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Fome

Não tinha ideia do que escrever na reflexão, na verdade tinha duas ideias, mas não sabia qual usar.

Uma era ser completamente honesto, vomitar informações sem filtros e só editar para evitar absurdos e pra ficar mais bonitinho; a outra, apenas responder as perguntas de forma protocolar e tentar passar otimismo e seriedade. Resolvi fazer um pouco dos dois: responder as questões de forma mais honesta possível.

Os challenges anteriores foram absurdamente diferentes, mas o que fiz certo em ambos foi, eventualmente, ainda que tarde, ser sincero com meus colegas. Também acho que acertei ao, de certa forma, focar no que eu realmente poderia ajudar, mas também usei isso como desculpa para procrastinar, então é uma parada mista. No segundo, especialmente, eu também tentei aprender coisas novas com mais boa vontade, não acho que mandei tão bem, mas tentei de verdade.

O que fiz de errado? Putz, muita coisa, mas vou focar nas coisas que estou mudando com algum sucesso — otimismo e tudo mais.

Bem, no primeiro challenge em grupo eu até que comecei bem, admito que ainda estava meio cético com o CBL, mas acho que fizemos o que tínhamos mesmo que ter feito, talvez até demais; ficamos polindo demais uma ideia sem fazer muita coisa concreta, e acho que foi muito por minha causa: primeiro erro; o segundo erro foi pirar completamente: serei breve mas, espero, esclarecedor neste aqui; eu estava super bem, bem até demais, no começo do challenge, depois fiquei super mal, depressão clássica e tal, mas nem tão intensa; aí, do nada, eu parei de entender o que estava sentindo, não consegui dormir nem comer direito, mas às vezes tinha uns picos de euforia e/ou irritação, descobri que sou maníaco-depressivo e estava num episódio misto; procurei ajuda psiquiátrica, estou medicado e isso, depois de dois meses e pouco de ajuste de medicação eu me sinto como não lembro de me sentir antes. Agora, sabendo que o que eu sentia pode ser explicado de forma cartesiana e tomar alguns comprimidos garantem que eu não vire um maluco, estou mais confiante em tudo: futuro profissional, possibilidade de um relacionamento de longo prazo, enfim, tudo que exige um tanto de organização.

Sem querer ser hiperbólico, juro que só consigo descrever o episódio misto de mania e depressão, pelo que ouço de outras pessoas com outros rótulos do naipe do meu, uma mistura de depressão, ansiedade, irritação e, inexplicavelmente, um intervalo variável, mas em geral curto, de uma euforia sem qualquer explicação.

Outra coisa que errei foi em não ouvir tanto as pessoas. Sei que parece clichê, mas estou aprendendo mesmo a ouvir mais os outros: desde elogios que acho não merecer àquelas críticas que arranham um pouco, mas que você sabe que fazem sentido.

Tentando ser um tiquinho objetivo, o que eu preciso melhorar:

  • Preciso aceitar e cuidar da minha doença, mas não posso usá-la de muleta. Eu estou tomando remédio, está tudo de boa, a vida está boa, hora de construir alguma coisa. :)
  • Preciso achar uma forma de integrar melhor as poucas paixões que eu tenho ao estudo que tanto preciso em áreas mais práticas e menos atraentes para mim. Estou fazendo isso me propondo uns projetos pessoais bizarros, baseados em coisas que gosto ou gostava muito de fazer. Parece óbvio, mas eu sempre achei que estudo tinha que ser meio treinamento de anime, árduo e dolorido, tipo um fetiche que não está me excitando quase nada, na real. AUHHUAUHAUHAUHUHA!
  • Preciso me organizar melhor. Isso não tem muito por que explicar, não tem um porquê, tem todos! Mas todos estão cansados de saber que temos que tentar ser minimamente organizados porque temos, ué!? Exatamente por quê? Não saberia dizer.
  • Quero me dedicar mais à escrita e à fala: das poucas habilidades que acho que tenho pra valer, nível bom, eu tenho muita prática e pouca técnica. O que me leva
  • à necessidade de ler e pesquisar mais de verdade, ainda que resumos bem feitos com técnicas e relatos de gente muito mais foda do que eu talvez jamais venha a ser. Ter um pouco mais de FOME pelo conhecimento criado pelo esforço intelectual coletivo da humanidade. (Precisava justificar o uso da foto, mas a verdade é que boa parte do limitado — ainda — conhecimento que tenho até hoje sobre oratória e tal vem dessas apresentações de poesia da escola — e um pouco de dar aulas de inglês. Eu lia mais e fazia mais coisas nessa época, quero voltar a ser mais assim).

Bem, já estou enchendo linguiça. That’s all, fFolks! :)

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