Prévia: Uncharted 4: A Thief’s End (PS4) está, finalmente, chegando

Ana Krishna
Jogando com Krishna
7 min readNov 2, 2017

A espera está sendo longa e dentre tantos adiamentos parece que a hora de jogar Uncharted 4: A Thief’s End está se aproximando. Consolidada como uma franquia exclusiva de sucesso, a série do protagonista carismático Nathan Drake pretende embalar a atual geração com muita ação e aventura. O sucesso e a maestria dos títulos anteriores fizeram com que a franquia se tornasse uma das favoritas de muitos jogadores ao redor do mundo.

Muito aguardado pelos fãs e pelos jogadores que não dispensam um bom jogo exclusivo, Uncharted 4: A Thief’s End está chegando para ser, talvez, o último episódio da franquia da Naughty Dog. Será que o jogo trará boas novidades em termos de mecânicas e jogabilidade? Será que ele será capaz de agradar aos fãs de longa data? Será que toda a espera, depois de consecutivos adiamentos, valerá a pena?

Sobre a franquia

Os jogos de Uncharted sempre tiveram a fama de trazer algum tipo de inovação para dentro do console. A série para videogames de mesa surgiu no PlayStation 3 e os três primeiros jogos foram lançados exclusivamente para essa plataforma. Uncharted: Drake’s Fortune, primeiro título da franquia, foi lançado em 2007 e pouco explorava o potencial da plataforma. Apesar disso, trouxe ação, aventura e tiro em terceira pessoa combinados com elemento de exploração na busca por tesouros perdidos e perseguições com piratas, que foi essencial para o início de uma história bem-sucedida. Chegou a vender mais de um milhão de cópias nas primeiras dez semanas de lançamento, atingindo a marca total de 2,6 milhões.

É inegável que a verdadeira revolução na franquia aconteceu no lançamento de Uncharted 2: Among Thieves, em 2009. O salto na qualidade do jogo foi absurdo em comparação ao seu antecessor, as mecânicas foram melhoradas e o jogo todo se tornou muito mais fluido, com um sistema de cobertura mais apurado que possibilitava o stealth e puzzles muito mais envolventes. Além disso, houve uma exploração maior do potencial do PlayStation 3 e, graficamente, um salto em relação ao anterior. E mais, foi o primeiro da série a possuir um modo multiplayer, tanto competitivo quanto cooperativo. E se toda a mecânica de tiro já era boa no primeiro, neste ficou melhor ainda. Among Thieves foi tão bem recebido pela crítica que ganhou diversos prêmios de melhor jogo do ano na época, tendo atingido a marca de 3,8 milhões de cópias vendidas.

Lançado em 2011, Uncharted 3: Drake’s Deception não foi uma decepção, apesar do nome. Depois de todo o enorme sucesso alcançado pelo seu antecessor, as expectativas em torno deste lançamento eram as maiores possíveis, talvez equivalentes ao que estamos presenciando agora. A grande investida do terceiro título da série estava na qualidade cinematográfica. Houve todo um condicionamento para que as mecânicas se tornassem ainda mais simples e fluidas, permitindo que algumas ações acontecessem de forma automática, como por exemplo recolher a munição do chão, que não era mais necessário pressionar triângulo para realizar essa ação, mecânica que parece ter sido abandonada em Uncharted 4: A Thief’s End, como foi mostrado no vídeo da E3 2015. Drake’s Deception recebeu diversos prêmios, incluindo o de Melhor Jogo para PS3 e Melhores Gráficos no 2011 Video Game Awards.

Agora, estamos prestes a receber mais um jogo da franquia, um dos jogos mais aguardados para o PlayStation 4, em uma plataforma mais moderna e com recursos tecnológicos que permitem aos desenvolvedores explorar ainda mais o universo de Uncharted. Possivelmente A Thief’s End será o exclusivo que mais irá impulsionar as vendas do console em 2016. O jogo está pronto e as expectativas para o lançamento estão as maiores possíveis.

O que já se sabe?

A história de Uncharted 4: A Thief’s End irá se passar três anos depois dos acontecimentos do anterior, Drake’s Deception. Aparentemente Nathan Drake estava levando uma vida tranquila de casado, ao lado de sua esposa Elena Fischer, quando uma grande motivação faz com que ele retome seu lugar ao lado de sua figura quase que paterna, Victor Sullivan, entre muitos perigos e aventuras. Sam, o irmão mais velho de Nathan, reaparece em sua vida e faz com que uma parte misteriosa de seu passado influencie toda a história a partir deste ponto. Pelo que já se sabe a respeito da personalidade de Sam, ele parece ser uma versão menos responsável e mais problemático que Nathan, “mais ousado que Nate e por ter um pouco de inveja das conquistas do irmão”, segundo o site oficial do game. Cinco anos mais velho, Sam vê no irmão tudo aquilo que ele sempre desejou ser mas nunca conseguiu desempenhar tão bem, gerando um ciúme e um conflito familiar, além de um sentimento que a personalidade de Sam jamais permitiria assumir publicamente.

O interessante neste ponto é que o ator que empresta a voz para Nathan Drake desde o primeiro jogo, Nolan North, é amigo pessoal de Troy Baker, que interpreta Sam em A Thief’s End. Essa amizade nos bastidores certamente ajuda a influenciar positivamente a interação entre os personagens no jogo, tornando o processo, além de mais fácil para os atores, mais fluido para o público que irá apreciar a obra depois de pronta.

Todo o lance do aparecimento de Sam está diretamente ligado a um artefato lendário que pertencia ao Capitão Henry Avery, um pirata que viveu no século XVII. A própria vida de Sam está dependendo disso. Para encontrar o tesouro perdido, os irmãos partem para Libertalia, um refúgio de piratas escondido nas profundezas das florestas de Madagascar. A maior aventura de Nathan será ver até onde seus limites físicos aguentam, descobrir até onde vai a sua determinação e, por fim, o que ele está disposto a sacrificar para salvar seus familiares. O jogo não se passará somente nesta ilha, os produtores estão prometendo uma mescla de ambientes para equilibrar o ritmo e que, mesmo na ilha, haverá muitos lugares diferentes para serem explorados. Além do cenário tropical, já mostrado em vídeos na última PlayStation Experience, espaços urbanos e de neve deverão aparecer no decorrer da trama.

Mudança na fórmula

Uncharted 4: A Thief’s End não será tão linear quanto os seus antecessores. Até mesmo pelo poder de processamento do PS4 ser bastante superior ao do PS3, os desenvolvedores estão apostando em áreas maiores para exploração. O jogador não terá apenas um único caminho para seguir durante a jogatina. Acredita-se que A Thief’s End será dez vezes maior em termos de exploração do que o terceiro jogo da série. Além disso, já foi afirmado que as cutscenes serão mais integradas ao jogo, talvez como vimos em The Order: 1886, que era até difícil perceber quando uma cena acabava e o jogador já estava apto a controlar o personagem. Este recurso combina muito com a série que, a cada novo episódio, tenta deixar o jogo com um ar mais cinematográfico explorando toda a sua grandiosidade.

Em termos de mecânica, uma adição que chamou bastante atenção no vídeo de gameplay é que Nathan poderá fazer com que seus inimigos o percam de vista, consequentemente escapando de maneira mais fácil da ação frenética que estávamos acostumados e podendo optar para as investidas em ataques furtivos. Antes, não havia essa possibilidade, atacar furtivamente só funcionava se fosse em sequência contínua. Uma vez descoberto, era impossível reverter a situação para tentar se esconder novamente.

Graficamente impecável

Todos os vídeos já mostrados pela Sony mostram gráficos e imagens muito bonitas. Como sempre, o ambiente parece ter tido um tratamento mais do que especial para demonstrar toda a grandiosidade que a franquia merece. A quantidade de detalhes é imensa e não fica só por conta do ambiente, os personagens também receberam uma abordagem diferenciada. Além das capturas de expressões faciais, houve também a captura de tecidos, músculos e até estruturas ósseas para dar ainda mais realismo na movimentação dos personagens dentro do jogo.

A Naughty Dog tem trabalhado bastante para que A Thief’s End cumpra o que prometeu: rodar na resolução 1080p e a uma taxa de 30 quadros por segundo no modo singleplayer e 900p e 60 quadros por segundo no multiplayer. Será realmente bom vermos um jogo rodando dessa maneira sem quedas na taxa de quadros, pois parece que a indústria ainda não conseguiu encontrar uma fórmula para estabilizar o processo das imagens nos jogos da atual geração. O novo Hitman da Square Enix, por exemplo, disponibiliza uma opção no menu para fixar a taxa em 30 fps pois sabe que os 60 fps planejados não são estáveis.

Que venha logo o “final”

Para a Naughty Dog, ter desenvolvido a versão remasterizada de The Last of Us para o PS4 foi o primeiro passo para entender como o console funciona e descobrir até onde se pode chegar com todo seu potencial de processamento. Com isso, espera-se que Uncharted 4: A Thief’s End esteja tão grandioso quanto foram os seus antecessores em suas épocas. Pelo que já sabemos do desenvolvimento, as expectativas têm tudo para se confirmarem da melhor maneira possível. Quanto à história, ainda não se sabe qual será o desfecho de Nathan Drake, Sam, Victor Sullivan ou Elena Fisher, mas estaremos todos ansiosos para que, quem sabe, este não seja mesmo o fim. Pois ainda nem jogamos, mas já estamos com saudades.

Mesmo aqueles jogadores que se sentiram ligeiramente desmotivados após inúmeros adiamentos, certamente irão olhar de novo com carinho para o jogo que já é um dos mais aguardados de 2016. A produção parece que finalmente chegou ao fim e Uncharted 4: A Thief’s End será lançado no dia 10 de maio de 2016 exclusivamente para o PlayStation 4.

Uncharted 4: A Thief’s End — PS4

Desenvolvimento: Naughty Dog

Gênero: Aventura / Ação / Tiro em terceira pessoa

Lançamento: 10 de maio de 2016

Expectativa: 5/5

Revisão: Vitor Tibério

Texto publicado originalmente na Revista GameBlast N° 18 lançada em 15/04/2016.

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Ana Krishna
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Botafoguense. Futura economista. Pesquisadora. Gamer. Leitora. Torcedora dos Steelers.