A Voz da Arte
por Bianca Helen de Brito
A Pinacoteca de São Paulo em parceria com a IBM e a agência Ogilvy criaram o projeto “A Voz da Arte” que através do sistema de inteligência artificial, o Watson, no caso, Isabela — voz feminina desenvolvida exclusivamente para o Brasil — é capaz de responder à qualquer pergunta feita pelos visitantes em relação ao trabalho exposto.
Ao todo, são sete obras dispostas pelo museu: Lindonéia, a Gioconda do subúrbio, de Rubens Gerchman (1966); O Porco, de Nelson Leirner (1967); Bananal, de Lasar Segall (1927) Saudade, de Almeida Junior (1899); Ventania, de Antonio Parreiras (1888); São Paulo, de Tarsila do Amaral (1924); Mestiço, de Cândido Portinari (1934);
Ao se aproximarem de uma obra interativa, os visitantes receberão notificações em seu dispositivo que possui o aplicativo do projeto “A Voz da Arte” instalado. O kit consiste em um aparelho Smartphone e fones de ouvido que é entregue no início da visita mediante à apresentação de documento original com foto .
De acordo com um comunicado da IBM, educadores e curadores alimentaram durante seis meses o sistema de inteligência artificial com diversas informações e dados sobre os autores, contexto histórico das obras, associação com o cotidiano e curiosidades do mundo da arte.
“Partindo desse rico conteúdo, utilizamos as APIs de entendimento de linguagem natural e sistema de voz disponíveis no IBM Bluemix em conjunto com as capacidades cognitivas de aprendizado do Watson e criamos uma experiência simples, intuitiva e acessível”, explicou a companhia em seu site.
Fabiana Galetol, Executiva de comunicações externas da IBM Brasil afirma:
“Queremos que o visitante experimente uma nova forma de ir ao museu, interagindo com as peças de arte e esclarecendo suas principais dúvidas em tempo real. As curiosidades sobre as obras que selecionamos são inúmeras e conversar com elas é uma forma individualizada e estimulante de aprender. O objetivo final é que as pessoas terminem a visita entendendo um pouco mais sobre arte e com a experiência de que o museu é, sim. divertido”,
Ao visitar a exposição pude perceber que a interação com a obra gera uma proximidade e intimidade do público com o conteúdo, o que os torna mais interessantes e acessíveis.
Além do bate papo com o aplicativo, ao lado de cada obra, há uma placa com diversas informações sobre o autor, data da criação e uma breve história da peça em questão. O que gera uma maior compreensão do público e o aproxima ainda mais da arte. Pensando em inclusão, a exposição permite que deficientes auditivos participem da experiência por meio de conversa escrita (chat).
A exposição, no geral, é extremamente interessante e encantadora. Ao confrontar as “obras” com perguntas subjetivas e específicas, como “O que é saudade?”, “Por que Lindonéia é bela?” ou “Qual a intenção do autor ao empalhar um porco?” fui surpreendida com frases dotadas de conhecimento e bom humor, como a que podemos verificar no áudio a seguir: “Existe um enigma em torno da identidade de Lindonéia, mas a beleza está mesmo é nos olhos de quem vê, não é mesmo?”
O projeto pretende confrontar o estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) realizado em 2010, onde 70% dos brasileiros responderam que nunca visitaram um museu ou um centro cultural.
Assim, a ideia de facilitar o acesso à arte e cultura e transformar o museu em um espaço mais penetrável e aconchegante que desperte o interesse das pessoas pela arte, em um país como o Brasil, é de grande valia.
LOCAL
Praça da Luz, 2 — São Paulo | SP
EXPOSIÇÃO
05 de abril de 2017 a 31 de dezembro de 2017
HORÁRIOS
De quarta a segunda, das 10h às 17h30 (com permanência até as 18h)
ENTRADA
R$ 6 (inteira) e R$ 3 (meia).
Crianças com menos de 10 e adultos com mais de 60 anos não pagam.
Aos sábados a entrada é gratuita para todos os visitantes.
Links Relacionados: http://pinacoteca.org.br/visite/a-voz-da-arte/
