NÃO medite por 20 minutos!!
Estava eu, de boa na lagoa em meu quarto cor-de-rosa (há alguns “poucos” anos atrás), quando meu pai bateu na porta e, com o olhar arteiro, me convidou pra espiar com ele uma cena um tanto quanto inusitada pra cabeça de franga que eu tinha na época.
Imagine aí: meu irmão mais velho, sentado igual índio na cama, com os braços pousados nos joelhos, dedos polegares e indicadores ligados, “igualzinho foto de google!”… Daddy e yo caímos na risada!! Mas aquela risada boa, que você tenta a todo custo tampar com a boca e não consegue!
Agora volte pro presente. Tente adivinhar quem mordi a língua?! 😂 😂 Pois é… Antes de ler o livro “O Milagre da Manhã (Hal Elrod)”, eu fazia meditações guiadas pra dormir toda noite. Às vezes de manhã também. As minhas favoritas são da Louise Hay. Basicamente, eu não conseguia dormia sem escutar a voz dessa mulher. Meus pensamentos não me deixavam e eu precisava dela pra me desligar.
Então uma amiga iluminada me enviou o link da meditação guiada VIPASSANÃ, de 15 minutos. Nesse aúdio, você recebe instruções de vez em quando, mas na maior parte do tempo não tem voz nenhuma. Eu fazia de vez em quando, me sentia bem, e comecei a usá-la pra dormir. Eu já conseguia me desligar mais ou menos sozinha dos pensamentos maleditos.
Depois que comecei o milagre, passei a fazê-la todos os dias. Depois de um mês, baixei a de 30 minutos pro celular. São três badaladas de sino ao começar, uma badalada a cada 5 minutos, e mais três pra finalizar. Eu fui entendendo aos poucos o porquê da prática meditativa. Sim, há uma enorme diferença e meu professor de yoga sempre deixa isso bem claro.
Eu não sou nenhuma especialista em meditação, apenas uma estudiosa. Os livros de Osho me ajudam muito a melhorar a minha prática. E sempre anoto no diário quando tenho uma nova percepção. Com certeza, eu ainda faço a prática, porque meditação é quando você se conecta com o todo num nível em que nenhum pensamento passa pela sua cabeça. Você não existe, seu eu, seu ego, sua personalidade. Você não é homem, mulher, gordo, magro nem careca. Você é um ser, você está vivo, você respira, você está absolutamente presente.
Osho diz que o maior pecado que a gente pode cometer contra a existência é não estar no presente. E esse com certeza é o maior ensinamento que eu tenho aprendido com a meditação. Todo dia eu sento em silêncio ao acordar e fico observando meus pensamentos… Minha mente parece um cavalo de corrida que vai ganhar em primeiro lugar. Meu maior desafio é não engajar, não planejar, não criar diálogos, não preparar aulas e nem fantasiar minha entrevista na Ellen Degeneres enquanto eu medito!
Eu tento só observar, só testemunhar. Às vezes eu anoto o pensamento mentalmente num post-it imaginário, colo na parede imaginária e decido pensar naquilo depois, quando for a hora certa. Osho diz que pensar em meditação como se fosse algo a ser feito 20 minutos de manhã é um dos obstáculos pra que ela floresça de verdade. Não adiantar estar focado, presente, durante 20 minutos, meia hora, pela manhã e depois sair a desbravar o mundo como o meu cavalo de corrida.
Não há nada de errado em sentar para meditar, mas ele diz que também é preciso caminhar meditativamente, comer meditativamente, trabalhar meditativamente, viver meditativamente! Pecado é viver o hoje pensando no amanhã e viver o amanhã já pensando na sexta-feira. Por isso ele propõe que a gente se conecte com o corpo primeiro, porque é mais fácil meditar se concentrando na respiração, quando se está dançando, cantando, fazendo yoga!
Pense só, não dá pra pensar no presente, dá? Não, só dá pra vivê-lo… Então todas as vezes que a sua mente estiver funcionando, é porque você está pensando seja no passado ou no futuro. Osho diz: “torne-se consciente, observe”. Eu tenho procurado fazer como ele diz e não me sentir culpada pelas 24 mil vezes em que me pego pensando no que já passou ou no que está por vir, porque eu também voltei pro presente 24 mil vezes, e estar no presente é um hábito. E esse com certeza vale a pena praticar! :)
