Não entre em pânico…whoops, entrei.

Adelson Tavares
Apple Developer Academy PUCPR
5 min readApr 4, 2018

As novas direções da Apple Academy, e de forma específica eu falo aqui dos Nano Challenges, foram algo tão inesperado que eu entrei tão perdido só me dei conta que a festa era open bar no final.

Calma, deixa eu explicar que piora.

É segundo ano na Apple Academy, você ja ta anabolizado de quatro challenges supimpas e acha que não vai vir nada de surpresas pela frente. Afinal, estamos todos enturmados e sabemos os fortes de cada um. Aí, do nada, a sensação é de estar em meio a uma suruba de anões coalas servindo margueritas enquanto te curram com um pônei de plástico.

tipo esse

Não sei quem foi o personagem de margarina que inventou que a vinda de um ano novo se dá num processo de renovação de energias e que tudo vai ser extremamente mais legal em comparação ao ano que se passou. Ao meu ver, a coisa é mais como um hambúrguer, onde a cada ano é adicionada uma nova camada, chegando a um tamanho que não te permite nem morder o sanduíche. Você aperta aqui e espalha de lá, cai tomate em tudo e se você tentar arrumar é pior. E eu to ótimo nas correlações hoje.

Sim, meu humor hoje ta uma lindeza.

Quando eu entrei na Academy eu sabia que: a) eu não era designer e b) eu não era programador. A experiência como ilustrador no mercado sempre me ajudou a lidar com equipes e eu tenho 100% de certeza de que o sucesso nos projetos que tive sempre foram resultado da mistura de todos os indivíduos do grupo. Porém, eu sabia que no momento em que estivesse sozinho desenvolvendo um app eu iria encontrar meu pior medo (depois de palhaços e vendedores de loja de departamento.)

Com o passar do primeiro ano ficou claro pra mim (por vários motivos que não abrirei aqui) que eu não queria programar e friso aqui no verbo QUERER. Não quero mesmo.

Nada contra programação, tenho até amigos que são programadores.

Simplesmente programar não se encaixa na minha ambição de carreira e acho lindo (lindo mesmo, tipo porta de vidro de gente rica) designers que se dedicam, aprendem e evoluem em código. Mas eu consigo ser ilustrador e TENTAR ser designer, uma outra atribuição simplesmente estoura meu disquete mental.

Então as pregas estremeceram ao saber que seriam vários nanos onde eu sozinho teria que criar um app. Aí a confusão se deu e como dizia meu pai “a merda virou boné”. Sabem o que é fobia né? A gente não raciocina direito. Eu não sei em qual momento da balada eu disse a mim que seria necessário codar. Me confundi mesmo e só quem esteve na salinha do BBB comigo sabe o pânico.

Dei meus pulos, usei todos os meus favores, fiz códigos dos quais não entendi lhufas ou fizeram códigos que eu entendi menos ainda. Nunca tive tanto suporte na Academy dos meus miguxos como dessa vez e entre trocas de narcóticos e dignidades, os primeiros nanos foram saindo.

Aos poucos fui entendendo até onde iria a parte de código necessária aos designers e vi que a tempestade no copo d’água era minha. Ainda estou correndo atrás do tempo perdido no surto de pânico.

Também é lógico que aprendi bastante. principalmente em como reestruturar meus assets de forma melhor, tanto no Sketch quanto no Xcode. A Matrix se abre ao entender o mínimo de constraints, mas também dá um dó ao ver que um recurso tão bacana é tão mal otimizado (mas é o que tem pra hoje).

uma imagem que não é meme.

Também tenho meus pontos a levantar em relação aos Nano Challenges, ainda acho que o processo dedicado aos designers está muito mais focado em geradores de conceitos do que solucionadores de problemas, nem sempre o genial me parece tão “genioso” quando se questiona sua utilidade. É muito fácil criar sem uma amarra palpável de um produto definido dentro de um escopo real e limitar a escopos didáticos pouco tem a ver com experiência real e palpável. Também me pergunto até agora onde foi parar o CBL. Pra mim foi uma situação de dois pesos para uma mesma medida.

Fora que todo o mantra do “não precisarás codar” desce que nem Todynho pelo ralo no Scholarship Chalenge (escrevi e saí correndo, mas de pânico mesmo.)

De forma geral, os Nano Challenges me ensinaram bastante a definir o meu escopo, onde quero estar, onde estão minhas fraquezas e o nível de esforço necessário para trabalhá-las. Eu tenho certeza que toda essa tensão vai me ajudar no Main Challenge pois agora sei meus limites e até onde estou disposto a ir. Tudo pensando em oferecer o meu melhor para a equipe. E é assim, terminando com frase do tipo que só jogador de futebol bostejaria, eu termino meu testemunho.

E parabéns se você chegou ate aqui neste texto, eu não chegaria.

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