Reflectivo Refletado

Gabriel Stocco
Apple Developer Academy PUCPR
6 min readApr 3, 2018

Então chegamos na primeira reflection do ano, e essa é um arremate dessas primeiras semanas e como foi a produção e a minha experiencia com esse formato diferente. Aqui eu gostaria de falar sobre como eu me envolvi nos projetos e as minhas impressões sobre esse modelo, como eu recebi ( de forma bem pessoal mesmo) e como eu acho que eu poderia ter aproveitado ou como eu acho que poderia ter sido proposto. De um ponto de vista bem inocente na real a partir do momento que o que eu estudo não é pedagogia então dizer o que é certo e errado não me cabe, mas espero que as opiniões espressas na frente funcionem como uma forma de enriquecer a proposta por isso vou tentar manter um ponto positivo enquanto escrevo.

O começo desses ano foi desafiador por conta desses Nano Challenges, na real no começo eu não conseguia nem entender muito bem o porque de estar rolando uma avaliação individual em um programa aonde o trabalho até no momento foi feito em equipes e com dinâmicas voltadas para equipes. Na verdade isso me quebrou um pouquino o ritmo porque eu entrei o ano esperando desenvolver ideias novas vindas de misturas de ideias, o que no fim acabou acontecendo já que a galera foi se misturando e trocando opiniões e algumas das vezes inclusive se reuniram pra discutir especificamente ideias pra tentar se dar uma iluminada.

O fato de ser um nano por semana pra mim foi bem legal, e até trabalhar sozinho foi legal, ter controle total do processo pra mim é uma coisa mais fácil já que eu me considero mesmo meio controlador do processo. Foi desafiador ter de desenvolver uma ideia/ conceito e aí produzir um protótipo viável que conseguisse representar bem a ideia inicial dentro de um spam de 1 semana. Apesar de eu ter sentido que fiquei um pouco atrás algumas vezes e realmente em questão de prazo eu dei uma atrasada em vários dos nanos, senti que rolou uma evolução pessoal no quesito de pensar mais rápido e produzir com mais eficiência, além de dar uma enxugada no trabalho, coisa que eu tenho dificuldade e nos meus trabalhos não é raro eu ficar adicionando e adicionando. Com esse esquema semanal eu tive de aprender a me adequar a um esquema de raciocinio novo além de ter de aprender a me contentar com um projeto que já tem o suficiente e aprender a encontrar esse momento em que é o suficiente.

Por outro lado uma semana é pouco tempo no meu tempo, no sentido de que eu gasto muito mais tempo pensando sobre do que produzindo e aí quando eu percebia eu já me pegava em uma altura de ter de refinar e na verdade não tinha nem definido realmente como ia ser o fluxo do app. Claro que se adaptar faz parte e eu acho bom que role um desafio porque é aí que a gente cresce, mas ao mesmo tempo que a frustração de não conseguir entregar algo do jeito que você imaginou dá uma tristezinha, querendo ou não, faz parte.

Esse é o meu sentimento pessoal sobre estar produzindo nessa meio que experiencia que foi o nano. No fim das contas apesar de ter curtido o fluxo não me pareceu tão diferente de um projeto universitário, com lições de casa pra entregar no começo de cada semana e esses peojetos, apesar de terem tido seus momentos de alegria e frustração, ficaram no meu hd como coisas que eu produzi com a intenção de suprir uma demanda acadêmica. Nesse ponto eu acho que a proposta dos nanos foi meio ao contrário da experiência geral da academy até o momento, aonde o que interessava era compartilhar ideias com os colegas em prol de um projeto que não precisava ser só mais um projeto academico. Um projeto que exigia sim certas demandas, mas que tinha como um objetivo final a interação entre os alunos em prol de criar algo novo que funcionasse como a combinação das competências de todos. No fim os nanos conseguiram demonstrar algumas das minhas habilidades e talvez melhorar algumas, mas em um âmbito que dependia apenas de mim e não serviram pra me reavaliar em um projeto em equipe já que não existiram equipes e aquele fantasminha da academia se fez mais presente.

Queria terminar com algumas coisas que eu anotei que eu acho que poderiam ter feito essa experiência de retorno ao ADA algo mais caloroso pra todos os alunos e professores, novamente, de um ponto de vista ainda um tanto inocente, mas acho que não menos pertinente já que aqui eu levo em conta também coisas que ouvi pela Academy. Ainda assim, essa é a minha opinião e não uma opinião coletiva

Nanos coletivos

Essa eu acho que é o mais importante e que me pegou mais, já comentei em cima que eu acho que deveríamos ter funcionado em grupos, não só pra que a gente continue se conhecendo mas também pra que a avaliação seja sobre a nossa posição em uma equipe, e não individualmente. Nós funcionamos em tempos diferentes e avaliações individuais podem mostrar muito bem como somos competentes quando sozinhos, mas exclui a experiência até aqui além de não preparar para o que está por vir, que seria o main challenge. Acho que nanos com um maior espaço de tempo, talvez 1 semana e meia, 2 semanas, com rotatividade entre os alunos, não deixando que a gente repita muito os mesmo colegas, nos ajudaria a conhecer as motivações que nós ainda não conhecemos e trabalhar com pessoas que ainda não trabalhamos. Essa ampliada na perspectiva poderia nos ajudar a escolher melhor qual caminho seguir no main além de abrir espaço pra que a gente conversasse uns com os outros sobre ideias para o futuro dentro da academy. Pra mim seria bom pois abriria espaço pra eu conhecer melhor os outros alunos e talvez nessa troca de ideia já encontrar pessoas que eu sinto que poderiam montar uma equipe show.

Foco no processo

Aqui vou ser mais rapidinho. Acho que esse ano o processo de criar o main challenge vai ser bem mais extenso do que foi para produzir os mini, e nessas primeiras semanas nós nem passamos perto do cbl, por exemplo. Tive um grupo de professores que tinham uma didática focada no processo, ou seja, o que importava mais era o caminho e não o resultado. Entendo que a academy é construída em cima de resultados, mas talvez um dos nano pudesse ter sido sobre o processo mais do que sobre a entrega. Essas reflections servem pra gente se analizar dentro dos processos, mas as vezes é tanta fritação em cima da entrega que a gente quase não para pra refletir no processo de estar produzindo.

Presença dos professores

Não que eu ache que tenha sido pouca e também esse é um exemplo que se aplicaria melhor em um modelo de equipes. Os professores deram feedbacks muito pertinentes todas as semanas e eu sinto que sem esses feedbacks eu teria saído do lugar mais lentamente. Mas acho que uma checagem sobre o que vem sido feito e como tem sido feito, como tem sido as conversas e qual papel os integrantes das equipes tem desempenhado. Novamente, acho que isso se aplica ao modelo de equipes, sinto que se os professores soubessem bem como os alunos estão funcionando dentro dos projetos em equipes seria mais fácil também identificar alguns problemas, que eu sinto que no ano passado o maior problema não era que aluno x ou y era incapaz, mas que não conseguia se adaptar a uma dinâmica de equipe ou aplicar a sua competência dentro dessa dinâmica. Esse ponto é o que eu menos sinto autoridade pra falar porque é uma visão bem inocente que eu tenho sobre os problemas que eu identifiquei no ultimo ano.

Refletions a cada x dias

Finalmente acho que uma frequência maior nas reflections poderia nos ajudar a refletir melhor sobre o processo e sobre os nossos papeis nas equipes. Realmente não da pra acreditar em tudo que a gente lê e muitas vezes um aluno pode de má fé dizer que ta tudo lindo, tudo mil, fazendo tudo e na real não é o que tá rolando. Mas reflections constantes poderiam nos re-acostumar com esse processo de escrever sobre o que vem sido desenvolvido e aprendido nesses pequenos projetos e como tem sido estar em equipes diferentes com pessoas diferentes em um menor periodo de tempo e etc

Como conclusão, depois de ter reclamado muito sobre os nanos pros coleguinhas, eu sinto que eu saí dessa experiência com mais conhecimento sim, também sobre como eu funciono sobre certos modelos de pressão, mas aquele sentimento de que eu tava repetindo o que eu faço na faculdade e aquela ideia de que poderia ter sido melhor ficou assombrando o processo todo. Espero não ter me repetido muito pelo texto e que um ou outro ponto possa ser de ajuda pra levantar o ADA.

Falou!

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