Senta que lá vem história

Ana Carolina Barreto
Apple Developer Academy PUCPR
6 min readDec 27, 2017

ou my Academy experience in a nutshell

Eu geralmente fico bem introspectiva final do ano, movimento que começa perto do meu aniversário. Então desde Novembro venho repensando muitas coisas, tanto da minha personalidade como das pessoas que me rodeiam. Meu notes está cheio de rascunhos. Conversei com muita gente de todo o tipo, pedi muita opinião. Observei muito. Busquei entender o porquê das coisas estarem acontecendo como estavam. Fiquei em silêncio — talvez não tanto para alguns, mas pelo meu histórico com certeza — e refleti.

Dito isso, acho interessante depois de tudo que passou, começar pensando qual o objetivo dessa reflexion. Ela não é uma entrega para algum avaliador, qualquer que seja. Não é só um dos passos que devo cumprir para finalizar o challenge. Não é uma deadline. Não é um lugar de mandar indiretas, nem de criar desculpas.

Essa reflexion foi sobre mim. Primeira pessoa do singular.

O que eu fiz, o que eu deixei de fazer. Repensar e revisitar os momentos mais importantes desse ano. Tentar colocar em texto tudo o que for mais relevante.

Essa reflexion é um breve apanhado sobre a minha experiência.

Te convido a continuar lendo comigo, de cabeça aberta.

Vamos logo à ela.

Voltando um pouco no tempo

Descobri sobre a Academy (antigo BEPiD) no final de 2015 e, como sempre precisei trabalhar, ter a oportunidade de ganhar dinheiro e ainda aprender um monte sobre programação? Quero. Mas não pensava que ia ser muito mais que isso.

Será que era pai Binder me respondendo?

Desesperada que sou, stalkeei os professores (que inclusive postam muito pouco), pedi para entrar no grupo — eu não fazia ideia que era exclusivo para alunos, mandei e-mail e tive a resposta ao lado. A esperança é a última que morre, né?

Durante 2016 tudo mudou, pessoal e profissionalmente, me reorganizei nos meus objetivos e em Outubro recebi mais um e-mail do famoso projeto ios me dizendo que ainda poderia acontecer.

EITA NOIS!!!!

A partir daí foi uma ansiedade sem fim. Na inscrição, na prova, no hackathon, na entrevista. Eu só queria ter certeza que estava fazendo o melhor que eu podia para ser parte dessa turma. E eu consegui!

Eu não fazia ideia do que significava estar na Academy.

Olhando pra trás, da hora que eu descobri a Academy até o segundo antes de entrar no prédio, eu não tinha a menor ideia do que seria o programa e do que eu ia fazer. Não que hoje em dia eu tenha muita. Mas eu imaginava que era algo mais acadêmico, que ia ser numa sala de aula com mesas grandes, todo mundo codando o dia inteiro e só. Felizmente não. Felizmente eu faço parte de um seleto grupo que recebe todo mês para aprender, estudar e se aperfeiçoar, sem ter a obrigação de cumprir a mesma função específica e repetitiva o tempo todo (alô, privilégio?).

Ué, mas não é você a eu-quero-codar?

É engraçado pensar que não faz nem dois meses que eu estava desesperada por me tornar a maior programadora que já existiu — basta ler qualquer reflexion— e hoje percebo como estava enxergando as coisas por uma perspectiva completamente furada. Eu estava totalmente mergulhada na mentalidade de que conhecimento técnico é a única coisa que importa. Sentia como se tivesse jogado meu ano no lixo, pois não era tão programadora quanto Fulaninho. Simplesmente não conseguia enxergar o meu espaço e me distanciava cada vez mais da programação.

Passei o último challenge na defensiva. Eu — que não sou uma pessoa com medo de perguntar, nem falar o que penso — acabei ficando a maior parte do último mês sentada sozinha, tentando organizar minha bagunça de final de semestre. Pela falta de maturidade, ou de força de vontade de me impor naquele momento específico, mas principalmente pela falta de confiança na minha própria capacidade. Olha a síndrome do impostor aí.

Nesses últimos meses, percebi como é RIDÍCULO o grau de insegurança que eu tenho no meu próprio trabalho. Ridículo, porque é infundado. Desde o primeiro dia da Academy, eu — nesse instante modéstia pulou pela janela — só venho me superando em todos os aspectos. Se não bastasse tudo o que eu consegui fazer no dia-a-dia, ainda tenho a WWDC e a escolha como Ambassador de validação das minhas capacidades.

2018 tá virando a esquina já

Acredito que amadureci MUITO esse ano, em vários aspectos. Escrevi aqui uns conselhos para mim mesma, como referência futura. Fique a vontade de emprestá-los e acrescentar mais à lista.

Não deixe tudo para a última hora.

No geral, minha maior falha durante o ano foi gerenciamento de tempo e tarefas. Abracei o mundo e quando consegui dar conta de algo, foi por bem pouco e custou minha saúde mental na maior parte das vezes. Já tentei pegar menos tarefas, não funciona. O negócio é ser mais organizada mesmo. Já comecei a adiantar coisas que quero fazer para no ano que vem ser um pouco mais tranquilo.

É um pássaro? É um avião? Não! É o Super Binder!

Eu a maior fã do pai Binder não podia deixar de citá-lo como recurso fundamental para tudo dar certo. A facilidade de comunicação que eu tenho com ele — apesar de eu fazê-lo passar vergonha rs — se provou muito a meu favor em diversos momentos. Ele já mostrou que se importa com meu bem estar pessoal e de todos acima de apenas produzir e, como coordenador do curso, fez muito bom uso de todos os dados que coletamos durante o ano.

Você não precisa ser perfeita.

Essa ideia de que para se destacar você precisa ser full-stack dev fodona-sabe-tudo é muito furada. É perfeitamente normal falhar e pedir ajudar. A melhor parte do aprendizado é ter dúvidas e perguntas. A graça está em desbravar coisas novas, não em saber tudo.

Não dê ouvidos pro recalque e confie em si mesma.

Na minha vida pessoal já sou muito boa nisso, falta eu conseguir espelhar isso no meu trabalho. Aqui vão cair muito bem os meses iniciais do ano que vem, onde focaremos em aperfeiçoar nossos skills individuais.

Se rodeie de pessoas incríveis

De verdade, esse é a maior lição que eu tirei desse ano. Ande com quem anda contigo. Converse com pessoas que você saia pensando "cacete, como ela é foda!". Se importe genuinamente com o que as pessoas gostam. Ouça quando alguém está falando com você, não fique apenas esperando sua vez de falar.

Obrigada por existirem na minha vida!

É engraçado pensar naquela Ana, que começou o ano e na que está hoje aqui, saindo dele.

Estou muito ansiosa para construir a Ana do final de 2018.

--

--

Ana Carolina Barreto
Apple Developer Academy PUCPR

analista de dados, designer, programadora e problematizadora profissional.