COMEÇOU O SEGUNDO TURNO E UM EMPATE SE DESENHA

Se não ocorrer nenhum fato de grande proporção, está definido o segundo turno das eleições, com uma disputa entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. A transfusão de votos de Lula para Haddad se dá de forma acelerada e consistente, um processo que já havíamos constatado desde a impugnação da candidatura do ex-presidente.

Na última segunda-feira, a cada menção a Haddad nos tweets geolocalizados nas 145 cidades monitoradas pela AP/Exata, havia 3,4 menções a Bolsonaro. Na terça-feira essa diferença passou a ser de 2,6 x 1. Nesta quarta, a diferença caiu ainda mais, para 1,9 x 1. Ou seja, a influência online de Haddad vem se aproximando à de Bolsonaro a passos rápidos, crescendo a cada hora.

Observamos também um aumento da militância contrária ao candidato do PSL. A hashtag #Bolsonaro, que sempre vigorou como a mais utilizada no decorrer da campanha, foi hoje alcançada pela hashtag #EleNao. Isso mostra que a principal estratégia dos adversários de Bolsonaro é tentar fazer com que a rejeição dele cresça, para deixá-lo numa constante posição defensiva. Haddad atrai para ele o voto anti-Bolsonaro, assim como o capitão consegue o voto anti-PT. Mas há muitas frentes de ataque a Bolsonaro, algumas delas abertas pela própria campanha do candidato, como ocorreu esta semana com as declarações polêmicas proferidas pelo General Mourão, candidato a vice-presidente.

Já o PT segue prometendo “um Brasil feliz de novo”, se vitimizando, como se tnão tivesse afundado na corrupção sistêmica que vigorou durante o período em que o partido esteve no poder. Mas não tem criado fatos novos contra ele mesmo, e, numa disputa equilibrada como a que se desenha, isso pode fazer a diferença.

Os resultados das urnas são imprevisíveis neste momento, mas é provável que os dois cheguem a um empate ainda no primeiro turno, se o ex-prefeito de São Paulo continuar crescendo no ritmo atual.

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