Luke Skywalker, o licantropo que desafiou um deus

Crônicas de um ex-RPGista /01

Rômulo Sutil
Aquele que desafiou um deus

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O início

Não que eu quisesse ser nada do que fui, nem mesmo pensava em chegar onde cheguei, mas cheguei, e escrever nesse diário é uma forma de mostrar à todos que eu pisei nessa terra, que fui um guerreiro nobre que nunca conseguirá pagar pelos erros que cometeu, mas não deixei nunca de tentar.

Você vai conhecer a história de redenção de alguém que durante o dia era um monstro e nas noites de lua cheia uma temida e odiada besta. Bem vindo a história daquele que lutou em nome de Arton.

Ao contrário do que você lê nas suas histórias e livros românticos, ser um lobisomem não é, nem de longe, algo atraente, não me lembro quando e nem como me transformei nisso, mas ser durante o dia um bípede com aparência de um cachorro e nas noites de lua cheia me tornar um demônio dilacerador de corpos não é algo que desejaria nem para o meu maior inimigo.

A minha memória mais recente é de acordar nas redondezas de Valkaria apenas de calças e com alguns corpos despedaçados ao meu redor, já estava acostumado com isso, apesar de não aceitar, precisava entrar em Valkaria, conhecer um mago que pudesse me ajudar, disseram que lá o mais poderoso portador da magia vive a mais de 200 anos. Calça jeans, colete rasgado e uma katana, tudo que eu precisava para encontra-lo.

Chegando na cidade dos heróis eu não poderia nem imaginar, mas passei por alguns rostos desconhecidos pelos quais hoje daria minha vida, lembro- me bem, um guerreiro com cara de poucos amigos portando uma maça de guerra que fazia as pessoas o temerem, claramente um servo de Keen, também me lembro de um troglodita, guerreiro não muito inteligente, mas visivelmente experiente.

Precisava de informações do meu salvador, descobri que seu nome era Talude e que ele poderia realmente me ajudar, fui então ao seu encontro e descobri que ele estava unindo jovens e bravos soldados para destruir um homem-escorpião que vivia ao norte da cidade, antes que ele promovesse um massacre eu disse:

“Eu vou sozinho, não é necessário desperdiçar outras vidas.”

Ele me olhou profundamente e disse:

“Jovem Skywalker, acha que apenas esse nome fantasioso vai leva-lo a vitória contra aquele demônio? não tente nem de longe comparar sua maldição com a benção dele.”

Antes que eu pudesse dizer algo, ouvi um grande barulho ao chão, como se caísse um meteoro na terra, era aquele servo de Keen, e acompanhado disso ele disse:

“Não será necessário todo poderoso mago, eu e meus amigos iremos com ele e traremos a cabeça de mais uma besta para a sua sala de jantar, já que vocês não podem sujar suas mãos.”

Talude acenou com a cabeça positivamente e apenas se virou e foi embora, em meio ao meu desespero eu tentei me aproximar dele, mas o clerigo de Keen me segurou e disse:

“Besta, seja lá o prêmio que quiser, não cometa o erro de tocar em um deus, ele já sabe o que você deseja, conquista a cabeça do monstro e ele lhe dará.”

E foi nesse dia que começou a minha primeira jornada, junto de Killer, o grandioso clérigo e Gel, um habilidoso troglodita.

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Rômulo Sutil
Aquele que desafiou um deus

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