Hoffenheim: A grata surpresa da Frauen Bundesliga

Bruno
AmplitudeFc
Published in
4 min readOct 28, 2019
Foto: DFB

Passadas oito rodadas da temporada 2019/20 da Frauen Bundesliga, diferentemente do que se esperava, uma briga intensa ponto a ponto entre Wolfsburg e Bayern de Munique, vemos uma surpreendente equipe entre os dois principais contenders ao título alemão: O Hoffenheim, com 21 pontos de 24 disputados, tendo apenas uma derrota (justamente pro líder Wolfsburg).

Quais as principais chaves dessa equipe que vem se consolidando na Frauen Bundesliga?

O COMANDANTE

Foto: bild.de

Jürgen Ehrmann tem 58 anos e está no clube desde 2008. De lá pra cá, guiou a equipe desde as divisões inferiores até a Frauen Bundesliga, onde diferente do que ocorre ou se espera de equipes recém promovidas, sempre manteve sua equipe na elite sem passar por sustos.

Em 221 partidas como treinador da equipe, são 107 vitórias, 32 empates e 82 derrotas. Taticamente, é conhecido por ser um treinador com postura mista em campo: ao mesmo tempo que sabe armar bom setores defensivos, também tem ótimo repertório ofensivo. Seu esquema tático predileto é o 4–2–3–1, mas o grande trunfo para a temporada, tem sido as variações do mesmo.

AS ESTRELAS DO TIME

Sem reforços, o Hoffenheim tratou de manter seus principais nomes e potencializá-los de maneira extremamente eficiente. Além de promover jogadoras das equipes de base.

No gol a croata Martina Tufekovic tem sido um pilar extremamente importante no setor defensivo. Apesar da baixa estatura (1,69m), a mesma busca compensar com agilidade, voz de comando e sobretudo boa colocação.

As laterais Lindner e Pankratz possuem boas características ofensivas, mas se comprometem bastante com a cobertura defensiva. As zagueiras Specht e Bühler, possuem muita importância na defesa, mas também, no início das jogadas defensivas, visto que Tufekovic é uma goleira do tipo R, que pouco participa das jogadas ofensivas do time.

Hartig, Lattwein e Dongus compoem o meio campo. Lattwein funciona como primeira volante, enquanto Hartig e Dongus atuam pelos lados no círculo central. As duas citadas aparecem bastante como opções ofensivas ao ataque e tem ótimos chutes de média distância. Lattwein possuí capacidade para ser o elemento da saída de 3, muitas vezes executada quando ela recua e fica entre as duas zagueiras, funcionando literalmente como uma líbero, soltando as duas laterais para a subida ao ataque. Isso se deve a sua leitura de jogo, passes e porte físico.

Lattwein em ação pela seleção sub 20 da Alemanha.

Já o ataque é o ponto mais interessante da equipe. Rall, Billa e Wassmuth são atacantes com ótima movimentação. Rall, uma jogadora multifuncional, pode atuar também no meio campo. Billa, austríaca, é uma centroavante muito móvel e Wassmuth pode se encaixar facilmente nesse quesito ou até mesmo fazer a função de falsa 9, quando Billa é substituida por uma jogadora de meio campo, por exemplo.

A boa fase de Wassmuth já rendeu convocações para a DFB Frauen.

RESILIÊNCIA OFENSIVA E DEFENSIVA

Todas são responsáveis pelo ótimo momento ofensivo da equipe, que fez 27 gols em 8 jogos, mais de 3 gols por jogo, 13 deles marcados por Billa (7) e Wassmuth (6), além de cinco gols de Isabella Hartig.

Dos seis gols sofridos, metade foram no confronto contra o Wolfsburg. O time tem três clean sheets na temporada. Tudo isso prova que a equipe, que já venceu o Bayern de Munique, principal rival direto, pode fazer história em um futuro breve, visto que associa um bom comando técnico, mesclagem de atletas jovens com nomes experientes, ambas com muita qualidade, tudo isso sem perder o ritmo e mostrando que a Frauen Bundesliga passa longe de ser um campeonato de dois times nessa temporada.

Até onde esse “conto de fadas” do Hoffenheim vai? É melhor esperar até o final da temporada. De toda forma, o futebol praticado impressiona bastante para uma equipe que até pouco tempo atrás nem existia no cenário germânico.

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