O maior site pornô do mundo está sendo criticado por vídeos de estupro e abuso

Petição que destaca o fracasso do Pornhub em proteger as vítimas de estupro e vingança pornô atraiu mais de 350.000 assinaturas

Uma petição on-line está acusando o Pornhub, o maior site gratuito de pornô do Reino Unido, de conter em sua plataforma vídeos reais de estupro e abuso sexual atingindo mais de 350.000 assinaturas.

O Pornhub é o maior site de pornô do mundo e foi acessado 42 bilhões de vezes no ano passado. É de acesso gratuito, sem restrições de idade, e gera receita por meio de publicidade e promoções pagas por produtores de pornografia.

Como várias acusações feitas contra o proprietário do Pornhub, a Mindgeek, concentram-se na percepção insuficiente das verificações dos vídeos upados na empresa, onde 6 milhões de vídeos foram publicados em um único ano, muitos deles por amadores. No ano passado, uma empresa enfrentou várias acusações de terem postado vídeos de estupro e abuso que foram amplamente divulgados no site.

Uma petição foi iniciada por um grupo chamado Exodus Cry nos EUA, mas está sendo apoiada por ativistas no Reino Unido, onde Mindgeek também tem escritórios.

“Esta é uma empresa que está gerando milhões de receitas em publicidade e assinaturas de usuários e ainda não possui um sistema eficaz para verificar com segurança a idade ou o consentimento daqueles que aparecem no conteúdo pornográfico que hospeda”, disse Laila Mickelwait, fundadora do Exodus Cry.

Mindgeek — legalmente sediada em Luxemburgo, mas com filiais em Montreal, Londres, Nicósia e Los Angeles — nega as alegações feitas na petição, insistindo em que ela possui requisitos completos para remover conteúdo ilegal.

Em uma declaração ao Guardian, Mindgeek disse: “O Pornhub tem um compromisso constante em erradicar e combater conteúdo não consensual e material de menores de idade. Qualquer sugestão de outra forma é categoricamente e factualmente imprecisa. “

Outros grupos de campanha criticam o Pornhub de darem visibilidade a práticas inadequadas.

Alguns vídeos no Pornhub — como em outros sites gratuitos — mostra pornografia extremamente agressiva e violenta.

Os ativistas dizem que esse fato, associado à alta prevalência de vídeos que promovem sexo com jovens adolescentes — “teen” é uma das categorias mais populares do site — significa que é urgente saber com certeza se os vídeos são feitos de forma consensual.

Em outubro do ano passado, uma menina de 15 anos que desapareceu na Flórida e foi encontrada depois que vídeos dela foram supostamente carregados no Pornhub, entre outros sites. O Pornhub removeu o vídeo quando foi denunciado e um homem acusado de estupro por causa do caso está atualmente aguardando julgamento.

O site também foi criticado por continuar a hospedar vídeos dos especialistas em pornô amador GirlsDoPorn — uma empresa que oferece garotas na pornografia “pela primeira e única vez” — mesmo quando um tribunal em San Diego mostrou que os vídeos foram usados usados de forma desonesta e abusiva. A página oficial do GirlsDoPorn não foi removida do Pornhub até outubro, embora o tribunal tenha começado a ouvir os acusados em agosto. Seus vídeos ainda estavam sendo encontrados no Pornhub meses depois.

Os homens que dirigem a GirlsDoPorn foram considerados responsáveis ​​em um caso civil. Dois estão atualmente sob custódia e agora estão enfrentando acusações criminais de tráfico sexual, enquanto um terceiro fugiu do país e é considerado um fugitivo.

No mês passado, a BBC notificou uma história de uma mulher que foi estuprada há 14 anos, com o vídeo de seu abuso terminando no Pornhub. Ela disse que enfrentou uma longa luta para remover o vídeo do site.

O Pornhub insiste que possui procedimentos robustos para impedir a publicação de conteúdo ilegal e defende que o material publicado são fantasias legítimas protegidas pela liberdade de expressão.

Assine a petição aqui: https://www.change.org/p/shut-down-pornhub-and-hold-its-executives-accountable-for-aiding-trafficking

Texto traduzido daqui: https://www.theguardian.com/global-development/2020/mar/09/worlds-biggest-porn-site-under-fire-over-videos-pornhub