Nossa Guerra Particular

Gabriel Costa Oliveira
Apenã
Published in
3 min readJul 7, 2020

--

Hoje eu decidir retornar aos pequenos prazeres, apesar de haver prazer nenhum na escrita desse texto. O único sentimento possível é o de derrota.

Muito se compara a pandemia de coronavírus a uma Guerra, travada pela nossa geração. Eu acho a comparação tremendamente correta e, se for assim, então, traço um paralelo com a historia do seculo XX e me sinto como os franceses em 1942, quando nazistas desfilaram por Paris. O Brasil também foi invadido é ocupado por um inimigo impiedoso. Até o dia de hoje o Coronavírus já levou mais de 61 mil brasileiros.

Assim como a França do período, não estávamos preparados para essa Guerra. Temos até nossa versão da linha Maginot - uma linha de fortificações defensivas de frente a fronteira alemã- um conceito obsoleto, rapidamente suplantado pelas táticas rápidas dos nazistas, e personificada no Brasil pelas bravatas do bolsonarismo. Um conjunto de ideias belicoso, espalhafatoso, obsoleto e do mesmo modo, ineficiente em combater esse inimigo brutal.

Mas, meu caro leitor, você pode achar que estou exagerando em minhas afirmações . Então só para título de comparação, com essa que foi a maior tragédia do século XX, a segunda Guerra mundial, vamos trazer alguns números. O Brasil enviou para a Itália cerca de 26 mil combatentes na força expedicionária Brasileira (FEB) para lutar contra os nazistas entre 1944 e 1945 na Itália. Bem, pelos números atuais já perdemos o dobro de brasileiros que enviamos para lá na época da guerra. A batalha mais sangrenta da FEB, o bombardeio de Montese, custou aos pracinhas 453 mortos ou feridos ao longo de três dias de intensos combates. O vírus esta levando a mesma quantidade de brasileiros em menos de um dia.

Estamos perdendo essa Guerra por falta de comando. O governo federal tem sido omisso. Lavou as mãos e largou os Estados do Brasil ao Deus dará. Assim como a França- após a derrota um governo fantoche foi instalado pelos alemães no balneário de Vichy, parece que um governo colaboracionista foi instalado pelo inimigo, nesse caso colaborando com o vírus. A própria figura do Presidente: dificulta a todo custo as medidas de isolamento e combate a pandemia. Se livrando de ministros, negando publicamente a gravidade da doença, dificultando ao máximo a liberação de dados e burocratizando ao máximo a concessão de auxílios.

O presidente vetou, inclusive, trecho da lei sobre uso de mascaras em estabelecimentos fechados. Se isso não uma prova cabal de colaboração com o espalhamento da doença, e não sei mais o que é. Mas, assim como os colaboracionistas franceses foram execrados no pós guerra, o tribunal da história não será conivente com o Bolsonarismo e sua atitude criminosa para com o povo brasileiro, sobretudo nos vastos sertões do Brasil.


Nos fale o que você achou deixando um comentário!
Nos encontre também nas redes sociais pelo
Facebook, Twitter ou Instagram
Você pode colaborar com a gente via
Padrim, Patreon ou PicPay
O nosso Podcast você encontra em vários apps,
SoundCloud, Deezer e Spotify, etc!
E o feed para você acompanhar todas as entrevistas é
esse!

--

--

Gabriel Costa Oliveira
Apenã

Biólogo. Amazonida. Entusiasta da conservação e dos estudos em mudanaça climatica.