Rodada 5 — UEFA Champions League

Smack Neto
AmplitudeFc
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6 min readNov 29, 2018

Espanhóis definem sua sorte na competição: Valencia eliminado e Real Madrid, Atlético e Barça garantidos no mata-mata

Bale marcou um dos gols da vitória do Real Madrid sobre a Roma (Foto: Divulgação/ Real Madrid)

Roma 0 x 2 Real Madrid

Após o baile de 3–0 sofrido diante do Eibar pela La Liga no último final de semana, o Real Madrid voltou aos gramados na terça-feira buscando reabilitação. O cenário era o que, aparentemente, vem sendo mais confortável para o clube nos últimos anos: jogos grandes pela Champions League. Na capital italiana, os merengues encararam uma Roma, num duelo em que as duas equipes já entraram classificadas no Estádio Olímpico, mas duelavam pela liderança do grupo G.

Na escalação, duas modificações cruciais no Madrid: Carvajal de volta ao time titular depois de mais de um mês fora; e Marcos Llorente no meio-campo, na vaga de Casemiro, que voltou lesionado dos amistosos da Seleção Brasileira. Com a improvisação de Ceballos na função ter sido desastrosa no jogo do último final de semana, Llorente acabou fazendo um bom jogo e mostrou que pode ganhar mais minutos num elenco que ainda busca um substituto ao brasileiro no meio.

O primeiro tempo do Real Madrid foi abaixo da crítica, com a equipe repetindo os mesmos erros de outrora: posse de bola estéril, pouca profundidade ofensiva e erros na transição defensiva. Por um erro inacreditável de Ünder, a Roma não saiu na frente do marcador na primeira etapa. Mas logo no 1º minuto do segundo tempo, Fazio deu um presentaço para Bale e o Galês, que vinha apagadíssimo no jogo, marcou o 1–0.

A partir daí o Real Madrid soube se impor com a vantagem no placar e passou a controlar mais a partida. No segundo tempo, foram cinco finalizações certas, com a equipe aproveitando os espaços que a Roma dava se lançando mais a frente com a velocidade de Lucas Vazquez, Bale e Benzema. Num desses contragolpes, Vazquez anotou o segundo gol e deu números finais a partida, deixando o Madrid muito próximo de garantir a primeira colocação da chave. Na última rodada, jogo contra o CSKA no Bernabéu. Um empate já garante o 1º lugar do Grupo G.

O Valencia foi o único espanhol que não se qualificou para o mata-mata (foto: Divulgação/Valencia.com)

Juventus 1 x 0 Valencia

Vindo de 3 vitórias consecutivas e no melhor momento da temporada, o Valencia até tentou, mas não foi capaz de parar os comandados de Allegri. O gol de Mario Mandzukic não eliminaria o time espanhol, mas segundos após o apito final na Itália, Fellaini marcou para o Manchester United e acabou com as chances do Valencia de chegar às oitavas de finais da Uefa Champions League.

Em relação ao jogo passado contra o Rayo, Marcelino fez apenas uma alteração: Soler deu lugar a Kondogbia, deslocando Coquelin para o lado direito do meio-campo a fim de parar as subidas de Alex Sandro. Com muitas dificuldades nas transições — passes equivocados e tomadas de decisão ruins -, a equipe espanhola acionava com frequência o português Gonçalo Guedes, que foi o jogador mais lúcido na parte ofensiva. Apesar do controle territorial dos italianos, foi o Valencia quem teve a melhor chance da 1ª etapa. Após cobrança de escanteio, Diakhaby antecipou a primeira trave e testou forte para o gol, mas Szczesny teve uma grande intervenção.

Para a segunda etapa, Marcelino sacou Rodrigo, muito apagado no primeiro tempo, e colocou Gameiro, mas que não teve qualquer efeito positivo. Aos 14 minutos, Cristiano Ronaldo fez grande jogada pelo lado esquerdo e cruza para Mario Mandzukic, que só empurrou para o gol aberto, abrindo o placar no Juventus Stadium. Com a desvantagem no placar, a parte psicológica foi determinante para que ‘Los Che’ não conseguissem dar fluidez e sequência nas jogadas do campo ofensivo, tornando tranquila a vida da defesa da Juve. Por fim, ainda viu Neto ter algumas boas intervenções e evitar um placar maior.

Agora, o Valencia precisa mudar a chave e se recuperar para enfrentar o Real Madrid, no Santiago Bernabéu. Apesar da desclassificação, os valencianistas perceberam que esse time tem capacidade para render mais, mas isso só será possível quando Marcelino aproveitar as ótimas peças que tem no setor ofensivo.

Após o fiasco da temporada passada, o Atleti garantiu vaga nos mata-matas da Champions (Foto: Divulgação/Atlético de Madrid)

Atlético de Madrid 2 x 0 Monaco

O jogo no Wanda Metropolitano deu pinta de goleada, mas acabou sendo um pouco mais complicado do que parecia. Os colchoneros abriram 2–0 nos 24 primeiros minutos do jogo, com um amplo domínio sobre os franceses. O resultado ainda poderia ter sido mais elástico diante de um Monaco bastante fragilizado com 12 desfalques, com problemas na Ligue One e ainda buscando um norte após a chegada de Thierry Henry no comando técnico.

Vale ressaltar que o Atlético poderia ter marcado ainda mais gols, graças as boas atuações de Griezmann e Angel Correa na frente, além do controle no meio-campo com mais um bom jogo de Rodri. Contudo, a segunda etapa mudou o cenário do jogo e os franceses começaram a buscar o jogo e ameaçar a meta defendida pelo rei do Clean sheet, Jan Oblak.

Falcao Garcia veio do banco e, reencontrando sua antiga equipe, teve bom papel, levando perigo no comando de ataque da equipe do principado. Contudo, no momento de confirmar a famosa lei do ex, Falcao acabou perdendo a penalidade que poderia recolocar o Monaco no jogo, já que Savic havia sido expulso no lance e ainda haviam cerca de 10 minutos para serem jogados. No final, os dois gols do início marcados por Koke e Griezmann acabaram dando a classificação ao Atlético, que precisa de um empate na última rodada para garantir a primeira colocação no grupo A.

A genialidade de Messi garantiu o Barcelona nas oitavas de finais da Champions (Foto: Divulgação/Barcelona)

PSV 1 x 2 Barcelona

Mais uma noite de Champions em que o torcedor Culé teve o seu dia salvo por uma atuação decisiva do seu camisa 10. Lionel Messi marcou um gol e deu uma assistência na Holanda e garantiu a passagem para a próxima fase da competição como primeiro colocado no grupo B. Tudo muito bom no âmbito do resultado, mas Valverde sai desse jogo com bastante questionamento, principalmente no setor defensivo.

Isso porque o PSV ameaçou demais o Barça. Graças a falta de pontaria da equipe holandesa, somada a bela atuação de Ter Stegen, o resultado poderia ser outro. Com um plano de jogo baseado no embate físico de Luke de Jong com Piqué e Lenglet, o PSV ameaçou bastante. Foram 23 finalizações durante a partida, sendo 9 no gol. Gols incríveis perdidos, como o de Pereiro, ainda na primeira etapa, ou de Rosario, na segunda etapa, não entraram por capricho. Só que mais uma vez, a carta 10 foi utilizada e Messi anotou um gol magistral, finalizando no meio de cinco defensores do PSV, colocando a bola no único espaço em que poderia entrar. Ainda descolou uma assistência para Piqué marcar o segundo, antes de Luke De Jong, de cabeça, descontar para os holandeses. No final, o resultado acabou sendo melhor do que o desempenho, algo que o time de Valverde vem passando em vários jogos durante esta temporada.

A expectativa do Barcelona para esta temporada é recuperar o título europeu, que o rival madrilenho conquistou por quatro vezes nas últimas cinco temporadas. Na temporada passada, uma atuação defensiva ruim como a de ontem, somada a um jogo em que o ataque não teve uma boa jornada, acabou com as pretensões de título da Champions. A pressão em cima de Valverde, agora, é corrigir a rota do ano passado e buscar a orelhuda.

Na próxima rodada, já garantido em primeiro lugar do grupo, o Barcelona receberá o Tottenham no Camp Nou. Os ingleses buscam classificação a próxima fase e precisam da vitória para se garantir. O Barça apenas cumpre tabela, para desespero da Inter, que precisa vencer e torcer contra os Spurs.

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