WWDC — Scholarship 2018
Porque mudar de ideia na última semana do projeto pode ser uma boa escolha
As vezes é preciso ter mais coragem que bom senso, ou pelo menos foi o que me fez acreditar que desistir de uma boa ideia aparentemente segura valia a pena. Desde o início do projeto para sumissão ao scholarship para a WWDC deste ano tinha a segurança que minha ideia inicial se enquadrava bem na equação conteúdo interessante / viabilidade de desenvolvimento. Porém durante o processo de desenvolvimento, percebi que estava cada vez mais limitando os features mais interessantes do projeto devido às minhas limitações de código. Além disso, o escopo que no início parecia viável foi se tornando cada vez mais complexo chegando ao ponto de que já não tinha a mesma cara da ideia original.
Isso me deixou bem desanimado, e aos poucos fui postergando a implementação até o limite do prazo. Faltando apenas uma semana para a entrega, decidi desistir da ideia original e começar algo novo do zero. Mesmo sendo arriscado, acredito que foi a melhor escolha que pude ter feito. Em vez de contar a história que desenvolvi para o segundo nano-challenge, optei por fazer uma aplicação totalmente lúdica baseada numa ideia absurda e um tanto ridícula: espremer cravos com o IPad. Ela surgiu enquanto procrastinava no Facebook e surgiu na timeline um daqueles vídeos famosos de remoção de cravos por médicos. Me surpreendi com a quantidade de views que aquele vídeo asqueroso tinha, e a partir daí percebi uma oportunidade que tem um público bastante expressivo. Desde então, a ideia não saiu da minha mente até que decidi implementa-la para o Scholarship.
O que no início parecia ridículo demais foi tomando forma e com ajuda essencial de meus colegas da Academy, se tornou possível. Logo no primeiro dia já tinha um esboço do que seria a interação principal do app: subverter o Pinch Gesture Recognizer utilizado por padrão para zoom em mapas e imagens, para gerar as animações um tanto desprezíveis de cravos saindo de rostos caricatos. Durante o fim de semana fiz uma série de sketches para produzir as imagens finais e o resto dos dias foi usada para ajustes e correções de interação e código. Perto do fim do projeto, consegui inclusive produzir trilhas e efeitos sonoros mesmo sem saber absolutamente nada de teoria musical — o que acredito que contribuiu muito para reforçar a estética trash que adotei para as ilustrações.
Foi muito satisfatório ver como uma ideia simples e absurda pode se tornar algo real e divertido em tão pouco tempo.
Vídeo de descrição do processo e testes do protótipo:
Obrigado!