Scholarship @ Apple WWDC 2018
Três semanas. Vários desafios. Quem sabe um puta viagem.
— Eu quero fazer algo que eu não consegui ano passado.
E eu nem estou falando de necessariamente da aprovação: eu só queria ter orgulho do que fizesse. Ano passado essa época foi uma barra pra mim, pessoalmente falando, e isso minou toda minha criatividade para conseguir algo decente. Juntam-se o fato das dificuldades técnicas, meu projeto foi um fracasso. Eu só precisava provar pra mim mesmo que eu era capaz.
Quando fiz um dos Nano Challenges, o de contar histórias, o feedback do professor Binder após eu expressar minha vontade de polir e publicar foi:
Pegue isso e transforme num Playground, submeta como um dos Playbooks de exemplo do App de iPad. O formato é melhor que um app pro seu caso.
Meu cérebro respondeu: WWDC. Faltava mais de um mês pro tema ser liberado. Mas eu resolvi também não me preocupar muito, apenas deixar a ideia maturando no fundo do meu cérebro.
Passou esse tempo e o tema foi liberado: vago, mas sobre criatividade. Playgrounds. Pensei: eu já tenho algo, mas eu quero pensar algo mais.
1ª Semana
Uma semana, esse é o tempo que eu tenho pra ter alguma ideia demais e uma interação emergente, divertida e única.
Bem, esse tempo foi necessário para eu digerir muita coisa pessoal, então, bem, nenhuma ideia saiu. Eu coloquei muita pressão pra tentar chegar a alguma ideia brilhante, e nesse processo, me anulei. Não consegui sair da estaca 0.
2ª Semana
Era hora de começar a trabalhar. Mas meu cérebro disse o quê? Não. E começou a luta novamente. Eu não tinha vontade de fazer as coisas, nem vontade de evoluir em nada. Eu não queria sair de casa. Algo estava errado. Afinal, era a WWDC que estava em jogo e eu não conseguia ter o menor interesse. Eu não sabia por onde começar, e não era dificuldade técnica ou de qualquer elemento manipulável. Eu demorei a perceber, mas eu estava em depressão novamente. Não é a primeira luta, nem será a última: a batalha é constante.
No fim de tudo, reuni forças e alguma coragem para bater de frente com o que me fazia mal, procurei ajuda, e a segunda semana foi apenas para me estabilizar e ter certeza que, naquela altura do campeonato, ideias maravilhosas não surgiriam. E eu teria de me virar e fazer o meu melhor com o que já tinha.
No fim de semana, consegui alguma evolução:
Eu queria contar a tal história, que retratava as dificuldades de desenvolvimento de Apps como se cada componente realmente tivesse personalidade e isso se refletisse na maneira de ele se portar na tela. Quem nunca brigou com um UIButton ou um UILabel que não ficava onde deveria ou não respondia como era esperado? E eu queria que essa contação de história tivesse participação do usuário, afinal ele era um usuário, não um agente passivo como um leitor. E eu queria que ele tivesse a sensação de estar programando algo.
3ª Semana
Era hora de correr contra o tempo, na segunda eu tinha pouco mais que o protótipo do vídeo e nada mais me ocorria de como continuar aquela experiência. Foi aí que me bateu aquela ideia: se eu consegui algo prototipando mais e pensando menos, por que não continuar nesse caminho? E assim foi: eu parti pra fazer, qualquer coisa, sabendo que ao menos eu não estaria estagnado sem nada. E deu certo, terça-feira eu já tinha material e uma estratégia em mente: a partir dali, foi a correria para conseguir deixar tudo pronto.
Reuniões em casa de amigo, discussão de ideias, debates aos montes e, enfim, eu tinha meu Playground Book.
Conclusão
E ele ficou bonito. Esteticamente bonito. E usável. E tem uma narrativa. Eu tenha orgulho do que fiz. Sei de suas limitações e talvez alguns de seus problemas. Foi difícil? Foi. O código é meu, todo meu. Exceto um ajuste técnico que o Adonay Puszczynski me ajudou porque né, a framework do Playground iPad acessa as fontes do sistema via UIFontWeight<Peso>, depreciada na versão do Xcode que chama UIFont.Weight.<Peso>. Não tem nada de StackOverflow. Não tem função copiada.
Eu superei o ano passado. Eu superei o agora. E só me falta um Scholarship pra WWDC 2018 pra fechar com chave de ouro.
a atualizar com a versão final.
UPDATE
