par de valsa
Isa abre os olhos e vê o teto de um salão que parece ser antigo e bonito, ao mesmo tempo que percebe um silêncio agradável. Tudo indica que o baile chegou ao fim.
— Achando que a festa acabou?
Ela dá um pulo e olha para o amor, de camisa social branca com as mangas dobradas, aparecendo suas tatuagens vermelhas, e o cabelo bagunçado de sempre. Enquanto ele caminha até ela, começa a tocar “Downtown” de Noite Passada em Soho.
— Ah, você de novo? — Ela revira os olhos — Onde está todo mundo?
— Você está desmaiada. A festa está rolando…
Ela olha para seu corpo desacordado no chão, de maquiagem borrada, resto de bebida ao lado do seu cabelo bagunçado e algumas pessoas em volta dela e outras curtindo a noite.
— Ué? o que aconteceu? Bebi muito?
— Sim, bateu a cabeça na pilastra.
— Então esse papo aqui nosso é da minha cabeça?
— Sempre, cupido.
— No fim da festa é sempre eu e você, por quê?
O amor sorri, a puxa para cima e ambos começam a dançar.
— Adoro esse filme e essa música. -Ele diz enquanto dançam.
— Você não respondeu minha pergunta. Por que danço com você enquanto deveria estar dançando com..
— Com quem? Com alguém de suas expectativas?
Ela olha para ele com um olhar de rendição.
— Sei que está decepcionada, mas pensar demais te mantém ocupada, mas não te leva a lugar nenhum.
— Mas o que eu tenho que fazer, então? — Ela pergunta parando de dançar.
— Achei que estivesse óbvio.
— Achou errado. — Diz, irritada.
O amor a puxa para continuar dançando e sussurra em seu ouvido:
— Deve acordar, Isa.
Ela arregala os olhos surpresa com a resposta e olha para trás ao escutar alguém a chamando.
De repente sente o chão gelado e o cheiro de bebida barata, a música está alta de novo, o salão antigo dos anos 60 agora é apenas de um prédio atual, e as pessoas se afastam.
De volta para a realidade.
FIM.