‘A Médium’

Um terror tailandês que assume proporções perturbadoras e intrigantes

Mariannaalvarez
Araetá
4 min readMay 17, 2022

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Por Marianna Alvarez

Sawanee Utoomma em seu papel como a Nim no filme “A Médium”

Uma família. Um ritual. Várias entidades. São essas as palavras que aparecem no cartaz do mais novo filme de terror asiático lançado nos cinemas brasileiros.

Com uma premissa assustadora, “A Médium” (2021) é um terror perturbador que se aprofunda em questões familiares e religiosas em um pequeno vilarejo rural no nordeste da Tailandês. O longa é dirigido pelo renomado cineasta tailandês Banjong Pisanthanakun, que recebeu reconhecimento internacional com o seu trabalho em “Espíritos: A Morte Está Ao Seu Lado”.

Seguindo um formato de falso documentário, o filme acompanha a história de uma equipe de filmagem que pretende documentar a vida de uma respeitada líder religiosa local, a médium Nim. Entretanto, eventos sobrenaturais começam afetar a sobrinha de Nim e, assim, seguimos a jornada de tentar descobrir o que está se passando com ela e quais são os perigos que ameaçam aquela família.

Da esquerda para direita: Sirani Yankittikan como Noi, a mãe de Mink; Narilya Gulmongkolpech como Mink e Yasaka Chaisorn como Manit, tio de Mink e irmão de Noi e Nim.

A trama faz uma jogada interessante ao inserir e explicar cautelosamente os elementos da cultura tailandesa, assim como os aspectos espirituais, sendo eles as funções da médium, os rituais que aparecem na história e os conhecimentos sobre Bayan, a divindade local adorada pelos moradores da região e que acredita-se que possui Nim.

Através de uma sequência de fatos elaborados e bem representados, o espectador acompanha uma história intrigante carregada de mistério e suspense. As dúvidas que se criam do que é santo e do que é maligno, assim como o contraste entre realidade e ficção, enriquecem a experiência, deixando todos a se perguntar: O que está acontecendo?

Estátua da deusa Bayan

Um dos aspectos mais interessantes que o filme traz é sua estética misteriosa mas cativante, influenciada pelo terror mergulhado em uma ambientação religiosa. Os elementos dos rituais, xamanismo e entidades elevam o patamar da obra, que foge dos estereótipos de filmes de terror com a temática de possessão. A fotografia é belíssima e cativante, mas, supreendentemente, também trazendo um aspecto medonho.

Entretanto, é importante ressaltar a presença de fortes elementos gráficos, que de certo modo enojam o espectador. Um contraste para a presença de delicados cenários rurais e culturais.

Cenas do ritual presente na história

O roteiro também faz um ótimo trabalho ao tecer um ritmo perturbador para história: começamos de forma lenta e suave, como se estivéssemos acompanhando uma história inocente e segura, até que o caos vai surgindo cada vez mais em uma velocidade mais intensificada.

No final do filme, você se sente saindo de uma montanha russa: assustado, mas exalando adrenalina. Tudo isso incentiva uma construção forte de personagem e enredo, assim como intensifica a sensação horripilante que o filme transmite.

A atuação é outro ponto forte: natural e, em certas cenas, impressionante. Um dos destaques vai para o trabalho da atriz Narilya Gulmongkolpech que estrela como Mink, que traz uma grande presença para a obra.

Cartaz internacional do filme “A Médium”

“A Médium”, que teve sua pré-estreia na sexta-feira, 13 de maio, entrou em cartaz no dia 19, exclusivamente nos cinemas de todo o Brasil, com os preços dos ingressos variando ao depender da cidade e do estabelecimento. O filme não tem previsão para até quando será exibido nas telonas, então fique atento para não perder essa experiência única de terror!

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Marianna Alvarez

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São Paulo, 21 anos ♡ Formada em Letras e, atualmente, graduanda de Cinema