Relato de experiência — Processo Criativo, Inseguranças e Começos

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Esse relato de experiência irá se basear na semana de inovação ocorrida no Challenge do Triângulo das Bermudas, no meu processo individual vivenciado do início da Apple Developer Academy | UFPE até agora e em um livrinho rosa, aparentemente indefeso, que li antes de começar a escrever esse relato.

É comum que no início de uma jornada nos sintamos inseguros, que nossa experiência não é suficiente para lidar com o que está por vir e que, apesar de nos esforçarmos muito, a jornada do outro sempre parece ser bem melhor que a nossa. Bom, apesar de compartilhar desses sentimentos em muitos momentos da vida, espero que esse texto nos ajude a refletir sobre o nosso processo e como podemos lidar melhor com essa sensação.

Vamos lá, como cheguei até aqui…

Há uns meses atrás, durante o Rec n Play, assisti à uma palestra de Pedro Lins sobre a importância da mudança na construção de uma carreira de sucesso. Naquele momento, apesar de estar vivendo uma fase de transição na minha vida, e consequentemente carreira, parei para prestar atenção em todas as as escolhas e micro escolhas que tinha feito até aquele instante. Me dei conta de que tudo, absolutamente tudo, influenciou para o meu estado naquele momento, em pé em um stand assistindo a uma palestra que conversava diretamente com a fase da vida que eu estava passando.

Pedro Lins apresenta em Rec n Play — 2023

Saindo de um estágio com uma promessa de contratação, estava prestes a abrir mão de uma área com a qual eu já tinha iniciado a minha trajetória, mesmo que recente, para me aventurar em um curso pouco conhecido e em um processo seletivo para um projeto no qual ainda não tinha certeza se conseguiria chegar até o final, ali em pé estava uma mini querida com uma série de inseguranças sobre o que viria acontecer.

Durante a palestra fomos estimulados a pensar no novo, no futuro ainda não previsto, como algo positivo, afinal, não ter as coisas sob o nosso controle pode ser sim o caminho para testarmos nossas próprias capacidades de improviso e reinvenção. Esse foi, sem dúvidas, um processo fundamental na minha fase de transição de técnica em edificações, e possível estudante de engenharia civil, para uma ingressante na área de tecnologia com conhecimentos extremamente básicos, mas muita curiosidade, e almejando conseguir uma vaga na Apple Developer Academy | UFPE.

Venho do futuro dizer que consegui, que o que parecia ser totalmente distante e incerto se tornou real e só foi possível graças a Julia do passado que se permitiu arriscar. Absolutamente todas as minhas escolhas foram relevantes para que eu conseguisse viver o que vivo hoje, uma nova jornada com novos aprendizados e desafios, sobre os quais eu não consigo prever ainda, mas que definitivamente influenciarão os próximos passos dessa trajetória.

Mas o que essa minha experiência pessoal tem a ver com a semana de inovação da Academy?

No desenrolar da semana de inovação fui levada a me questionar sobre diversos tópicos, o que é criatividade, de onde vêm as ideias, se podemos definir em uma palavra o que é inovação, porque nos sentimos inibidos a fazer perguntas, como lidar com os dementadores que insistem em atormentar a nossa mente e outras reflexões. Essa primeira semana, sem dúvidas, foi uma das que eu mais refleti sobre meu próprio processo, não só criativo, mas meu processo de vida, e sobre quais ferramentas posso utilizar para me ajudar nos momentos de “bloqueio” e sentimento de incapacidade.

Sendo realista, eu definitivamente não sou uma pessoa com um grande background de programação ou de design, e me sentir iniciante nesses dois eixos simultaneamente me fez perceber que, apesar de desafiador, esse caminho precisava ser trilhado por ninguém mais, ninguém menos que eu mesma, com todas as dificuldades e potencialidades que posso desenvolver na minha jornada, afinal, quem vai contar essa história daqui há alguns anos serei eu (e quem sabe em um outro relato de experiência como esse).

Ao decorrer dos dias, as atividades foram acontecendo e alguns medos foram trabalhados, o receio de colocar uma ideia para jogo, de ouvir críticas ou até mesmo de aceitar que a minha ideia era sim legal e merecia ser desenvolvida fez com que eu conseguisse fazer as pazes com o meu processo de criação, afinal, devemos enxergar a criatividade como um característica passível de ser aprimorada por toda a vida.

A cereja do bolo

Trecho do livro "Erra uma vez"

Antes de iniciar a escrita deste relato, senti a necessidade de buscar inspiração em outros textos e olhando os livrinhos dispostos no laboratório essa "fofurinha" rosa me chamou a atenção. Erra uma vez é um livro que trata sobre inseguranças criativas e a busca pela perfeição e não havia forma melhor de encerrar esse texto se não recomendando essa leitura. Além de desmistificar o processo de criação, o livro traz reflexões sobre procrastinação, receio de tirar as ideias do papel, julgamentos e o temido ponto final, pois nunca achamos que está bom o suficiente para encerrar.

Além de ser de fácil compreensão, a leitura desse livro se torna super dinâmica graças às ilustrações, que me fizeram ter uma experiência muito mais interativa com o texto, o trecho registrado na imagem foi uma das partes que mais me chamou atenção e fez com que eu tivesse coragem de escrever esse relato.

Espero que essa leitura seja capaz de transmitir a mensagem de que está tudo bem começar algo novo, espero que seu começo possa ser mais leve daí também. 🙂

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