Como a democracia renasce.

Fefa Costa
AppCívico
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3 min readMay 8, 2019

Falar sobre o seu fim também implica em falar sobre seu recomeço. Como iremos reinventar a democracia?

A democracia pode estar prestes a renascer.

Nas últimas décadas, diversas previsões e fatos colocam em xeque a “sobrevivência” da democracia. São todas válidas e questionam estruturas definidas há séculos em uma sociedade de vive saltos culturais, de costumes e inovação em velocidade nunca antes registrada.

Porém, se sabemos onde e como a democracia pode acabar, podemos também reconhecer iniciativas onde a democracia pode encontrar forças para ser reinventada.

Não se pode negar o papel da tecnologia neste cenário. Assim como a tecnologia pode ser apontada como o pivô do “triste fim” de regimes democráticos, ela também é a matéria prima de sua “transcendência”- no sentido do termo cunhado no livro Revolução da Esperança, do psicanalista Erich Fromm.

Erich Fromm foi um psicanalista alemão, filósofo e sociólogo. Desde 1930 ele foi diretor do Instituto de Pesquisas Sociais de Frankfurt, conhecido também como Escola de Frankfurt.

“(…)O ser possui razão e imaginação e essas características tornam impossível um papel puramente passivo no mundo. Ao tomar ele mesmo um papel de criador, ele pode superar sua aleatoriedade e existência de criatura. Quem confronta sua produção com cuidado e amor, pode transcender a si e a seu ambiente. Também na destruição, o self se deixa transcender, porém a destruição sempre é a alternativa menor de criação, para pessoas que não foram capazes de transcender seu self. Apenas a produção criativa pode levar à felicidade, enquanto a destruição tem em si o sofrimento, acima de tudo para o próprio destruidor. (…) Erich Fromm.

Movimento “coleter amarelos” provocou o presidente Macron a lançar uma plataforma de debates após protestos .

A criatividade e a destruição para a democracia.

Tanto a destruição quanto a criatividade podem ser a base para um renascimento do processo democrático. Destruição de formatos pouco participativos, onde a decisão se concentra nas mãos de poucos e sem transparência, podem ser recriados com criatividade em plataformas que usam a tecnologia para buscar consenso e a participação de multidões.

A coleta de informações e dados para uso de uma inteligência coletiva são mais promissores do que restringir a participação da população apenas na hora do voto. Encontrar formas de fazer a euforia eleitoral permear também outras etapas do regime, como discussão e aprovação de leis ou a distribuição de recursos. Posto o desafio.

A democracia está nesse processo de recriação e busca por co criadores. Repensar a democracia não é responsabilidade apenas dos políticos ou partidos, nem mesmo exclusividade dos movimentos de renovação. Esse é um papel de todos.

Vamos construir uma nova democracia?

Como ela ‘morre” nós já sabemos. Mas, como ela revive está em nossas mãos.

Nós da APPCívico ajudamos lideranças a fazerem política com o uso da tecnologia. Se quiser saber mais, entre em contato no email contato@appcivico.com.

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Fefa Costa
AppCívico

Jornalista e observadora da democracia. Especialista em campanha e política digital.