Músicas que tocam a minha mente e o coração

André Lobão
Anticapitalista e antifascista
2 min readJul 16, 2024
Capa do álbum Supernatural de Santana lançado em 1999

Ao longo da minha vida desenvolvi uma relação muito intensa com a música, não como produtor — quem dera! — ou como instrumentista amador. Aliás, eu não sei tocar nada, só ouço.

Desde criança através do pequenos vinis de histórias da “Dona Baratinha”, rádio, discos da minha mãe, do som alto do vizinho e nas antigas lojas de discos e agora com os streamings tenho a música como parte dos meus 53 anos de vida.

Após conversar e ler sobre o tema acredito que possuo um tipo de sinestesia, uma sensação sensorial quando ouço determinada música.

Ao ouvir algumas canções como “Confortably Numb” do Pink Floyd, por exemplo, faço uma verdadeira “viagem” sensorial auditiva. O solo de guitarra de David Gilmour me faz relembrar passagens e experiências que tive no passado. Toda vez que ouço em a música, geralmente em transporte público, me desligo totalmente e sinto estar num momento sublime como um gozo.

Hoje mesmo, no trem, uma moça se esgoelava no vagão, cantando ,usando essas caixas ampliadas, um hit gospel.

Apesar do som alto me desliguei e consegui me concentrar no som do meu fone que tocava justamente Confortably Numb. Confesso que não sei como consegui fazer isso, com a gritaria da moça.

É assim também com canções de David Bowie, Led Zeppelin, Depeche Mode, George Harrison, John Lennon, Nirvana,Santana, Maria Bethânia, Gal Costa, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Legião Urbana, Rita Lee, entre outras tantas bandas e artistas.

Quando criança lembro dos vinis da minha mãe com sua discoteca baseada em Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Clara Nunes, entre outras.

Da arca pertencente a minha madrinha Edith, que continha também um grande quantidade de vinis e CDs. Para quem não sabe, arca é um móvel grande de sala onde se coloca tudo o que você possa imaginar. Desde relógios tipo “cuco”, livros, porta retratos e plantas.

Edith tinha uma discoteca bem eclética que tinha Elis Regina, Chico Buarque, Joana, Tom Jobim, Toquinho, Vinicius de Moraes, Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, Kleiton e Kledir, Almir Guineto Alcione, Beth Carvalho e por aí vai.

Atualmente estou numa fase de ouvir reggae, preferencialmente, de um pessoal que faz um trabalho legal na Califórnia, de bandas pouco conhecidas por aqui como Stick Figure, Soja, The Elovaters, The Hip Abduction e outros, que proporcionam viagens lisérgicas, sem tomar, propriamente, nada lisérgico.

Ou seja, no meu caso, para ficar “doidão” basta ouvir uma música que bata bem na mente e no coração.

Minha filha, com seus seis anos curte ouvir podcasts e leituras de histórias infantis que quando dá faço para ela.

Agora ela já desenvolve o gosto pela música, está curtindo Larissa Manoela e Joelma e seu hit “Voando pro Pará”, que confesso também me dá uma onda.

--

--

André Lobão
Anticapitalista e antifascista

Apenas um jornalista antineoliberal, anticapitalista e brasileiro, acima de tudo.