Um ano Cray Cray

Gabriel Stocco
Apple Developer Academy PUCPR
6 min readDec 8, 2017

vou tentar resumir no que a Academy me influenciou e como as pessoas e as experiências que rolaram aqui me ajudaram mudar a forma como eu enxergo certas coisas.

Os meus primeiros momentos aqui foram meio assustadores na verdade, muito por conta do que eu pensava( e ainda penso as vezes) sobre eu mesmo, e sempre que eu me encontro com pessoas que eu julgo serem melhores do que em, em n áreas, eu me sinto acuado e vem aquela famosa sndrome do impostor. No primeiro mini, o challenge da wwdc, eu quis fazer algo grande e muito aquém das minhas habilidades na época, me quebrei um monte, apelei pra uma galera e no fim das contas entreguei algo que não fazia metade do que eu queria que fizesse.. Foi bem triste não ter algo da forma que eu queria, não é como se isso não fosse parte da vida, a gente tenta e falha, mas naquele momento parecia uma falha muito maior do que poderia ter sido.

Tendo a achar que não importa o quanto eu me esforce, esse esforço não é o suficiente e muitas vezes achar que não vai ser o suficiente me impediu de realmente tentar, e eu fiquei com medo, já no começo, que aqui aconteceria o mesmo. Eu ia achar que não consigo e, logo, não conseguiria mesmo. Mas com o decorrer dos primeiros meses e com a possibilidade de trabalhar com pessoas de áreas diferentes da minha em pequenos projetinhos, começou a aumentar um pouco a minha confiança. Eu estava acostumado a comparar o que eu fazia com meus colegas constantemente, mas aqui eu não sentia o mesmo peso em cima do que eu produzia e também não sentia a mesma vontade de comparar o que eu fazia com o que os outros designers produziam, talvez por sentir que todos estávamos na mesma situação e aprendendo as coisas ao mesmo tempo, mesmo com backgrounds diferentes.

O primeiro challenge foi bem legal, foi a primeira vez que a gente trabalhou em equipes pra um projeto maior, publicável, foi uma experiência nova na real, já que eu to acostumado a fazer projeto de design e o mindset é bem diferente. Foi a primeira vez também que uma equipe dependia do meu trampo tanto quanto eu dependia do trampo deles e eu senti que colocar a mão na massa com um objetivo de ter algo publicável fez com que o projeto assumisse um outro significado. Foi um projeto com 2 pesos, ao mesmo tempo que eu queria entregar algo bem polido e cuidado, não tinha muito medo de errar e de tentar de novo, sabendo que aquele projeto não ia definir o meu trabalho e que eu ainda iam ter muitas chances de evoluir nos projetos seguintes.

Esse foi um pensamento que eu mantive comigo durante todo esse ano no ADA, sempre tem espaço pra melhorar. A ideia de que um projeto nunca tá pronto já é uma ideia antiga, em vários projetos de design e também todos os pessoais, sempre senti que o projeto não estava pronto, mas hoje eu vejo que esse não estar pronto significa que tem espaço pra melhorar e que eu devo sempre me manter observando e reavaliando projetos que eu acho que vale a pena serem retomados e também projetos que eu estou desenvolvendo. Sempre tem algo que pode ser melhorado e sempre tem espaço pra explorar novas formas de fazer as coisas

Os feedbacks que eu recebi no decorrer desse ano sobre o meu trabalho e sobre meu papel nas equipes foi positivo na sua maioria, claro que a gente sempre se bica em um ou outro encontro, mas acho que minha posição com relação aos projetos sempre foi muito séria e produtiva, e esse foi também um novo lado que eu entrei em contado que eu não costumava a explorar antes da ADA , antes era mais dificil trabalhar em equipe, muito porque eu geralmente me juntava em equipe com pessoas que produzem e pensam numa linha muito próxima da minha. Lidar com pessoas de backgrounds diferentes com experiencias e linhas de pensamento diferentes não é uma experiencia nova, mas lidar com essas pessoas diariamente e evoluir um projeto juntos foi um processo que abriu possibilidades de caminho que antes eu não via tão claramente.

Por outro lado esse ano eu trabalhei na maioria com ilustração pra jogos, isso não é algo ruim mas já volto pra essa parte. Eu gastei meu tempo livre um pouco mal, quando eu poderia estar quase que dominando o basico de programação se eu estudasse tanto quanto eu estudei o sketch.app. Poderia ter acumulado também muito mais conhecimento com interface e lido bem mais sobre isso e sobre design de experiência. Essas são áreas que eu consigo me ver trabalhando com alegria no coração, principalmente em experiência, então eu deveria ter me dedicado muito mais na pesquisa desses tópicos. Eu tenho um certo problema com organização e esse anoé um ano que eu poderia ter gasto desenvolvendo melhor esse lado, que é algo que eu quero aprimorar, não é como se eu não me importasse. Ilustração é uma área que eu domino, apesar de nunca ter feito vetorial pra valer antes desse ano, não é fora da minha zona de conforto e não me puxei tanto pra áreas aonde eu não tinha dominio, aonde eu precisava explorar um caminho novo ou criar um caminho novo. Esses são os pontos que eu sinto que eu mais falhei dentro desse ano, eu busquei pouco coisas que fugiam do que eu dominava e aceitei o que me era confortável, apesar de ter graus de dificuldade com os quais eu não to tão acostumado como animação, a maioria do meu trabalho desse ano girou em torno de criação de mundo e de personagens, que eu já faço bastante. A parte boa é que eu redescobri um carinho muito forte por essa área, que eu tinha meio que abandonado desde o começo da faculdade, não pra valer, mas já não encarava como uma saida profissional viável, mas esse fim de ano me fez perceber que eu poderia trabalhar tranquilamente com design de jogos que eu seria muito feliz fazendo isso. Assim como quadrinhos e afins, mas isso já é um outro caminho.

Esse ano eu sinto que to terminando mais confiante. No começo do ano eu pensava muito "não sei se consigo", não sei se consigo pensar nesse conceito, não sei se consigo aplicar tal ideia, não sei se consigo programar, não sei se consigo ser um bom designer( apesar que eu sempre quis ser um excelente designer, não só bom) Mas nos últimos meses toda vez que eu escuto alguém falar que não vai dar eu respondo "vai dar sim, só a gente se esforçar que vai dar". O ADA me ajudou a encontrar motivos pra dar o meu melhor nas coisas que eu sinto que eu tinha perdido no meio do caminho, por n motivos. Falo o ADA me referindo a todos que fazem parte do projeto, que cruzaram o meu caminho lá dentro em deixaram um pedaço comigo em algum momento. Seja de trocar uma ideia rápida, seja numa conversa inesperada no almoço com alguém que eu achava que não trocaria mais de 2 palavras. As pessoas diferentes que transitam pelo ADA e as bagagens que elas carregam consigo e também a vontade de compartilhar e receber, tudo isso me ajudou a amadurecer em um momento aonde eu tinha várias duvidas sobre o que eu estava fazendo ou deveria fazer.

Termino o ano e o texto de uma forma bem mais otimista, claro que tem um caminho gigante pela frente e acho que se eu fosse escrever um texto sobre o que eu acho que eu tenho de melhorar ele ia acabar sendo maior que esse. Mas acho que um dos passos mais importantes eu já dei, que agora pra cada "eu não sei se consigo" tem 50 "VAMO QUE DÁ MTO BOA " e o ADA tem um grande papel nessa mudança de posição, de como eu me percebo e como eu percebo as minhas habilidades e do que eu sou capaz. Espero que ano que vem venha mais loco e com muito mais desafios, e que esse seja o meu primeiro passo, mas não o unico.

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