Feedback tem poder?

Ingridt
Apple Developer Academy | UFPE

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Um breve devaneio sobre processos de Feedback

Olá pessoa leitora,

Esse texto tem um objetivo bem particular, organizar algumas reflexões pessoais sobre o processo de feedback, não tenho nenhuma receita sobre como? quando? e onde? fazê-lo de uma maneira "certa" ou mesmo oferecer uma sequência de passos que possa te ajudar nessa missão complexa, porém feliz (a depender da interação).

Logo, meu desejo é levantar alguns pontos que considero importantes e provocar alguns questionamentos sobre esse processo, que se transformou no feijão com arroz das relações de comunicação, principalmente no trabalho. Sem conseguir fugir completamente do estereótipo de texto padrão, trago a definição de feedback, porque né, importante a gente entender sobre qual cenário estamos conversando.

Imagem extraída de consulta ao site google.com sobre o significado de Feedback

Começo destacando os dois papeis que estão envolvidos nesse processo, o de emissor aquele que emite o feedback e o de receptor aquele que recebe a mensagem emitida, poderia estar falando de protocolos de comunicação em uma estrutura de redes também, mas vou focar nesses papeis como sendo o das pessoinhas envolvidas, porque basta de metáforas em 2021 😅.

Dada a definição para cada pessoa no processo, me pergunto, qual de fato é a função do emissor e receptor nesse processo? Existem papeis exatamente definidos para ambas? Seria somente receber e enviar mensagens? Falar e ser atendido? penso que não.

Por mais que as estruturas de interações que estamos inseridas, quase sempre, nos leva a interpretar essa interação como sendo entre a pessoa que detém certo conhecimento técnico e/ou por vezes ocupa um espaço "superior" nas estruturas hierárquicas , caso exista, e a que deve receber e executar as mensagens, entendo que são paradigmas que devemos superar para que realmente seja um processo com ganhos.

Fonte: voxeldigital.com.br — Arte: Diana Coelho

Mas como isso pode acontecer? Ora, pessoalmente acredito que no processo de feedback devem existir, algumas premissas de confiança, honestidade, boa vontade e segurança. Cujo foco é provocar uma ambiente em que as pessoas realmente consigam trazer para o processo, questões relevantes que possam ser emitidas e recebidas de maneira honesta, para isso cito a boa vontade no sentido de que sempre parto dessa premissa de que há em ambos os papéis o desejo de contribuir e o desejo de receber a contribuição.

Existindo essas premissas, o próximo ingrediente que pra mim é importante (olha eu dando receita) é a maturidade de estar nesse processo, tendo as pessoas envolvidas a capacidade de construir (emissor) e interpretar (receptor) as mensagens com uma pitadinha das premissas que falei antes. Nesse ponto, basicamente está o que mais acredito no processo de feedback e já respondo a questão que trouxe no título, não, o Feedback não tem poder, mas se você pensa o contrário, deixe-me explicar, não me largue aqui falando sozinha.

O grande poder para mim está nas pessoas e não no processo, tente pensar em alguma experiência negativa de feedback, por que você não acredita que funcionou? quantas das coisas que você pensou agora estão relacionadas há algo que alguém fez ou não durante o processo? Agora tente lembrar de uma experiência positiva (aqui não é sobre feedback positivo/negativo, no momento que escrevo esse texto não tenho muita convicção que isso faça sentido) por que ela foi importante? fez sentido?

Na perspectiva que acredito, toda experiência positiva está relacionada à existência das premissas, mas sobretudo, a postura das pessoas dentro do processo. Acredite, penso que se tem algum papel com mais força dentro desse processo é o do receptor, é a sua capacidade de interpretar as mensagens que realmente farão diferença, é como esses dados serão tratados e quais resultados eles podem trazer/gerar dentro do processo e isso para mim depende totalmente de quem recebe, não é uma transferência de responsabilidade, mas é uma perspectiva de potencial, de força, de poder de construir algo realmente relevante a partir das mensagens recebidas, que nem sempre o são.

Ah, trazendo um pouco o emissor de volta para o processo, é importante reforçar que quando ocupamos esse papel, nosso grande potencial, força e/ou poder deve estar nos questionamentos, na abertura das janelas, nos pontos que precisam ser realmente evidenciados. Portanto, troque a expectativa do atendimento pela confiança de que quem receber vai interpretar e construir algo que realmente faz sentido.

Valeu por chegar até aqui? Espero que essas reflexões te ajude nos seus processos de feedback, ao longo da minha jornada tem sido importante observar, refletir e aprender com essas interações, em que ora espero provocar, ora espero ser provocada tendo sempre boa vontade para dar e receber "pitaco".

Ei, bora praticar, deixa teu feedback aí!

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Ingridt
Apple Developer Academy | UFPE

Innovation and Business Instructor at Apple Developer Academy -UFPE and Learning Designer at MoveOn