O que Sam Kerr pode oferecer ao Chelsea?

Bruno
AmplitudeFc
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3 min readNov 13, 2019

O Chelsea anunciou nessa quarta feira (13) a contratação da atacante australiana Sam Kerr, que pela primeira vez, defenderá um clube europeu em sua carreira. Quais os desafios e o que ela poderá oferecer às Blues, atuais líderes da Barclays FA WSL?

Foto: Divulgação/Chelsea FC Women

Como Sam Kerr pode contribuir a Equipe?

Kerr é caracterizada por sua capacidade em atacar as costas das defesas adversárias com sua velocidade e também por ter grande qualidade na finalização, cumprindo assim, a função de Centroavante de Mobilidade (debatemos no episodio #38 do podcast DE PRIMEIRA as possíveis funções das centroavante), que é a função, atualmente, onde se sente mais confortável em campo, e inclusive a função que cumpre na Seleção Australiana. Porém, nada impediria que a craque australiana jogue aberta, na em uma das Pontas, ou como uma Segunda Atacante, atrás de uma outra centroavante, tudo dependeria do encaixe com as companheiras e da necessidade do Chelsea dentro de uma competição ou em alguma situação especifica.

Com Fran Kirby exercendo um papel de falsa 9, se movimentando, criando e abrindo espaços na zona do funil (zona entre a meia lua e a marca do pênalti) adversário, a “Kerr Ponta” teria vantagem no 1 conta 1, principalmente jogando de pé invertido, ou seja, na Ponta Esquerda, já que a atacante que tem o recurso do drible, aliando-o a sua velocidade e finalização, traria uma vantagem interessante vindo da ponta esquerda para dentro atacando o entrespaço (espaço entre as Laterais e as Zagueiras).

Sam Kerr tem boa técnica e, quando marcada em espaços reduzidos, trabalha com poucos toques na bola, logo, a “Kerr Segunda Atacante” seria outra possibilidade, já que ganharia mais liberdade para se movimentar pelo campo, seja na entrelinha adversária, ou para cair pelas lados do campo e associar com outras atletas.

2º Gol de Sam Kerr contra no Austrália 2 x 1 Chile em 9/11/2019

Todavia, a “Melhor Kerr” com certeza ainda é a versão 9 Móvel, e provavelmente é o que atraiu o desejo da equipe das Blues. A eleita MVP da NWSL têm belos números pela ultima temporada da liga americana e alguns dados interessantes, como por exemplo dos 19 gols na temporada, 17 são dentro da área e 2 de fora, 16 gols com a perna destra e nenhum gol de cabeça.

Mudar a tática ou permanecer na mesma, com uma nova peça?

Emma Hayes é adepta do 4–2–2–2 como seu esquema principal, em uma equipe a qual não faltam reforços no setor ofensivo. Guro Reiten, Ramona Bachmann, Bethany England, Fran Kirby, Adelina Engman e Erin Cuthbert são os nomes aos quais a treinadora inglesa tem a disposição, e agora, conta também com Kerr. Teoricamente, seis opções para duas vagas. Hayes tem se notabilizado por utilizar duas atacantes com mobilidade, que muitas vezes buscam jogo e jogam bem próximas as meio campistas.

A treinadora Emma Hayes foi eleita a Treinadora do Mês de Outubro da FA WSL

Porém, das cinco opções disponíveis, apenas Engman e Kirby fazem a função de centroavante propriamente dita. Cuthbert, Bachmann e England vez ou outra atuam como pontas ao lado da norueguesa Reiten, principal destaque do Chelsea nesse início de temporada.

O impacto na Liga

A chegada de Sam Kerr à liga inglesa também pode ser considerada uma demonstração de força, talvez a primeira de muitas que virão, com relação a FA WSL, tirando da NWSL, uma atleta de elite e no auge da carreira. Outro fator interessante será o embate da australiana recém-chegada ao atual “reino” de Vivianne Miedema, atacante holandesa do Arsenal.

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