube ser reavaliado ao final da temporada. Quanto a classificação, mesmo com a derrota ela segue bastante encaminhada. O que preocupa mesmo é o futebol apresentado neste momento da temporada…

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