Challenges — From good to bad

Pedro Francescon Cittolin
Apple Developer Academy PUCPR
4 min readOct 22, 2017

A tarefa de se auto avaliar no que foram as experiências que mais me modificaram como pessoa até agora não foi nada fácil e, mesmo não tendo colocado em palavras metade do que realmente foram esses últimos meses eu e meu perfeccionismo vamos ter que nos contentar com o texto da forma que ele ficou e fazer cara de satisfeito, até porque esse é um dos itens da listinha de coisas que preciso aprender a lidar e também já deveria ter publicado ele a quase uma semana atrás.

Poderia começar o texto dizendo que o meus principais erros durante os Challenges foram os clássicos e recorrentes “não saber gerenciar o meu tempo, procrastinar e blablabla” mas, já que meu objetivo é refletir sobre todo o processo e euzinho inserido nele, acredito que os problemas, no fundo, sejam outros.

Sei que as vezes sou uma pessoa meio sem critérios e acabo me interessando por qualquer assunto que me for apresentado, bem como tenho vontade de meter o bedelho, opinar e fazer parte de todas os processos e competências envolvidas no desenvolvimento do aplicativo (tenho conhecimento e experiência suficiente pra isso? Não. ¯\_(ツ)_/¯). Sei que isso por um lado isso é bom, mas em muitos momentos me desvia do meu verdadeiro e principal papel dentro da equipe, principalmente quando estamos lidando com situações de desenvolvimento de aplicativos inteiros em curtos períodos (só 100% das vezes). Acabo perdendo toda a motivação e vontade de produzir quando a única coisa que me resta a fazer é sentar a bunda na cadeia e programar de fato (Mas tu não é developer? Não faz computação? Sim e sim. Choices). Isso tudo faz com que, além de eu mal conseguir dar conta das minhas obrigações dentro da equipe e de produzir o suficiente no prazo delimitado, eu acabe não me aprofundando de fato e me tornando realmente bom em nenhuma das competências.

E já que to jogando tudo no ventilador mesmo, tem também os fatores adaptação e acomodação que não posso deixar de mencionar. Equipe do Phew (aka Ana, Julia e Lorien), vocês são maravilhosas e trabalhar com vocês, apesar dos perrengues naturalmente esperados durante um challenge, foi fantástico. Fantástico, mas me deixou mal acostumado. Como equipe, durante o desenvolvimento, nos entendíamos e nos dávamos muito bem, estávamos sempre no mesmo ritimo e acabou sendo inevitável que todos nós nos sentíssemos partes muito importantes do nosso Phewlho.

Isso de certa forma me acomodou e acabou, inclusive, somando com o fato de, no challenge seguinte, eu ficar em uma equipe com um desenvolvedor extremamente mais experiente e produtivo que eu. A parte do aplicativo da qual fui responsável em nenhum momento estava bem definida pela equipe — acredito que porque, no fundo, todo mundo (inclusive eu) já sabia que para o produto final ela seria descartada — e acabou que cada vez mais eu me sentia menos uma parte integrante e necessária à equipe. Não me impus o suficiente, não contestei, não tentei resolver a situação e de longe não fui tão pró-ativo e participativo quanto deveria ter sido na equipe.

Ta, eu errei. Mas e ai, o que preciso aprender? Quais as competências que eu preciso urgentemente aprimorar? São várias, é claro, mas acho que a principal no momento é desenvolver a minha capacidade de imersão. Estou sempre querendo abraçar o mundo inteiro e fazer várias coisas completamente diferentes umas das outras, tudo ao mesmo tempo, achando que um dia vou chegar lá. Acabo não fazendo nada de fato e, no fundo, sei que tudo o que eu realmente preciso fazer, na maioria das vezes, é simplesmente desligar o cérebro, sentar a bunda na cadeira e produzir. Junto com isso vem uma série de outros fatores como aprender melhor a estabelecer prioridades, a conhecer meus limites e me comprometer somente com aquilo que eu realmente vou dar conta e vou fazer direito, saber gerenciar o meu tempo e fazer o que precisa ser feito exatamente na hora que precisa ser feito, bem como saber lidar com o resultado obtido e não insistir em algo que já perdeu importância, aprender a dizer o que acho que precisa ser dito em momentos delicados e demostrar meu descontentamento quando for o caso e várias outras coisinhas que espero que a vida se encarregue de me fazer quebrar a cara com elas para que eu aprenda.

Também nem tudo é uma tragédia. Eu presto, as vezes. O que antes mencionei como um defeito também tem seu lado positivo. Por me interessar e realmente querer entender sobre todas as partes que compõe o desenvolvimento de um aplicativo, sempre tenho uma constante preocupação em executar a minha tarefa tendo em mente a importância que cada elemento tem para o resultado final. Sempre procuro me ater aos detalhes e executar a minha função valorizando e reproduzindo da melhor forma possível tudo aquilo que me foi entregue e colocado sob minha responsabilidade. Além disso, apesar de me perder as vezes com os prazos e deixar algumas coisas pra ultima hora (como, inclusive, aconteceu com essa reflexão, perdão pai Binder), quando eu me deparo com algo que realmente precisa ser feito e depende de mim eu me entrego 249% e não paro até estar pronto e perfeito. Também costumo ser bastante participativo nos momentos de discussão e decisão, sempre tenho a preocupação de trazer todas as questões de todos os membros da equipe no mesmo patamar e garantir que todos estejam satisfeitos.

Aprendi e evolui MUITO nesses últimos Challenges, as experiências foram bastante intensas e tenho certeza de que já sou uma pessoa completamente diferente do que eu era logo quando entrei na Academy. Espero que esse processo de evolução continue e que eu possa aprender muito, não só com o processo em si, mas principalmente com os membros da minha equipe, que com certeza foram postos juntos pois tem muita coisa a ensinar uns para os outros. Espero também não cometer os mesmos erros cometidos no passado nesse challenge que acaba de começar e ter a oportunidade de aprender ainda mais e com os novos erros e acertos que estão por vir. Bem brega, mas bem verdade.

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