É possível viver de animação?
Em meados de 2014, após uma frustrante experiência trabalhando numa grande produtora de vídeo, resolvi começar a estudar animação tradicional e perseguir o sonho de ser um animador. Procurei o curso mais acessível que tinha na época e, após alguns meses de estudo, consegui o meu primeiro trabalho no filme A Cidade dos Piratas, do Otto Guerra.
Essa experiência foi fundamental não apenas para aprender timing, spacing, acting e arcos, mas, também, para me questionar se era realmente isso que eu queria fazer da vida, pois nesse momento eu já entendia que era uma profissão árdua e que, muitas vezes, não era muito bem remunerada. Certa vez, após uma longa conversa sobre a vida, eu aproveitei a oportunidade para perguntar ao diretor do projeto: É realmente possível viver de animação?
Após a experiência trabalhando no longa-metragem, fui contratado pela Birdo Studio para fazer parte da equipe de animação de dois projetos: Papaya Bull e Star Wars: Forces of Destiny. O portfólio e a bagagem que adquiri trabalhando no estúdio me proporcionaram a oportunidade de trabalhar como freelancer de forma remota, morando perto de minha família e colaborando com estúdios brasileiros e internacionais.
Hoje, parafraseando o Maia, diretor de Cidade dos Piratas, posso responder que sim, é possível viver (e viver bem) trabalhando com animação. Há inúmeros tipos de projetos e demandas, assim como diferentes técnicas, etapas e orçamentos. O mercado de animação é vasto e há espaço para todos que desejam ingressar nessa indústria e perseguir o sonho de ser um animador profissional.
Esse e os demais textos que serão escritos são baseados em discussões e relatos pessoais de animadores e artistas que atuam, ou desejam ingressar na indústria de animação. O objetivo dessa iniciativa é contribuir para um mercado mais transparente, acessível e justo para todos.
Caso queira tirar alguma dúvida, ou mandar um alô, mande um e-mail para animatopanimacao@gmail.com :)
