O neoliberalismo e seus zumbis

André Lobão
Anticapitalista e antifascista
2 min readOct 5, 2021

Um exemplo de como o neoliberalismo é manipulador e conduz os trabalhadores a um processo de alienação e servidão voluntária

Ilustração: Priscila Barbosa

Nas empresas isso primeiro começa com a ideia de transformar o sujeito em colaborador da empresa, usando o velho discurso de “vestir a camisa”, com o objetivo de incutir no trabalhador o sentimento de pertencimento. Isso ao mesmo tempo é contraditório quando essa mesma empresa estimula a competição entre os empregados, despertando o individualismo e o vale-tudo dentro no local de trabalho.

Neste contexto são criados jogos e estímulos para manter esse chamado vinculo afetivo entre trabalhador e empregador. Premiações, participações de lucros e resultados, isso construído a parir de uma lógica vertical onde os chefes e gerentes são os maiores beneficiados, uma desigualdade que passa a ser naturalizada.

Em verdade, o empregado em nenhum momento avalia o cerne desta relação que é a “mais valia”, ou seja, a disparidade do quanto que ele ganha e o valor que a empresa obtém como resultado deste trabalho.

O processo de alienação é tão exitoso que até ex-empregados pelo fato de já terem trabalhado em determinada empresa expressam carinho e orgulho quando seu ex-empregador faz aniversário. Não relevando os assédios, jornadas precarizadas e deméritos aos que foram submetidos.

Por fim, é preciso termos compreensão de que grandes empresas lançam mão de ações de marketing digital para promoção institucional, despertando o “gatilho” do pertencimento e o vínculo afetivo que resta do ex-empregado, usando isso sem ter que gastar nada com hastags, postagens e compartilhamentos feitos de forma espontânea e orgânica. Eis o gatilho da servidão voluntária!

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André Lobão
Anticapitalista e antifascista

Apenas um jornalista antineoliberal, anticapitalista e brasileiro, acima de tudo.