25 Ideias Poderosas Sobre a Arte de se Relacionar que Aprendi com Dominic Barter e a CNV

André Camargo
Revista Tudo é Sagrado
5 min readOct 19, 2015

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por André Camargo

Você não sabe o que é a CNV?
Não se preocupe: muita gente também não sabe.

Aliás, foi por isso que escolhi escrever sobre o tema. Acredito que quanto mais gente conhecer e praticar formas autênticas, não-violentas, de se relacionar, mais bacana vai ser viver neste mundo.

Porque — vamo combinar — tá foda.

(A propósito: CNV = Comunicação Não-Violenta)

Bora?

Ah, só mais uma coisa: não dá pra passar os olhos rapidão. Não vai fazer sentido. Você talvez precise ler com calma, parar e refletir. ;)

1. Saber se relacionar bem não significa ser bonzinho, “paz e amor” ou não falar palavrão.

Tem mais a ver com comunicar sua verdade, ser fiel a si mesmo e respeitar profundamente os sentimentos e necessidades da outra pessoa.

2. Conflitos são inevitáveis e até bem vindos.

Conflitos são portadores de verdades.

O objetivo, portanto, não é se livrar dos conflitos, mas aproveitá-los como oportunidades para gerar intimidade.

3. Comunicação é criação compartilhada de sentidos.

Uma das principais fontes de mal-entendidos é supor que a outra pessoa entendeu o que você quis dizer. E vice-versa.

4. A gente precisa se recordar, sempre, de que o outro é um desconhecido — em constante processo de mudança.

Portanto, é fundamental cultivar a prática de checar o que a outra pessoa nos ouviu dizer.

E, em contrapartida, verificar se o que ouvimos a pessoa dizer era efetivamente o que ela pretendia comunicar.

5. Comunicação autêntica envolve seres humanos em um esforço compartilhado de formular a verdade que precisa ser dita.

O diálogo é uma investigação conjunta, em equilíbrio de poder, sem saber de antemão onde vai dar.

6. Nos conflitos, o que nos amedronta não é a reação da outra pessoa.

É nossa própria incapacidade de lidar com a reação do outro.

7. Toda estrutura que não permite diálogo precisa ser modificada.

8. Empatia é um meio e não um fim.

A gente aprendeu a tolerar o intolerável — e ainda achar que a tolerância é uma coisa boa.

É o que querem que a gente pense.

Compreender empaticamente, e ficar por isso mesmo, apenas perpetua o problema ao torná-lo tolerável. Diante do que não serve à vida, é necessário ação. Vigorosa, se for o caso.

9. Qualquer coisa é melhor do que obedecer silenciosamente a algo que não serve à vida.

10. Devemos desconfiar de tudo que se apresenta como a única possibilidade.

E, ao contrário, usar o diálogo para criar, conjuntamente, formas de lidar com cada situação que levem em conta os sentimentos e necessidades dos envolvidos.

11. No momento em que eu vejo o outro como inimigo, eu confundi as coisas.

Manifestemos firme intolerância ao ato, mas tolerância incondicional à pessoa.

12. Preciso conhecer bem o que me desconecta da minha humanidade.

O que me desconecta da minha humanidade é tudo que me impede de compreender o impacto das minhas ações sobre as outras pessoas.

É o que me faz esquecer de como a gente se sente quando prejudica alguém.

E o que, eventualmente, me faz encontrar boas razões para me fechar, roubar, atirar.

13. Identificar quem errou é uma perda de tempo que atrasa a transformação.

Melhor parar de viver procurando o culpado.

14. A ideia de que não tenho tempo é uma excelente estratégia para nada mudar.

Tempo são escolhas que a gente faz.

15. Conselhos não solicitados são uma forma sutil de rejeição.

Ao contrário de oferecer uma escuta livre de expectativas e suportar estar com o outro em sua angústia.

16. Rótulos desumanizam.

Reduzir o outro a algum tipo de bicho (burro, vaca, verme), por exemplo, é o prenúncio de formas mais graves de violência.

Antes mesmo do Holocausto, os nazistas retratavam os judeus como ratos.

17. Violência é tudo o que viola a integridade do outro.

18. A escuta aberta e empática re-humaniza.

É maravilhoso testemunhar o poder de alguém que recuperou sua dignidade.

19. A CNV é uma ferramenta de transformação (de si e do mundo) pelo diálogo

20. Estamos há muito tempo de luto por nossas necessidades não atendidas.

Fomos ensinados, desde pequenos, a negligenciar nossas próprias necessidades, a fim de prestar atenção às demandas dos outros.

Uma das maiores fontes de conflito é esperar dos outros que atendam nossas necessidades não atendidas.

Precisamos cultivar compaixão por nós mesmos e pelos outros, por nossas necessidades não atendidas. E, ao mesmo tempo, compreender que não somos mais crianças.

21. A responsabilidade por atender às minhas necessidades é minha e somente minha.

E o caminho para atender às minhas necessidades é transformá-las em pedidos que o outro pode ou não atender.

É crucial compreender que a outra pessoa não é obrigada a satisfazer às nossas necessidades.

O outro é livre para agir como achar melhor.

22. A fim de compreender as necessidades de cada um, a cada momento, precisamos focar na essência do que é comunicado.

23. Identificar e nutrir o que está funcionando bem também é necessário — e profundamente transformador

24. A Comunicação Violenta leva à solidão e ao desespero.

Aprender a comunicar os próprios sentimentos e necessidades de modo firme e, ao mesmo tempo, empático, é o caminho para experimentar conexão genuína, sentido e profundidade.

25. A Não-Violência é um fazer.

E só se aprende a nadar na água.

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