O Sport de hoje é reflexo de suas decisões administrativas

Smack Neto
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3 min readOct 16, 2018
O Sport vive um período difícil da sua história, dentro e fora de campo (Foto: Williams Aguiar /Sport Club do Recife)

Com o Leão cada vez mais se afundando na zona de rebaixamento da Série A, o torcedor não pode perder de vista a estrada que trouxe o clube a esta situação

O torcedor do Leão da Ilha do Retiro sofre com a campanha da equipe em 2018. Além de ter ficado de fora no estadual, a equipe caiu cedo na Copa do Brasil e ficou de fora da Copa do Nordeste, por opção da direção do clube. No Campeonato Brasileiro, após um início até promissor, a parada da Copa do Mundo veio com uma queda de rendimento vertiginosa, deixando a equipe afundada na zona de rebaixamento e sem muitas perspectivas de melhora. A Série B parece se aproximar. Só que para entender a situação do Sport hoje, precisamos voltar um pouco atrás.

Desde 2014, o Leão sinalizava um aumento de despesas constante. 90% das despesas eram com folha salarial, segundo estudos do Itaú BBA sobre a finanças dos clubes brasileiros, divulgado anualmente. Após alguns anos onde a equipe começou a apostar cada vez mais em medalhões, parou de revelar grandes jogadores para os profissionais e não obteve grandes lucros com revelações, o resultado é que hoje o Sport é um clube que gasta muito mais do que arrecada e segue um caminho preocupante na parte administrativa. As dívidas do clube, que eram de 3 milhões em 2013, saltaram para 135 milhões em 2017.

Um dos maiores clubes da região, o Sport é um dos expoentes do futebol nordestino. Entretanto, o clube aparentemente parece ter dado um passo maior que a perna e começou a depender de empréstimos bancários para sustentar um fluxo de caixa e pagamentos parcelados de jogadores que foram adquiridos em anos anteriores. Não à toa, o título para a análise financeira do Sport acabou sendo “Hipotecando o futuro”.

Toda essa situação tem reflexos diretos na ruína que se tornou o futebol do Sport em 2018. O clube se vê afundado na zona de rebaixamento, com um time muito abaixo do que vinha montando nos últimos anos, e que não dá perspectiva de melhora ao seu torcedor.

Com a saída da Copa do Nordeste, motivada pelo calendário bastante inchado em 2017, contribuiu para a diminuição de receitas de um clube que tem dificuldades de arrecadação, principalmente no que diz respeito a outras receitas além de cotas de televisão.

Arnaldo Barros, atual presidente do Sport, é figura non grata com a torcida do Leão da Ilha (Foto: JC Imagem)

O presidente do clube, Arnaldo Barros, segue sendo uma figura bastante criticada pela imprensa e pelo torcedor rubro-negro. O mandatário parece cada vez mais isolado no ambiente político do clube, inclusive por antigos apoiadores.

Ou seja, a perspectiva a curto prazo também não segue muito boa. Se confirmar a queda para a Série B, o cenário pode se tornar catastrófico, já que em 2019 não haverá mais a manutenção das cotas de Série A para as equipes que caem para a Série B.

Ou seja, a arrecadação do Sport tende a cair vertiginosamente. De um calendário com cinco competições, o Sport agora pode se limitar ao estadual, Copa do Brasil e Série B. Tudo fruto de decisões administrativas pouco inteligentes.

Sem contar as velhas práticas desesperadas de clubes que vão mal das pernas nas 4 linhas: rotatividade no comando técnico, com quatro comandantes na temporada (Nelsinho Baptista, Claudinei Oliveira, Eduardo Baptista e Milton Mendes); contratações de jogadores sem critérios técnicos, com 28 contratações no ano, além da saída de 32 nomes do elenco.

Com tudo isso, sobreviver na Série A é uma missão complicada, mas que merece todo o empenho e energia de todos que compõem o clube. Se unir pela permanência parece ser a única solução possível no momento, antes que a situação do clube continue degringolando.

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