Para quando Cartões “VISA”!?

Sousa Gaspar
Made in Angola

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Salve pessoal. Fico muito feliz ao ver a internet angolana aos poucos ganhar vida. Por ganhar vida quero dizer que a nossa internet está a ganhar mais conteúdos, mais aplicações, mais blogs e sites produzidos localmente e por angolanos. Sim! sei que essa é uma visão meio romancista, mas é muito importante que essa dinâmica continue, pois só dessa forma conseguiremos ganhar autonomia tecnológica; pelo menos no que tange a tecnologias web.

O objectivo desse artigo é discutir um pouco algo que já falei em um outro artigo publicado no blog da startup angola. Se você ainda não leu, clique http://goo.gl/Mig3QV . Enquanto trabalho na aprenda A intenção é adaptar formas de pagamentos que sustentem modelos de negócio de internet na nossa realidade.

Já é do conhecimento de todos que as pessoas em Angola, de forma geral, não usam cartão de crédito muito menos sites como paypal. E se você parar para pensar, essas são os padrões de pagamentos mais comuns na internet.

No ano 2014 foi lançado um gateway de pagamento que agradou muita gente, inclusive a mim, o https://www.kwanzaonline.co.ao que é um gateway de pagamentos online. A iniciativa foi muito boa e espero de coração que mais desenvolvedores comessem a pensar em criar e disponibilizar formas de pagamento online. Mas as minhas expectativas em relação à esse serviço foram um pouco do que é realmente a realidade. O número de pessoas usa-os ainda é bastante limitado (potenciais clientes) e em relação a isso espero que a empresa BCCL responsável pelo Kwanza online tenha boas estratégias de marketing para atingir uma base de usuários cada vez maior. Por outro lado os sistemas angolanos que precisam de uma forma de pagamento… integrem-se rapidamente a plataformas como o Kwanza-online para de alguma forma divulgar e ambientar o cliente angolano com essas formas de pagamento.

Tradicional, mas funciona. Qual é o problema?

Os problemas são vários de certeza. Com o modelo tradicional é bem difícil para as empresas escalar rapidamente, sem dizer que a divulgação terá de ser em massa. Porém, quais são as formas de pagamentos que no dia-a-dia usamos para pagar as nossas contas, mandar dinheiro para namorada, irmã, filha ou mãe? Depósitos bancários e transferências. Que possibilidades existem para adaptarmos essa forma de pagamento aos negócios que rodam na internet? Note: transferências bancarias via terminais ATM têm se tornado constantes. Será que podemos aproveitar essa onda? Claro que sim!

Enquanto os sistemas de pagamento puramente online não aparecem (não criamos), não significa que os negócios digitais devam parar.

Olhando para as lojas virtuais em Angola, você percebe que elas vendem, porém, as formas de pagamentos têm sido transferências e pagamentos via terminais ATM móveis (Eu mesmo já comprei desse jeito). Dependendo do tipo de serviço ou produto a forma de pagamento poderá ser mais ou menos complexa.

Aprenda com os exemplos que já deram certo.

Por exemplo, lojas virtuais comumente possibilitam que os clientes paguem na hora da entrega via ATM móvel. No caso de venda de produtos digitais tais como cursos ou video aulas pode-se adoptar transferências bancárias como forma de pagamento. funciona de forma simples (porém retrógrada). Imagine: o estudante se cadastra no sistema e tem acesso aos conteúdos e features grátis. Depois de se mostrar interessado em algum curso ele deposita o valor da subscrição, tira uma foto BEM VISÍVEL do borderoux com o telemóvel iPad ou outra câmera qualquer e envia para o email de vendas do sistema junto com o seu e-mail de cadastro. Do lado do sistema (vendedor) recebe o e-mail; verifica junto ao internet banking se o depósito for autêntico e valida o pedido no sistema — boa parte dos bancos nacionais disponibilizam o serviço de internet banking. Você deve estar a pensar agora: esse processo é todo manual… e se tiveres uma base de 10.000 vendar por dia? Sabes qual a minha resposta? se o seu sistema chegar a esse nível quer dizer que o seu produto é muito bom e que seus clientes farão os possíveis para adquirí-lo de qualquer jeito. Talvez seja essa a hora de “Obrigar” os clientes a adoptarem outra forma de pagamento tal como cartão de crédito ou um gateway de pagamento tal como o Kwanza online. Seja como for, o que quero passar aqui é que enquanto as formas de pagamento padrão na internet não se popularizarem devemos adoptar os mecanismos que funcionam, ainda que tradicionais e não automatizados. Esse é o caminho para ambientar o internauta angolano a efectuar pagamentos na internet. Até que um dia todos… todos usem cartões de créditos e possamos oferecer os nossos produtos digitais sem grandes abjeções.

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